sábado, setembro 30, 2006

Sábado

Hoje, sábado, não há nada de novo debaixo do sol. Nem sol!
À noite, jantar em família com um jovem casal amigo.
E isso é bom.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Parabéns, meu filho!

Fixas-me com um olhar de esmalte e o teu sorriso aberto e jovem mantém-se inalterável.
Digo em voz alta:
- Parabéns, meu filho!
Apenas me responde o vento que passa por sobre a cidade de mármore onde moras agora!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Ronda de três caminhos

1. Tem os olhos fechados, a boca aberta num trejeito de dor, um braço erguido acima da cabeça, é jovem, bonita, veste um casaco rosa e jeans.
"Canta" o triste fado dos desempregados de Nelas e Portalegre!
Considero os empresários destas multinacionais uns criminosos e o Governo ( este e todos os outros )frouxo face à fuga de quem, a maior parte das vezes, recebeu, de mão beijada, terrenos e empréstimos a baixo juro, além de se terem comprometido a X anos de laboração.

2. A PJ criou "um corpo especial" para "atacar" a corrupção nas autarquias, no desporto e na administração central.
Só agora porquê?
Como sou crédula estou ansiosa para ver os resultados.
E já agora não se esqueçam dos corruptores.
"Tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica de fora".

3. Uma criança morreu e outra está em perigo de vida. Andavam a brincar junto da linha ferroviária de acesso aberto.
Não se pode pedir responsabilidades a crianças de 4 e 5 anos.
Toda a culpa deve recaír sobre a Refer devido à sua imperdoável actuação.
Agora é que vão a correr fechar o acesso.
Quando uma criança morre ficamos todos de luto pelo futuro que não chegou a haver.
Mas quando essa morte podia ser evitada também a revolta se apodera de nós.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Não arranjei melhor

" Une injustice faite à un seul est une ménace faite à tous."

Montesquieu ( 1689 - 1755 )

sexta-feira, setembro 22, 2006

Não tens mais?

Qual milagre da multiplicação dos pães e dos peixes ( espero que não seja heresia ), as maçãs dos quintais da "belle-fmille" não param de chegar.
Deitam aquele cheirinho que impregnava, durante parte do ano, o celeiro da minha avó, têm aquele sabor da fruta artesanal, feita à mão pela mãe natureza, mas têm um aspecto pouco recomendável para os cânones da U.E..
Assim decidi-me a transformá-las em doce.
Espero que os amigos sejam suficientemente generosos para depois me dizerem:
- Era uma delícia! Não tens mais?

quinta-feira, setembro 21, 2006

Já não se vindima na Mata!

Deitei-me muito tarde e o vento já se anunciava no espanta-espíritos da varanda.
Acordei cedo com um som estranho vindo da rua.
Levantei-me e fui à cozinha onde a persiana raramente se desce.
Chovia copiosamente (como diria a minha amiga Zé, de Nisa).
Voltei para a cama, com as vindimas no pensamento. Tanta uva por apanhar!...
Pensei na Elvira, cujo blog visito e no Carlos Pereira que também encontro por lá.Espero que, pelo menos eles, tenham terminado as suas vindimas.
Depois, estupidamente, respirei aliviada. Veio-me ao pensamento a Mata, esse espaço mítico da minha infância, coberto de vinhas e onde já não se vindima há muitos anos.
Agora, na Mata só há espinheiras!

terça-feira, setembro 19, 2006

O Quarto do Filho

No T2, de razoáveis dimensões, transformado em lar, há um quarto multiusos.
Aos fins de semana, de 15 em 15 dias, é o quarto do filho e adquire aquele ar agradavelmente "negligé" usado pelos rapazes que vivem sozinhos.
Durante o resto do tempo divide-se entre quarto de vestir do género feminino, rouparia na área de lençóis, atoalhados e outras miudezas necessárias ao quotidiano caseiro, dormitório da Nocas, que, apesar de ter um cesto em todas as divisões, privilegia este espaço, escritório de lazer e estudo informático, de leitura de "desvairados" géneros literários, entre os quais o género blog, de escrita de pequenas crónicas para o jornal da terra natal e ainda câmara de recepção às amigas quando a sala está demasiado ocupada.
É ou não um quarto multiusos?
Estivessem assim tão bem ocupados os espaços multiusos que proliferam por aí, nem sempre no sítio certo!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Fruta da Época

Os figos e as uvas da mana ainda não terminaram, as maçãs e as pêras dos quintais da "belle-famille" também não.
Resultado - hoje de manhã, a saia creme que deixei na lavandaria, por esquecimento, durante um mês, já não me serviu.
Decisão imediata - voltar a fazer caminhadas, sem deixar estragar a fruta!

domingo, setembro 17, 2006

Arrefeceu

Arrefeceu.
Acabou-se o tempo de andar descalça em casa.

Diálogo Nocturno

- Ouves?
- O quê?
- Um fio de água a correr!
- Não, não ouço|
- Sustém a respiração. Escuta!
- Ah! Sim, estou a ouvir. Mas eu fechei bem a torneira...
- Não é de uma torneira!
- Então de onde vem este som?
- Do tanque que está lá fora, no jardim da quinta.
- Ah! Já não me lembrava onde estava!...

quarta-feira, setembro 13, 2006

Apenas uma casa...

Apesar da teimosia diária do dono que não desiste de abrir portas e janelas, do jardim que continua a florir, da cerejeira e da ameixoeira que continuam a dar os seus frutos, da parreira que dá pouco mais do que sombra e de três gatos que lá vivem, o silêncio sobrepõe-se a tudo!
Já não é um lar, é apenas uma casa...

terça-feira, setembro 12, 2006

Prémios para os melhores professores!

Eu nem queria acreditar!
O nosso Primeiro acabou de afirmar, num dos canais de televisão, tendo ao lado a sereníssima ministra da tutela, que para o ano os melhores professores terão um prémio!
Toca a começar a trabalhar para o prémio, em vez de andarem a queixar-se!

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro

E o 11 de Setembro de 1973, no Chile?
Será que os USA não tiveram nada a ver com essa tragédia?
Claro que lamento, profundamente, quer um, quer outro 11 de Setembro!

domingo, setembro 10, 2006

Gato que brincas na rua


Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu,
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa

O Douro visto de Galafura


Do miradouro de Galafura, onde se encontra a capelinha de S.Leonardo, foi assim que o meu olhar extasiado viu o Douro, muito recentemente.
Uma fita azul debruada a verde já com alguns traços de Outono.
Miguel Torga apresentou-nos, no belo poema S.Leonardo de Galafura, esta região "por um lado paisagisticamente ímpar, por outro, como resultado do trabalho insano de gerações e gerações de homens." ( Estas são as palavras de um outro poeta do Douro, A.M. Pires Cabral ao receber o Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus, nestes dias de festejos dos 250 anos da primeira Região Demarcada do mundo.)

sexta-feira, setembro 08, 2006

Os espíritos regressaram

Há muito tempo que não ouvia o tilintar do espanta-espíritos que se encontra estrategicamente pendurado na minha varanda e começava a estar preocupada.
Pensava mesmo que ele tinha perdido a validade ou que os espíritos tinham desistido de me visitar.
Hoje voltei a ouvir esse tilintar tão característico e pude concluir que, afinal, tinham estado de férias!

terça-feira, setembro 05, 2006

Paralelismo

Ao longo dos anos, a minha mãe foi guardando tudo o que era retalho de tecido dos mais variados padrões, texturas, cores e tamanho. Com eles fazia paninhos de tabuleiro, saquinhos, pequenos "naperons" para os cestos de pão que, no Natal, serviam de presentes para as mulheres da família e as amigas.
Ao longo dos anos, tenho guardado tudo o que é revista, artigo de jornal, apontamentos de todas as espécies ( de colóquios, acções de formação, debates), trabalhos realizados no âmbito de estágios meus e alheios, de frequência de especializações, de pós-graduações, enfim toneladas de papel dentro da minha área profissional!
Há dias foi tudo para a reciclagem!

segunda-feira, setembro 04, 2006

Último acto em Lisboa

Este é o título de um policial publicado pela Gradiva, sendo o seu autor Robert Wilson.
O livro é bastante interessante e um dos encaixes narrativos passa-se durante a Segunda Guerra Mundial ente Portugal e a Alemanha.
Um pequeno extracto para aguçar a curiosidade:
"- Sim, sim, nós sabemos - disse Hanke. - A nossa Legação em Lisboa vai ter de persuadir Salazar de que a Alemanha merece a parte de leão do volfrâmio "livre" antes dos Ingleses.
- Vou continuar a comprar e a passar contrabando - disse Felsen - , mas daqui em diante as grandes quantidades vão ter de ser negociadas nos gabinetes de Lisboa, e não nos campos da Beira. Só que isso vai levar tempo...
- Porquê?
- Pergunte ao Poser. Ele considera Salazar o maior vigarista da história desde Napoleão."

domingo, setembro 03, 2006

Festa com um rio ao fundo

Pela primeira vez fui à Festa!
O dia estava esplendoroso, o rio ao fundo de um azul brilhante, os milhares de pessoas movimentavam-se em todos os sentidos na busca dos seus programas favoritos.
Gostei da diversidade da música, do cinema, da animação nas ruas, da gastronomia, do artesanato nacional e internacional, da Feira do Livro, do convívio com pessoas das mais diversas origens.
Mas gostei, sobretudo, de ter passado um dia sem que o olhar mesmo à beira de água não se enchesse de mágoa!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Encontrar Tânger

"A falta de iluminação esconde os pontos de referência habituais, e Tânger é isto mesmo: uma ausência inquietante de pontos de referência.Não pode haver certezas num cacho de casas levitando sobre dois mares e dois mundos, um pé no Oriente, outro no Ocidente.Tânger já não é Marrocos, não é sequer África, naturalmente ainda não é Europa, não é um porto atlântico, mas também não é uma cidade mediterrânica.
Tânger foge às definições, aos lugares- comuns das cidades e das gentes que as habitam. A única certeza dá-a, com ar malandro, um vendedor, sabe-se lá de quê, numa viela da medina:" Amigo, se procuras algo, é certo que em Tânger encontras."

Gonçalo Cadilhe, in A Lua Pode Esperar


Nota:
Para aguçar o apetite a quem ainda não foi de férias.