sexta-feira, abril 25, 2008

Dia 25 de Abril

Neste glorioso dia de sol, de esperança e de felizes memórias, deixo-vos com as belas rosas do jardim da Justine e com o cravo que ostentei nas cerimónias oficiais na sede do meu concelho.


Espero que para o ano tudo esteja melhor, sobretudo na área do emprego.
Não há Liberdade a sério quando há fome a grassar no lar de tantos portugueses...

quarta-feira, abril 23, 2008

Dia Mundial do Livro

Neste dia tão importante para os amantes dos livros, eu até lia qualquer coisa, mas a minha dona não sabe onde está o meu livro preferido - O ABC dos Gatinhos -, por isso fico-me a olhar para ela às voltas com três volumes que a acompanham há bastante tempo:
Pastoral Americana, de Philip Roth, da Dom Quixote;
Olhos de Cão Azul, de Gabriel García Márquez, também da Dom Quixote;
A Senhora Bâ, de Erik Orsenna, dos Livros Horizonte.
Não sou capaz de perceber esta mania de andar a ler três ou quatro livros ao mesmo tempo...
Assim baralha tudo!
Se calhar ela já falou destes livros mas não se admirem porque além de baralhar, anda esquecida.
Apenas uma observação quanto ao segundo livro referido:
Parece-me mal que ande a ler um livro com semelhante título!

segunda-feira, abril 21, 2008

Largo do Carmo


Até ao dia 25 de Abril vou esperar que este largo se encha de novo de esperança, que o céu esteja azul, o sol brilhe, o povo entusiasmado suba às árvores e aclame os soldados que obedecem à voz de comando de Salgueiro Maia.
Por agora, só vejo nuvens, aguaceiros e um povo sem alegria...

terça-feira, abril 15, 2008

Miscelânea

1. Quando uma pessoa começa a contar episódios da sua infância e juventude significa que já viveu muito...

2. Ver na primeira página de um jornal diário a nova Ministra da Defesa de Espanha (grávida) a passar revista às tropas dá-me uma certa esperança, tanto mais que com ela há mais oito neste governo de Zapatero.
Mas também me interrogo:
-Será que se fosse um ministro cuja mulher estivesse grávida viria nalgum jornal( o ministro, claro!)?
Continuamos a ser olhadas com estranheza num mundo cheio de homens cinzentos!
Olhem para o nosso governo...nem a Lei da Paridade ajudou nada.

3. A cerejeira do meu quintalinho está coberta de flores...

4. O meu computador vai voltar para o "estaleiro", tenho a impressão que não se safa de ir parar a uma Unidade de Cuidados Continuados! :-((

5. Uma grande amiga que antes de o ser foi minha chefe durante quatro anos, criou muito recentemente um blogue.
Aqui está o seu endereço:
http://aquiondeestou.blogspot.com/
Acho que vai valer a pena visitá-lo...

6. E até breve ...ou talvez não!

sábado, abril 12, 2008

O meu primeiro passaporte...

Quando era aluna da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o professor de Francês, Mr. Lasserre, conseguiu organizar uma visita a Paris, no mês de Agosto, durante oito dias, em condições bastante vantajosas.
As alunas (éramos só raparigas naquela turma) pagariam as viagens, ida de avião e regresso de comboio, enquanto o Ministério da Educação francês se encarregaria do alojamento, alimentação e entrada gratuita em todos os museus e outros locais de interesse cultural.
Como não tinha passaporte, depois de algumas negociações com os meus pais, a vida não era nada fácil, lá consegui a desejada permissão e solicitei o dito cujo documento.
Só que me foi negado!...
Naquela época, Salazar e os seus esbirros dificultavam quanto podiam a saída do país aos mais novos, sobretudo aos rapazes por causa da guerra colonial e nem para uma simples visita de estudo mais do que justificada junto das autoridades competentes os convenceu, embora eu não representasse o perigo de fugir à tropa.
Mas a minha mãe não era mulher para desarmar com facilidade e como em todas as famílias, ou quase todas, há sempre alguém que é amigo de um "figurão", um dia lá se pôs ela a caminho de Santarém, com um sobrinho, homem feito, que era "tu cá, tu lá" com o Governador Civil. Ambos adoravam touradas...
Claro que trouxeram o tão desejado passaporte.
Aterrei em Le Bourget e logo que pisei solo francês foi paixão para o resto da minha vida!
Em Paris respirava-se liberdade, nas livrarias encontrávamos tudo o que cá não chegava, os grandes armazéns eram assim qualquer coisa de estonteante, os museus, os monumentos, os bairros, as praças, os palácios eram tal e qual como estudávamos nas aulas de Civilização Francesa...
Enfim, um deslumbramento para uma mocinha como eu...e como as minhas companheiras de aventura.
Depois de oito dias inesquecíveis, regressei de comboio, trazendo bem escondido comigo, o Pequeno Livro Vermelho com as citações de Mao Tse-Toung.
Aquele livrinho que tinha escrito na sua primeira página:
Prolétariats de tous les pays, unissez-vous!
Foi a vingança da portuguesa!
Guardo-o tão religiosamente como as recordações da minha primeira visita a Paris!

quarta-feira, abril 09, 2008

Tempo de cão!

Está um tempo de cão...
Ainda bem que sou gata!

segunda-feira, abril 07, 2008

Dellicious

"Dellicious" foi o fim-de-semana em Lisboa!
No sábado estive no casamento do filho de um casal amigo, mais que amigo - compadres, encontrei-me com gente simpática que não via há muito e fartei-me de dançar, coisa que também não fazia há muito!
E, sobretudo, estive com os homens da minha vida.
Enfim, uma bela festa!

No domingo, passeio por Alfama, bairro castiço, cheio de prédios com belos azulejos, alguns em requalificação e outros em ruínas, infelizmente.

Paredes meias com esses palacetes revestidos a azulejos, casinhas modestas, tascas com esplanadas na rua. Foi numa destas que almoçámos sardinhas assadas, com batata cozida e salada mista, enquanto ouvíamos fado em gravação, claro, e as conversas das vizinhas de uma janela para a outra.


Janela quase "mourisca" com uma parreira a prometer sombra lá mais para o Verão.

Outro apontamento bem colorido...

Não foi o arco mais bonito que captei, mas gostei destes tons "esbatidos" e sobretudo da roupa estendida...
E como estou cada vez mais preguiçosa, fico-me por aqui.
E fico-me duplamente. Lá fora, a chuva e o vento aconselham-me a não ir ao ensaio do coro.

quarta-feira, abril 02, 2008

O da Avó era bem melhor!...

A minha sogra foi sempre uma cozinheira exímia.
Quando nos juntávamos todos em dia de festa, e chegámos a ser vinte à mesa, havia uma enorme variedade de pratos e respectivos acompanhamentos, consoante o gosto de cada um, mas a sobremesa era sempre a mesma, arroz-doce.
Era assim qualquer coisa que andava entre o sólido e o líquido, com os grãos de arroz a salientarem-se num creme amarelo clarinho. Por cima a inevitável canela.
Às vezes dizia à minha mãe que não havia arroz-doce como o da minha sogra, ela não gostava nada e resmungava:
- Arroz-doce amarelo e mole, onde é que já se viu?!
O dela era branco, mais para o seco e também tinha canela...mas era a única semelhança.
As minhas cunhadas e até um cunhado francês dão-lhe um jeito, mas, desde que a minha sogra se refugiou num mundo de silêncio e de imobilidade, confinada a uma cama, sem saber quem morreu e ainda bem para ela, nem quem nasceu ou vai nascer, nunca mais naquela mesa pousou uma bela travessa de arroz-doce coberto por quadradinhos desenhados a canela, com uma precisão geométrica, como só ela sabia fazer.
Neste Natal, com vinte e um sentados à mesa, alguns dos quais sem nunca terem provado tal delícia, lamentei a ausência da dita sobremesa.
Nenhum dos "aprendizes de feiticeiro" se atreveu a ouvir os lamentos do costume:
- O da Avó era bem melhor!...