quarta-feira, julho 09, 2025

Romaria


 

Penso que quem me comenta sabe que vivo em Fátima, terra de igrejas, capelas e capelinhas.

No 1º domingo de julho iniciam-se as festas de Nossa Senhora da Ortiga que duram três dias, culminando na terça feira.

Se a Senhora de Fátima é de culto internacional, a Senhora da Ortiga é de culto local. Para esta capela, localizada num monte, convergem todas as dores e alegrias dos fatimenses, durante todo o ano.

Na terça feira, depois da missa, as pessoas dirigem-se para locais previamente estabelecidos há décadas em redor da capela, onde estão instaladas as tendas familiares, ao abrigo das azinheiras.

E aí cumpre-se o ritual que vem de geração em geração, há comes e bebes para os familiares e para os amigos que aparecem.

Como não sou autóctone, não tenho tenda, mas não deixo de ser convidada a associar-me.

E foi o que aconteceu ontem e é muito bonita esta tradição onde a amizade supera os laços familiares.

Antigamente namorava-se à volta da capela, agora já não é preciso fazê-lo, namora-se em qualquer lado.

A terça feira da Ortiga é a grande festa desta comunidade!

É uma autentica romaria!

segunda-feira, julho 07, 2025

Citação

 " Afoguei as minhas mágoas, mas elas aprenderam a nadar. "


Frida Kahlo


Frida Kahlo foi uma pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos , autorretratos e obras inspiradas na natureza e artefactos do México.

Nasceu a 6 de julho de 1907 e morreu a 13 de julho de 1954.

domingo, julho 06, 2025

Poesia ao domingo

 Os piqueniques da Catarina lembraram-me este, que faz jus ao "Déjeuner sur l´herbe" de Manet, porque bem mais colorido e a sensualidade menos explícita, se fosse transformado em pintura, pois dava uma aguarela.



De Tarde


Naquele "pic-nic" de burguesas

Houve uma coisa simplesmente bela, 

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.


Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão de bico

Um ramalhete rubro de papoulas.


Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o sol se via,

E houve talhadas de melão, damascos

E pão de ló molhado em malvasia.


Mas todo púrpuro, a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro de papoulas.


 In Livro de Cesário Verde

sexta-feira, julho 04, 2025

quarta-feira, julho 02, 2025

Um pouco de humor


 Agora que as aulas acabaram, os miúdos que detestam a escola, podem finalmente divertir-se!
Tenho dezenas de recortes destas tiras, retiradas do Público, nos anos 90.
Devem clicar na imagem para lerem melhor, por favor!

terça-feira, julho 01, 2025

Verão

 " O sol é grande, caem co´a calma as aves"


Com o calor que está, lembrei-me deste primeiro verso de  um soneto de Sá de Miranda, porque vejo os pardalitos a esvoaçarem, num enorme desassossego, cheios de sede.

Vêm bebericar nos pratos dos vasos que conservam alguma água, depois da rega, por isso decidi encher um pote de água e colocá-lo bem à vista, para beberem à vontade.


Os restantes versos nada têm a ver com o calor, mas com as alterações na natureza e no próprio sujeito poético.

segunda-feira, junho 30, 2025

A minha rua

 Estive quase um ano sem viver na minha casa e encontrei algumas mudanças na rua.

Na vivenda, em frente, que é uma espécie de AL, a que eu chamo "albergue espanhol", desculpai uma pontinha de preconceito, mas realmente aparecem lá muitas e "desvairadas gentes", como diria Fernão Lopes, vive agora uma casal com um cão que ladra de noite e de dia. Provavelmente sente-se pouco confortável num quarto, apenas com uma varanda que ele não consegue saltar, se fosse gato sei bem onde ele iria pedir asilo.

Com este ladrar contínuo até o Kiss, o cão residente na vivenda logo a seguir, que ladrava alto e bom som a toda a gente que passava, apenas durante o dia,  fechou-se em copas e mal se ouve.

Deve pensar que, para incomodar, basta um!

domingo, junho 29, 2025

Poesia ao domingo

 Noite de Verão


Quando é no Verão das noites claras

e faz calor dentro da gente,

... aquela menina casadoira, que mora junto ao largo, 

vem à varanda ver a Lua.


Roçando o corpo, devagar,

descem por ela as mãos da noite:

sente-se nua.

Sente-se nua, na varanda,

já tão senhora do seu destino,

sem medo às estrelas nem às mãos da noite

- mas baixa os olhos se algum homem passa...


Manuel da Fonseca, in Obra Poética

sábado, junho 28, 2025

Reflexão

 Como só duas pessoas gostaram das minhas andorinhas, amanhã mudo de cabeçalho!

sexta-feira, junho 27, 2025

Música à sexta



Abençoados anos 80!