quinta-feira, outubro 30, 2008

Ah, doce e enganador Outono

O Outono doce, dourado, das vindimas, do cheiro a mosto e a castanhas assadas, das nuvens sulcando os céus, feitas canoas, gaivotas, carruagens de contos de fada, puxadas por golfinhos, fiapos de algodão, é enganador!
Sai uma pessoa de casa, com um cenário primaveril, roupa leve, sol ainda quentinho e regressa encharcada até aos ossos e a espirrar sem parar...
Debaixo de um temporal, enfia o kispo, as botas, agarra no chapéu-de-chuva e enfrenta o lá fora;volta afogueada, suada, com o kispo desastradamente enrolado no braço e sem chapéu-de-chuva que entretanto foi largado em qualquer lado, vá-se lá saber onde...
Ah, doce e enganador Outono!

domingo, outubro 26, 2008

Uma nova memória por 50 euros!

O meu computador regressou ao lar depois de dez dias de internamento nos "cuidados intensivos". Pela módica quantia de 5o euros introduziram-lhe uma memória nova e garantiram-me que ficava capaz de funcionar mais uns tempos.
Antes do jovem técnico ir embora testei todas as funções, mas esqueci-me do programa de fotografia. Conclusão: não consigo descarregar as imagens que tenho na máquina...
O que vale é que ainda não paguei!
Depois dele ter partido fiquei a pensar que também eu precisava de uma nova memória, ou por outra precisava de uma memória selectiva, para lembrar tudo o que me aconteceu de bom e esquecer toda a dor e sofrimento destes últimos anos!
Com o avanço da tecnologia ainda lá chegaremos...

quarta-feira, outubro 15, 2008

Poema

O céu azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa -
Pontos de dedos brincar.

No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saia
Todo o sentido deste dia.

Que bom, se isso satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.


Fernando Pessoa

quinta-feira, outubro 09, 2008

Como já disse...

Como já disse fui às pinhas um dia destes com alguns elementos da minha "belle-famille".
Aqui está o cesto delas que ficou em casa da avó Rosa, à espera do Inverno.
E será sempre a casa da avó Rosa, a avó dos meus filhos...

terça-feira, outubro 07, 2008

Vejam como é bonita a vila medieval...

Porta da vila...

Pelourinho...

Paisagem ao fundo da fresta...

Paço dos Condes de Ourém

domingo, outubro 05, 2008

Enquanto...

Enquanto a limpeza de arquivo continua, deixo-vos com mais um enigma muito fácil de decifrar!



Quem é e onde está localizado?

quarta-feira, outubro 01, 2008

Porque estou cansada...

Ando a fazer limpeza de arquivo.
Há uns tempos atrás, aqui ficaria eu a dissertar sobre as dores de remexer no passado, patati patata, mas agora não...
Deixo-vos com um poema que nos afasta dessas brumas que não nos deixam ver o que há de bom para viver.

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência...esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa da sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana ( Brasil-1906-1994)

Nota: Este rio é o Alviela, apesar do poeta nos dizer para nunca darmos nome a um rio...