Rosa dos Ventos
quinta-feira, março 23, 2023
O Legionário
Começou a passar-me à porta, há alguns anos.
Ligeiramente inclinado para a frente, mãos cruzadas atrás, passada larga, idade indefinida, ia e vinha, vezes sem conta, para baixo e para cima.Se eu estava no jardim cumprimentava-me com um "Bom dia, senhora!", eu respondia e ele lá seguia.
Para nós era um mistério aquele novo residente, até que o meu companheiro, um dia chegou da rua com informações.
Era um homem, talvez na casa dos cinquenta,que foi ainda criança com os pais e restante família para França mas nunca adquiriu a dupla nacionalidade.
Consta que se meteu por lá em complicações, parece que também se alistou na Legião Estrangeira e acabou por ser expulso do país.
Vive sozinho na casa dos pais que já partiram há muito e as irmãs vêm, de vez em quando, ver como ele está, bem como a casa.
O "consta" e o "parece" não me deram muitas certezas sobre este vizinho, um pouco afastado, se é verdade ou não o seu percurso de vida também não sei mas para mim é o Legionário, sem qualquer conotação negativa.
E lá continua no seu vai-vem diário e com a sua saudação com um accent francês bem perceptível.
Nota: o meu computador continua a não fazer parágrafos, como veem.
sexta-feira, março 03, 2023
Clube de Leitura
Ir a Leiria ao Clube de Leitura não se limita apenas a analisar, criticar, elogiar o livro seleccionado, além de o compararmos com outros do mesmo autor e derivarmos para a temática em questão, neste caso o braço armado da Inquisição em Goa e não só.
Como disse no início, não é apenas isto, é, sobretudo, conviver, falar, rir.
Pelo riso é que vamos sobrevivendo!
O meu Blog continua com as mesmas maleitas, associadas a outras do computador.
sexta-feira, janeiro 06, 2023
Por enquanto...
Por enquanto ainda vou fazendo uns comentários onde consigo entrar. O meu layout está completamente desatinado. De resto, nada a assinalar que valha a pena escrever!
sexta-feira, dezembro 23, 2022
Festas Felizes
Para todos e todas que, ao longo do ano, me visitaram desejo um Feliz Natal e um Novo Ano com muita Saúde, Paz e Companhia por aqui!
Abraço
quinta-feira, dezembro 15, 2022
Reconstrução
Peço desculpa pela minha ausência que foi, aliás, muito sentida.
A propósito da destruição provocada pelas cheias, na zona da Grande Lisbos e na zona de Portalegre, dos milhões de euros perdidos e os que têm de se gastar para repor a vida das pessoas nos eixos, lembrei-me de um documentário que vi, já há algum tempo, sobre a reconstrução de Berlim depois da 2ª Guerra Mundial. Como sabem a cidade ficou destruída mas com milhares de moradores que até dos jardins públicos fizeram hortas para sobreviverem.
Primeiro com o auxílio dos Aliados, depois por conta própria, os alemães iniciaram o seu caminho para a normalidade.
Só que, imaginem, a requalificação final deu-se em 2010, já no séc. XXI. Agora é só pensar um pouco, começando na Ucrânia, passando pela Palestina e continuando por esse mundo fora!
terça-feira, novembro 29, 2022
50º Aniversário do Chorus Auris
No sábado pude assistir em Ourém a um belíssimo espetáculo que não se cingiu apenas às vozes do coro mas também teve a participação da Orquestra de Sopros de Ourém que fazem parte da mesma Academia ( AMBO ) e ainda à projeção de imagens alusivas à guerra e à paz.
No domingo concluímos os festejos num almoço de coralistas, familiares e ex-coralistas como eu.
No final o nosso "hino" "Acordai" de Ferando Lopes Graça foi cantado com as condicionantes da sala, da não separação de vozes e da falta de aquecimento vocal.
Lamento não ter conseguido introduzir o vídeoa que gravei com a música.
Alguém disse e eu subscrevo que quem canta ou cantou junto permanece amigo para sempre.
Foi o que senti com tanto beijo e tanto abraço!
quinta-feira, novembro 24, 2022
Leituras
Manuel Lopes, o autor deste livro, nasceu na ilha de S. Vicente, em Cabo-Verde, em 1907.
Quando jovem foi estudar para Coimbra mas acabou por voltar à sua terra natal, depois foi para os Açores e, finalmente, fixou-se em Lisboa onde morreu em 2005.
No domínio literário como no sociopolítico, procurou demonstrar que o homem cabo-verdiano tinha uma profunda consciência das insuficiências do seu meio hostil por natureza e que não se conformava com isso.
No Clube de Leitura onde a obra foi analisada classifiquei-a de horrivelmente bela.
Horrível pelo conteúdo que narra o drama vivido na ilha de Santo Antão durante uma seca muito prolongada que originou fome, morte, roubos, assassínios e a maestria genial no uso da língua do ponto de vista formal.
Sei que alguns dirão que não querem ler acontecimentos trágicos mas vale a pena conhecer Manuel Lopes como um excelente escritor.
quarta-feira, novembro 16, 2022
Homenagem
Seria completamente descabido da minha parte que não homenageasse José Saramago no dia em que se assinala o seu centenário.
Como muitos o fizeram, vou limitar-me a uma frase para não vos cansar.
" É necessário sair da ilha para ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós. "
José Saramago , in "O Conto da Ilha Desconhecida"
sexta-feira, novembro 04, 2022
Celebrações
Depois de três dias muito bem passados com os meus rapazes, à beira do mar do oeste, com direito à festa do Halloween que não faz parte do meu calendário mas que os miúdos adoram, foi tempo de retorno a casa.
O Dia do Bolinho não foi assinalado por falta de presença mas lá fiz a romagem aos cemitérios,no dia 2, evocando os Fiéis Defuntos.
Tradição que se mantém na família até não haver mais ninguém que se lembre de quem partiu.
sábado, outubro 22, 2022
Davam Grandes Passeios ao Domingo
É uma curta anarrativa de José Régio, mais conhecido como poeta mas também romancista, ensaísta, dramaturgo, etc.
Li esta obra há muitos anos e, embora já não tenha idade nem paciência para repetir leituras, pelo seu tamanho atrevi-me a relê-lo.
Encontrei pontos de reflexão, questionamentos, alguma revolta na história da pobre órfã Rosa Maria, recolhida por esmola por uma tia rica de Portalegre, cidade dominada por ricos proprietários e seus filhos em busca de casamentos socialmente aceitáveis.
Este livrinho custou-me a módica quantia de 15$00!
Etiquetas:
Literatura portuguesa; José Régio
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