segunda-feira, novembro 30, 2009

"É talvez o último dia da minha vida..."

Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888 em Lisboa e aí morreu aos 47 anos, a 30 de Novembro de 1935.

Deixo-vos com uma quadra do seu heterónimo Alberto Caeiro:

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É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada.

segunda-feira, novembro 23, 2009

domingo, novembro 15, 2009

Lamento

Abro a janela e uma cortina de chuva molha-me o olhar, saio à rua e um tecto pesado, cinzento abate-se sobre a minha cabeça, ligo a televisão, a internet, leio os cabeçalhos dos jornais de referência , de todo o lado escorre lama e o ruído do chocalhar da sucata é insuportável.
Não há nos ares sinais de bonança!
Por que razão cada caso escabroso, duvidoso que surge, vem "tapar" os anteriores que continuam por resolver e até arquivados?
O cinzento destes dias de Novembro leva-me a reler o poema "Lamento" de Miguel Torga, esse grande poeta portugês, e a transcrever o seu final.
Ah, meu povo traído,
Mansa colmeia
A quem ninguém colhe o mel!...
Ah, meu pobre corcel
Impaciente,
Alado
E condenado
A choutar nesta praia do Ocidente...

segunda-feira, novembro 09, 2009

Fluviário de Mora

O Fluviário de Mora é também um óptimo local para uma escapadinha, sobretudo se houver crianças na comitiva.
Embora sem crianças, lá fomos.
Numa das salas funciona um atelier/espaço lúdico onde miúdos e graúdos podem dar largas à sua imaginação, desde a pintura, à moldagem com plasticina, à elaboração de quadras.
Numa cesta havia papelinhos enrolados, tipo rifas e uma legenda convidava-nos a levar connosco os que quiséssemos.
Fui poupadinha e retirei apenas dois. Abri-os e lá dentro encontravam-se quadras, produto dos visitantes.
Deixo-vos com uma das que me calhou.
Trago dentro do meu peito
Duas espinhas de peixe
Uma diz que não te ame
Outra diz que te não deixe.

Não são peixes mas nadam e nadam a preto e branco.
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Como sei que tenho visitantes com grande imaginação para a poesia, convido-os a apresentarem uma quadra alusiva às imagens que ilustram este post sem qualquer imaginação.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Ventania

A Dança do Vento
O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia.
Baila, baila e rodopia
E tudo baila em redor.
E diz às flores, bailando:
- Bailai comigo, bailai!
E elas, curvadas, arfando,
Começam, débeis, bailando.
E as suas folhas tombando,
Uma se esfolha, outra cai.
E o vento as deixa, abalando,
E lá vai!...
Poema incompleto de Afonso Lopes Vieira
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E diz aos meus cabelos, bailando:
- Bailai, comigo, bailai!
E eles desprendem-se do gancho,
Dançam-me em frente dos olhos
E o vento me deixa
Despenteada, desgrenhada e abalando
Lá vai!...
De regresso a casa, depois de uma saída até à mercearia ao fundo da rua.

terça-feira, novembro 03, 2009

Terra de...

Terra de casas com janelas debruadas a amarelo...

...e a azul...
...de torres de igrejas...

...e de um antigo castelo...



...de pelourinho com pergaminhos.






Por aqui andou o Mestre!
Facílimo, não é?!