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quarta-feira, outubro 29, 2014

Ainda "Os Maias"

Ainda "Os Mais" porque, na verdade, reler esta obra e continuar com outras de menor fôlego levam-me a estar só na página 456.
Já me ficou para trás, há dias, o episódio das corridas no hipódromo e não posso deixar de transcrever um pequeno extracto.

"D. Maria da Cunha erguera-se para lhes falar: e durante um momento ouviu-se, como um gluglu grosso de peru, a voz da baronesa (ministra da Baviera) achando que c´était charmant, c´était beau. O barão, aos pulinhos, aos risinhos trouvait ça ravissant. E o Alencar, diante daqueles estrangeiros que não o tinham saudado, apurava a sua atitude de grande homem nacional, retorcendo a ponta dos bigodes, alçando mais a fronte nua.
Quando eles seguiram para a tribuna, e a boa D. Maria se tornou a sentar, o poeta, indignado, declarou que abominava os alemães! O ar de sobranceria com que aquela ministra, com feitio de barrica, deixando sair o sebo por todas as costuras do vestido, o olhara, a ele! Ora, a insolente baleia!"

Embora o desamor de Alencar pelos alemães me pareça, neste contexto, mais uma questão de despeito não deixa de ser significativa esta passagem que veicula de forma implícita um sentimento mais generalizado mesmo da parte do narrador com o opinativo "como um gluglu grosso de peru..."
Talvez tenha que chegar à conclusão que este desamor pelos alemães vem de longe, muito antes da TROICA nos ter atingido tão profundamente!

Nota: Se a Teresa, a "nossa" amiga da Alemanha, passar por aqui espero que não me leve a mal.