"Isto é como andar de bicicleta, quem aprendeu não esquece!" - é uma frase que ouço muitas vezes a propósito de tudo e de nada.
Acontece que a mim não se aplica.
Como, não digo a maioria, mas muitas crianças da minha geração, aprendi a andar de bicicleta. Parte das férias grandes, que eram mesmo grandes, eram passadas em casa dos avós maternos, no coração do planalto de Santo António, no actual Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros onde me esperavam dias e dias de brincadeira com primos e primas que se fartavam de rir com as meus problemas de adaptação à vida em total liberdade.
Era quase considerada como prima da "cidade"!
Foi com eles que aprendi a pedalar em caminhos de terra batida, não havia outros, à custa de muita queda e de muitas esfoladelas de joelhos, cuidadosamente desinfectados pela avó Emília.
A minha grande dificuldade estava em voltar atrás sem parar...tinha que descer da bicicleta, virá-la no sentido contrário, montar de novo e seguir em frente!
Com o tempo não me tornei grande ciclista mas desembaraçava-me bem.
Agora, quando passo frente a esta simpática esplanada do meu novo bairro em Lisboa ou quando lá me sento, fico com os olhos presos na bicicleta que faz parte do "mobiliário".
Tenho mesmo que voltar a treinar já que também há uma ciclovia no bairro!