quinta-feira, dezembro 13, 2018

La Jeunesse des Morts



Há dias li uma crónica sobre o centenário do Armistício e nela se expunha a ideia de que, para os  beligerantes muito utopicamente, esta seria a última das guerras.
Para não falar dos tempos difíceis da actualidade que grassam pela Europa e pelo Mundo e que estão presentes nos jornais, na TV, nos blogues, no FB, nas conversas de café, deixo-vos com um poema de Anna Noailles, intelectual da nobreza francesa, de origem romena, nascida em Paris em 1876 e que morreu nesta cidade em 1933, poema esse  musicado de uma forma muito tocante e que lembra os jovens que morreram nessa trágica guerra de 1914/18, entre os quais milhares de portugueses.
Espero que apreciem esta adaptação musical.

terça-feira, dezembro 04, 2018

A casa do lado

Tem cortinas, tem móveis, tem quadros, tem tapetes, tem sofás mas não tem vida a casa do lado.
Partiu há uns meses o seu último morador, muito tempo depois da sua companheira.
Durante mais de 45 anos conversámos debruçados sobre o muro, trocámos figos por ameixas, pêssegos por nozes, entre outras coisas e pelo muro treparam durante a infância cinco crianças, duas de cá, três de lá numa contínua partilha de brincadeiras, lanches, idas e vindas do colégio, passeios e mais tarde férias, um de cá, outro de lá.
O jardim teima em mostrar-se como era, a laranjeira está coberta de frutos luminosos, o quintalinho está revestido de um verdejante manto.
Só o festão que ornamenta o portãozinho do jardim esbraceja as suas guias de rosas de Santa Teresinha, num protesto solitário de quem não tem onde se agarrar.