sábado, novembro 30, 2019

As ilhas afortunadas




Fernando Pessoa, esse génio da nossa Literatura, partiu fisicamente a 30 de Novembro de 1935!

quinta-feira, novembro 21, 2019

O rapaz da camisola cinzenta


O meu rapaz não tinha uma camisola verde mas tinha uma cinzenta daquelas de gola alta com torcidos, a sua melena ao vento era loira e o seu andar era bambaleante, de marinheiro sem navio.
A camisola deixou de lhe servir por erro de programação da máquina.
Partiu, está quase a fazer quinze anos e, entre outras coisas, fiquei com a camisola cinzenta que uso bem encostada à pele para me aquecer quando tenho muito frio.

quarta-feira, novembro 13, 2019

Silêncio

Com o frio e a chuva a minha tendência para a clausura acentua-se, quase sem controlo.
Por isso há dias que, além dos miados dos gatos, apenas ouço as vozes da TV e de quem me telefona ou a quem telefono todos os dias - o meu filho, a minha irmã e uma amiga, de resto  é o silêncio completo!
A propósito de vozes dizem que é o som delas que esquecemos mais rapidamente quando alguém muito querido parte para sempre.
E é bem verdade!

sábado, novembro 09, 2019

Sem-abrigo

A jovem mãe sem-abrigo já não anda à deriva na rua, segundo a capa do JN encontra-se em prisão preventiva.
Nas redes sociais, logo que o bebé foi encontrado, surgiram inúmeras críticas contra a mãe por tal procedimento.
Mas quem sou eu para julgar uma jovem que dá à luz na rua, em condições miseráveis e que coloca o seu filho num contentor, completamente desorientada?
O menino está a salvo, felizmente!
A mãe ninguém a salvou a tempo!
Espero que lhe prestem todos os cuidados de saúde, que não se limitem apenas a condená-la e que a ajudem a ultrapassar este drama.

quarta-feira, novembro 06, 2019

Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen



Impossível deixar de assinalar o centenário de Sophia!
Ontem tive o prazer de ver na RTP1 o programa, em repetição, "Sophia de Mello na 1ª Pessoa e assim recordar alguns dos seus belos e encantatórios poemas.
Aqui vos deixo um que não ouvi ontem mas que me diz muito.

Sei que estou só

Sei que estou só e gelo entre as folhagens
Nenhuma gruta me pode proteger
Como um laço deslaça-se o meu ser
E nos meus olhos morrem as paisagens.

Desligo da minha alma a melodia
Que inventei no ar. Tombo das imagens
Como um pássaro morto das folhagens
Tombando se desfaz na terra fria.

In Coral

domingo, novembro 03, 2019

Tradições


























A minha habitual preguiça/lentidão só hoje me leva a falar desta tradição.
Depois de terem festejado o Halloween na noite de 31 no ATL em Lisboa e de andarem de porta em porta pelo bairro, os rapazes chegaram no dia 1 ainda a tempo de, munidos das suas sacas personalizadas, percorrem o meu bairro antes do almoço, na companhia do pai.
Voltaram felizes, carregados de doces e com moedas também.
Em criança eu fiz o mesmo e o meu filho também, só que nessa altura não havia Halloween.
Cheguei a ser crítica desta modernidade mas há muito que a aceitei.
Afinal uma celebração não anula a outra!
Mas tenho pena de só ter tido 15 crianças a baterem-me à porta com a frase/senha:
- Ó tia, dá bolinho?