segunda-feira, abril 21, 2025

Canção com Lágrimas

Esta canção evoca a morte na guerra colonial!
A guerra terminou graças ao 25 de Abril.
Pelo fim das guerras muito intercedeu e orou Francisco, em vão!
A letra é de Manuel Alegre.



sexta-feira, abril 18, 2025

Música à Sexta



Não era esta a música que tinha selecionado para hoje, mas a morte repentina e prematura de Nuno Guerreiro, vocalista da Ala dos Namorados, levou-me a colocar esta .

quarta-feira, abril 16, 2025

In memoriam

 A partida do meu último tio paterno, o mais novo de nove irmãos, levou-me a partilhar um poema de um outro tio, o penúltimo.


Raízes


Uma família é como um rizoma...

Sob camadas de tempo e gerações

Mal se sabe onde seu tronco início toma

Ou, quando extinta mesmo nos pareça,

Onde aflora de novo e recomeça.


Impossível era que estivessem

Aqui agora quantos estiveram

Antes connosco e mesmo até sem nós...

Naturalmente que vem sempre o dia

Em que os filhos ficam sem os pais

E, nesse passo, os netos sem avós;


Mas dias há em que, pelo sortilégio

Do sangue que eles nos deram, 

Num aflorar de saudade, a nós juntamos aqueles que morreram.

E, nesses dias, é que a gente sabe,

Por confidência do nosso coração

Que só as pessoas morrem;

As famílias , não.


Francisco Madeira Martins

sexta-feira, abril 11, 2025

quinta-feira, abril 10, 2025

Lembranças

 "Imagens que passais pela retina

Dos meus olhos, porque não vos fixais? "


Camilo Pessanha nasceu em Coimbra em 1867,  faleceu em Macau em 1926 e é o principal representante do Simbolismo português, é marcadamente pessimista.


Vezes sem conta lembro-me destes dois versos, porque sou assaltada constantemente por imagens que relembro como se visse um filme com cores e sons.

Felizmente predominam as boas lembranças.

terça-feira, abril 08, 2025

Imigração

 Hoje recebi um telefonema de uma amiga brasileira.

Talvez já tenha falado dela por aqui. "Aterrou" na casa ao lado com os cinco filhos, vinda do Japão onde viveu 16 anos.

Muito recentemente chegou o marido que, entretanto, viu perder a validade da sua carta de condução, não podendo continuar como motorista de uma IPSS.

A matrícula das crianças foi uma odisseia, devido aos documentos japoneses, passados para inglês, mas depois de muita complicação lá se resolveu o problema.

Sendo ela filha de pai português não foi muito difícil adquirir a nacionalidade portuguesa,  mas à custa de muita papelada de cá para o Brasil e volta.

Voltando ao início, telefonou-me para me dar a boa nova. Os dois filhos mais velhos já podem pedir o cartão de cidadão português, rimos ao lembrar toda a trabalheira que passámos para que isto acontecesse.

Agora ainda falta a legalização dos três mais novos e, entretanto, o marido tem um agendamento na AIMA para a semana, para ver se, finalmente, consegue os documentos necessários para poder trabalhar como motorista.

A minha amiga acabou por ocupar o posto de trabalho do marido e ele tem outras funções na instituição.

E tudo isto com uma brasileira, filha de pai português, e a falar português.

Imagino o martírio daqueles que não dominam a língua e fazem fila à porta da AIMA.

domingo, abril 06, 2025

Lembranças

 " As coisas vulgares que há na vida não deixam saudades

Só as lembranças que doem ou fazem sorrir..."


Canta a Mariza em "Chuva", mas hoje, especialmente, só as lembranças que fazem sorrir. porque doer, doem sempre!

sexta-feira, abril 04, 2025

quarta-feira, abril 02, 2025

Conselho de Ministros no Bolhão

Finalmente o ainda PM descobriu que Portugal não é só Lisboa, mas também o Porto e decidiu dirigir-se de autocarro, com toda a sua equipa até à Cidade Invicta, para aí realizar um conselho de ministros.

No Bolhão, porque não se encontrou outro local e também pelas boas condições acústicas.

Com a faca e o queijo na mão, faz o que muito lhe apraz.

A convocatória por SMS dos militantes, juntou o útil ao agradável.

terça-feira, abril 01, 2025

Leituras

Com tantas obras lidas de José Saramago "Levantado do Chão" foi-me ficando para trás.

Até que neste aniversário o recebi como presente, comprado num alfarrabista e, por isso, com direito a uma 3a edição .

O romance, publicado em 1980,  percorre uma zona do Alentejo bem demarcada, caracterizada pelo latifúndio, desde o final do séc. XIX, ainda na monarquia, até ao período pós-Revolução do 25 de Abril, com a ocupação de herdades, numa marcha onde até os mortos estão presentes, metaforicamente.

É o retrato de um povo e da sua luta contra séculos de opressão e de desigualdade social, assentes numa espécie de trilogia - a Igreja, representada pelo padre Agamedes, o latifúndio nas mãos dos donos da terra e o Estado representado pela guarda, ao serviço do latifúndio.

Mas do que mais gostei foi do seu narrador omnisciente e omnipresente, que opina sobra os factos, os pensamentos das personagens, dando-se até ao luxo de dialogar com as mesmas e com o narratário (leitor), revelando , por vezes, de forma humorística o evoluir dos acontecimentos.

Fiquei fascinada com esta narrativa e ao mesmo tempo emocionada com esta luta tão justa por parte dos homens e mulheres do latifúndio, como o narrador os nomeia.