Vento no Rosto
À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.
As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspetivas lunares
lixo e pedras resplandecem.
Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.
Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.
António Gedeão, in Poesias Completas
Um soneto interessante, bem ao jeito de Gedeão.
ResponderEliminarAbraço
Gosto muito de Gedeão!
EliminarAbraço
Novamente o Gedeão.
ResponderEliminarPorque não?
Sentir flores nos olhares e amar a tudo e a todos, é uma perspectiva de vida que me encanta. :) Excelente escolha para este domingo de fim de Verão com o Outono a sorrir-nos, sem frio e uma chuva miudinha e refrescante.
ResponderEliminarAdoro os poemas e sonetos de Gedeão. São tão humanos...tão belos!
Grande abraço, querida Leo
Gostei muito da imagem do cabeçalho. Dá mais alegria ao teu cantinho. :)
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