sexta-feira, janeiro 29, 2010

Praia de Inverno

Repousavam em terra depois de longos voos...

Nem as ondas, suas companheiras de todos os dias, a desfazerem-se no areal, as assustavam...

Só os meus passos as fizeram levantar em revoada de música de um bater de asas...


Caminhei no ondulado paredão e agora era a minha irmã e eu saltitando à frente da minha mãe, logo a seguir eram os meus filhos que eu via na minha frente...




Parti quando a traineira entardeceu a sair do porto...
Sei que daí a pouco o mar e o vento se encarregariam de apagar as minhas pegadas na areia.
Tão breves, tão ténues as marcas que deixo por onde passo...



terça-feira, janeiro 26, 2010

Quantos...

Quantos portugueses viverão nesta Travessa?

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Para variar

Para mudar um pouco o tom tristonho, melancólico da maioria dos meus posts deixo-vos para o fim-de-semana esta mensagem de optimismo encontrada numa parede de Lisboa, concretamente em Campo de Ourique.
Talvez não se perceba muito bem mas eu reescrevo:
Algo de Bom Vai Acontecer
Os Optimistas Estão por Perto!

domingo, janeiro 17, 2010

Homenagem a Miguel Torga

O blogue de um amigo virtual lembrou-me que Miguel Torga morreu a 17 de Janeiro de 1995.

Aqui fica a minha homenagem a um poeta e contista que muito aprecio.

Hora de Abandono
Não dizer nada, chorar.
Chorar como uma criança
Que já não tem confiança
No próprio Deus da doutrina.
Não dizer nada, chorar
Até o pranto coalhar
Na lucidez da retina.
Miguel Torga

quarta-feira, janeiro 13, 2010

A Mata

É por este nome que todos os mindericos conhecem a lagoa de Minde!
E foi esta paisagem que escolhi para estrear, no exterior, a nova máquina que o meu filho me deu no Natal...

Era aqui que em criança vinha com os amigos e amigas fazer campeonatos de saltos de pedras na água.
Creio que nunca cheguei aos 4 saltos...
Às vezes as botas não ficavam suficientemente afastadas da água e os pés molhados denunciavam-nos em casa!

domingo, janeiro 10, 2010

Chocolate quente

Abri a persiana da janela do quarto e rejubilei!
Flocos de neve caiam leves, pequeninos mas constantes, os carros cá de casa estavam pintados de branco assim como os canteiros praticamente despidos, na calçada os breves farrapitos desfaleciam e perdiam a magia.
Uma enorme preguiça de cozinhar levou-me a atravessar a "2ª circular" e ir até ao "pronto a levar" do fundo da rua buscar o almoço, passar pelo supermercado ali ao lado para comprar chocolate em pó e coscorões ...a pé, com um frio de rachar, uma vez que os carros não tinham boas condições de visibilidade.
Assim, também tive a possibilidade de ver a neve que cobria os jardins e quintais dos vizinhos e bordejava os passeios.
Com um tempo destes não passo sem bebericar chocolate bem quente e petiscar coscorões (aqui há-os sempre) a dois, frente à lareira, com as gatas a ronronar aos nossos pés.
Vou continuar a ler "Jesusálem" de Mia Couto, jornais recuso-os, nem para eles olho, ultimamente.
Sou uma desinformada a transformar-me em "afinadora de silêncios" como o pequeno Mwanito, uma das personagens do referido livro.
Vidinha limitada, não é?!
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Nota: a foto é da net

terça-feira, janeiro 05, 2010

O desejo de esquecer...

Toda a história do mundo não é mais que um livro de imagens reflectindo o mais violento e mais cego dos desejos humanos: o desejo de esquecer.


Herman Hesse, Viagem pelo Oriente


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domingo, janeiro 03, 2010

300

"300" foi o filme que vi ontem na RTP1 e que me fez recordar este episódio da história da civilização grega que estudávamos no antigo 3º ano do liceu, agora 7º de escolaridade.
Conta-nos os preparativos da batalha das Termópilas, os vários confrontos entre Leónidas, rei de Esparta, os seus 300 soldados e cerca de 7.000 aliados de outras "polis" ou cidades-estado helénicas contra o poderoso e numeroso exército persa, comandado por Xerxes que se intitulava "rei dos reis".
Foi esta odisseia que Zack Snyder, como director e produtor, adaptou ao cinema a partir de uma B.D. americana de Frank Miller e que, por isso mesmo, tem um registo extremamente original, imbuído de vários estilos cinematográficos.
Apesar de ser uma batalha desigual quanto ao número de beligerantes, os valentes espartanos conseguiram dizimar milhares e milhares de persas, retardar o seu avanço em território grego, salvando Atenas, graças a uma ardilosa escolha, por parte de Leónidas, do local do confronto - o apertado desfiladeiro das Termópilas, na zona central da Grécia.
Quando Xerxes ameaçou o rei espartano e o seu pequeno exército, dizendo: "Minhas flechas serão tão numerosas que obscurecerão o sol!", este respondeu: "Tanto melhor, combateremos à sombra!", sendo acompanhado pelas gargalhadas dos seus soldados.
É preciso não esquecer que a batalha se travou em pleno Agosto.
Na hora do confronto final, Leónidas deu ordem de retirada a todos os não espartanos e preparou-se com os seus homens para combater até à morte.
Os espartanos só regressavam a Esparta como vencedores ou mortos em cima dos seus escudos.
E assim foi!
Entre a morte como homens livres ou a vida como escravos escolheram morrer.
Nota: Não sei se esta batalha se estuda agora mas se se estudar, "300" é um belíssimo documentário a ser visionado pelos alunos.
A imagem é da net, como é óbvio...