sexta-feira, agosto 29, 2008

Segundo aniversário

Este blogue nasceu no dia 29 de Agosto de 2006!
Até agora não consegui dar-lhe um rumo, uma coerência, é qualquer coisa de generalista a tender para o caótico, mas cá vai sobrevivendo umas vezes com mais alento, outras com menos.
A todos os que o visitam os meus agradecimentos e agradecimentos especiais àqueles que têm a gentileza de deixar comentários.
Para o meu filho um abraço do tamanho do mundo por me ter ensinado a navegar na blogosfera!
Não sei se conseguirei continuar a navegar por muito mais tempo, todos os os dias nascem e morrem blogues...
On verra!

segunda-feira, agosto 25, 2008

Vaca em fundo laranja...

Para um começo de semana com um pouco de humor.

Esta também não foi ao Chão da Lagoa nem ao Pontal, por isso está na melhor forma para começar a dar ao badalo escondido debaixo do gracioso laçarote!

sexta-feira, agosto 22, 2008

O verso e o reverso da medalha...

Sabemos que o verso e o reverso das medalhas olímpicas de Vanessa Fernandes e de Nelson Évora são iguais, quer dizer que nas duas faces só está presente o lado solar.
Mas o termo "o reverso da medalha" aplica-se normalmente ao lado lunar dos acontecimentos ou, generalizando, da vida.
É neste lado lunar que se inscreve a notícia desta manhã que nos dá conta que, durante o ano de 2008, já morreram mais mulheres em consequência de violência doméstica do que durante todo o ano de 2007.
Não vou adiantar causas sociais ou outras, vou apenas pedir-vos que imaginem 31 mulheres assassinadas por homens que lhes foram queridos, muitas vezes pais dos seus filhos, retratadas todas na mesma foto, deitadas em fila.
-Que horror! 31 mulheres mortas!
Mas à média de uma por semana já não incomoda tanto, pois não?

quinta-feira, agosto 21, 2008

Neste Verão...

Neste Verão do nosso descontentamento em que tudo nos corre mal como povo, soube bem a medalha da Vanessa e soube ainda melhor a de Nelson Évora.
Agora é tempo de pararmos de descarregar sobre os nossos atletas olímpicos todas as nossas frustações, afinal para chegarem a Pequim tiveram que suar muito.
A Vanessazinha bem podia ter deixado de comentar as prestações e os comportamentos daqueles que, por variadíssimas razões, não conseguiram atingir os objectivos definidos por eles e pelos seus treinadores.
Aos comentaristas ou comentadores é que cabe comentar, aos atletas fica bem a solidariedade perante a desventura e a decepção dos que falharam.
E quanto mais alto se sobe mais essa solidariedade deve ser manifestada!

terça-feira, agosto 19, 2008

Finalmente a conclusão

Nestas deambulações e sempre que tenho oportunidade, gosto de entrar em diálogo com os moradores de locais tão recônditos, gosto de saber como vivem e como vivem.
Não é simples curiosidade, é mesmo uma apetência natural que tenho para entrar facilmente em diálogo com desconhecidos. Freud talvez explique este traço do meu carácter e já agora peço desculpa por esta inconfidência...
A primeira aldeia que encontrámos era apenas um conjunto de meia dúzia de casas, estando a maioria em ruínas.
Saí do carro e aí vou eu à descoberta dos moradores.



Este foi o que me veio receber com grandes miados de alegria como se estivesse à minha espera.

Depois apareceu um cão que, depois de ter dado largas à sua boa disposição com abanadelas da cauda, se deitou à espera dos acontecimentos.
Não era com ele que os donos estavam guardados de intrusos.
Continuei a caminhar, mas já a dar sinal da minha presença, exclamando:
-Está alguém em casa?
Surge-me um senhor a quem peço desculpa pela intromissão nos seus domínios logo seguido da mulher e a amena cavaqueira começou.
Eram os únicos moradores a tempo inteiro, tinham recebido por herança aquela casa e alguns palheiros anexos e as casas em ruínas ou em início de reconstrução eram de irmãos, tinham uma filha a viver em Aveiro e um filho em Góis.
Mostraram-me o enorme quintal onde o milho não tinha vingado por causa de uma praga...

...e as abóboras que estavam muito boas, mas que ainda iam crescer mais.

Levaram-me a um palheiro para me apresentarem a galinha "parida".
Perante o meu espanto com o termo, o senhor explicou:
- Chamamos-lhe assim porque lhe nasceram ontem os pintainhos, dez pintainhos!
E olhavam os dois enlevados para a galinha "parida"...e eu olhava-os enlevada a todos, incluindo o gato e o cão que se tinham aproximado e que "não fariam mal à galinha, nem ela deixaria que eles se aproximassem da ninhada"...
Ainda acrescentaram que tinham um grande rebanho de cabras que andava por ali, na encosta a pastar.
Perguntei por que razão o alcatrão da estrada tinha ficado a umas boas centenas de metros dali e ele disse-me que a construtora tinha aberto falência e como a Câmara tinha pago adiantado a obra tinha ficado parada.
Com um sorriso disse-lhe que tirasse isso bem a limpo porque as Câmaras nunca pagam adiantado...
Despedi-me, desejando-lhes muita saúde e sorte e eles retribuiram-me com ar bem prazenteiro.
Quando cheguei ao carro, que tinha ficado ainda a uma distância razoável, o meu "compagnon de route", que não gosta nada que eu me meta nos quintais das pessoas e não me acompanha nestas aventuras, disse-me a rir:
- Um dia és recebida a tiros de caçadeira!

sábado, agosto 16, 2008

Escapadela III - quase, quase a chegar ao fim...

Depois foi a subida até às aldeias do xisto que se encontram nas placas, ainda no concelho de Góis.

Numa paisagem de cortar a respiração...
...encontrámos janelinhas com cortinas de rendas...

e ruelas bem estreitas, bem cuidadas, com casas recuperadas.


Já no concelho de Arganil e na freguesia de Benfeita, onde foi filmado ( se não estou em erro) "Aquele querido mês de Agosto", atingimos, bem no alto da Serra do Açor, a Fraga da Pena, localizada na Mata da Maragaça.
A Fraga da Pena é uma enorme cascata que cai de cerca de 70 metros de altura e a sua envolvente é qualquer coisa de espectacular, pela diversidade de vegetação, pelos diferentes tons de verde e de castanhos, pelo som das aves e pelo murmurar das águas.
A tarde já ia adiantada, as pilhas da máquina avariaram e não me foi possível captar a espantosa beleza deste bosque encantado.
Tenho que lá voltar porque apenas consegui atingir o nível médio da subida a pique, por escadarias feitas em xisto, com curvas e contra-curvas bem apertadas. As pernas começaram a ressentir-se e antes que não fosse capaz de descer, regressei à base.
Para a próxima há que começar por aqui, quando ainda estamos frescos para semelhante aventura.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Escapadela II - sem enigma

Seguiu-se a Lousã com as suas aldeias serranas simbolizadas neste friso de uma casa, na rua "principal.
Aqui não vos mostro a torre do castelo para não pensarem que tenho alguma obsessão monárquica, mas que gosto de castelos, gosto...

Chegados a Góis, aninhada entre a serra da Lousã e a do Açor, estacionámos num largo onde se encontra uma bela fonte, mas como não posso mostrar tudo, há que avançar; atravessámos esta ponte mandada construir por D. João III, se não estou em erro, de onde pudemos disfrutar o espectáculo...

...das calmas águas do rio Alva...

...a serem aproveitadas para a construção desta aprazível praia fluvial.
E agora é melhor ir almoçar!

quarta-feira, agosto 13, 2008

Escapadela com enigma - I

Gosto de escapadelas cá dentro, um dia ontem, outro para a semana, dois daqui a um mês...
Não sigo percursos rígidos, com locais exactos para dormir, vou atrás do que se vai oferecendo ao meu olhar, viro para a esquerda ou para a direita, sigo em frente, depende...
Já tive alguns precalços, locais inimagináveis para pernoitar, mas tudo tem feito parte deste deambular em absoluta consonância com o meu "compagnon de route".
Desta vez apanhámos a A1, direcção N. e saímos em Condeixa.


Começámos por aqui...

Como sempre fotografei o castelo!
E agora pergunto eu:
Por onde é que comecei e para onde segui?

terça-feira, agosto 12, 2008

Homenagem a Miguel Torga

Nasceu a 12 de Agosto de 1907 em S. Martinho de Anta, Vila Real, e foi registado com o nome de Adolfo Correia da Rocha. Em 1934 assumiu o pseudónimo de Miguel Torga e foi um dos grandes vultos da nossa Literatura do séc. XX.


Confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Miguel Torga

sexta-feira, agosto 08, 2008

Pensar e falar...

Ontem, no Café Central, para os oureenses que me visitam se situarem, comprei o Borda D´Água de 2009.
Era um jovem com algum grau de deficiência que o andava a vender, juntamente com pensos rápidos.
Como não prescindo nem duma coisa, nem da outra, lá fiz as minhas aquisições, apesar de ainda faltarem mais de quatro meses para entrarmos no novo ano.
Abri o Almanaque em Janeiro e logo, em baixo à direita, encontrei uma frase com um pensamento de Aristóteles que rezava o seguinte:

Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.

Pensei imediatamente na verborreia verbal que por aí anda...
Agora não sei se pensei como um sábio...

quarta-feira, agosto 06, 2008

Este é o mar do oeste...

Espreite este mar...

Apetece atracar aqui num barquinho...

Perigosamente belo...

Quem é capaz de me dizer o local exacto onde foram tiradas estas fotografias?
Já disse que era no oeste...

segunda-feira, agosto 04, 2008

A casa quieta...

Dentro da casa quieta, vazia habita o silêncio...
Dentro do silêncio habita o tempo que passa...