O tratamento por você está generalizado, mas sempre me incomodou, porque em miúda me ensinaram que essa prática era deselegante.
O you tão funcional da língua inglesa e o vous dos francófonos não se aplicam à nossa língua, porque entre o tu e o vós ficamos meio "desasados".
O você refere-se a uma segunda pessoa, com quem não temos intimidade, que depois é seguida de um verbo na 3ª pessoa do singular,
Exemplos. Você prefere peixe ou carne?; Você é primo do meu vizinho?; Você pode sentar-se onde quiser.
No norte ainda se usa o vós na segunda pessoa do plural, exemplo: Vós sois de onde? e nós usamos o vocês também nada elegante.
À vezes lá me escapa um vocês e peço logo desculpa, substituindo por senhores, senhoras, caros ouvintes, etc. .
Quando me dirijo a alguém com quem não tenho intimidade uso normalmente o nome da pessoa, ou o senhor ou senhora seguidos também do verbo na 2ª pessoa do singular.
Singularidades da nossa língua.
O você do português do Brasil ainda veio complicar mais estas formas de tratamento.
Tudo isto a propósito de duas frases encontradas no livro de Mário de Carvalho que estou a ler.
"O licenciado Joel Strosse Neves dificilmente suportava que, fora de uma leve intimidade, um desconhecido o tratasse por você. Você é estrebaria, sete fardos por dia..."
E ainda me lembrei de uma colega do norte que, perante o você, retorquia sempre: -Você é estrebaria! Mas não acrescentava o resto.
Quase sempre substituo o 'você' por senhor ou senhora.
ResponderEliminarO que, de todo, não se deve usar é o termo 'vocês'.
Agradeço os ensinamentos.
Abraço
„Você é estrebaria“ — dizia o meu avô materno.
ResponderEliminarQue ninguém se atreva a tratar-me por „você“.
O detesto absolutamente a língua brasileira.
Estou de saída. Mais tarde escreverei o meu comentário. Um longo comentário! :)
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