domingo, setembro 07, 2025

Poesia ao domingo

 Vento no Rosto


À hora em que as tardes descem, 

noite aspergindo nos ares,

as coisas familiares

noutras formas acontecem.


As arestas emudecem.

Abrem-se flores nos olhares.

Em perspetivas lunares

lixo e pedras resplandecem.


Silêncios, perfis de lagos,

escorrem cortinas de afagos,

malhas tecidas de engodos.


Apetece acreditar,

ter esperanças, confiar,

amar a tudo e a todos.


António Gedeão, in Poesias Completas

16 comentários:

  1. Um soneto interessante, bem ao jeito de Gedeão.
    Abraço

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    1. Achei este poema muito a propósito dos tempos que vivemos.
      Há que olhar para o que há de belo à nossa volta, para nos sentirmos irmanados com tudo e com todos.

      Abraço

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  3. Sentir flores nos olhares e amar a tudo e a todos, é uma perspectiva de vida que me encanta. :) Excelente escolha para este domingo de fim de Verão com o Outono a sorrir-nos, sem frio e uma chuva miudinha e refrescante.
    Adoro os poemas e sonetos de Gedeão. São tão humanos...tão belos!
    Grande abraço, querida Leo

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    1. Gostei muito da imagem do cabeçalho. Dá mais alegria ao teu cantinho. :)

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    2. Achei o soneto muito apropriado.
      Agradeço o elogio ao cabeçalho!

      Abraço

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  4. Gosto muito dos poemas de Gedeão e este tem uma mensagem genial! A imagem do cabeçalho é tão bonita.
    Beijos e um bom domingo!

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  5. Amar a tudo e a todos - ah, se todos seguíssimos este pensamento!

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    1. Temos que escolher momentos especiais para atingirmos esse plano superior!

      Abraço

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  6. Olá, Amigo Gedeão!
    Lindo poema que adorei ler. O entardecer é assim, provoca nossos diálogos interiores e ótimas inspirações.
    Bjsssss, Marli

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    1. É realmente um tempo muito especial que nos enche de paz, de calma, de boa vontade em relação ao que nos rodeia.

      Abraço

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  7. Gosto imenso de Gedeão.

    Abraço.

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  8. Bonito soneto.
    Essa brisa da que tanto gosto.
    Beijos

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