segunda-feira, junho 21, 2021

Cortesia


 Folheando este livro de poemas de 1968, com o preço de 100$00, cerca de 50 cêntimos agora, deparei-me com um poema cujo humor subtil me cativou.


Cortesia

Mil novecentos e pouco.

Se passava alguém na rua

sem lhe tirar o chapéu

Seu Inacinho lá do alto 

de suas cãs e fenestra

murmurava desolado

- Este mundo está perdido!

Agora que ninguém porta

nem lembrança de chapéu

e nada mais tem sentido,

que sorte Seu Inacinho

já ter ido para o céu.

Carlos Drummond de Andrade in "Boitempo"


Lembrei-me de meu pai que usava chapéu quando era jovem e só deixou de o usar quando começou a perder cabelo.


Em 2021 como é a nossa cortesia quando às vezes nem nos respondem ao" Bom Dia"?!

20 comentários:

  1. Agora, com as máscaras, nem damos os bons dias. Acenamos com a cabeça e ..e...!

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  2. Um bonito poema com o seu quê de humor bem disposto.
    Gostei muito de ler o poeta Drummond de Andrade num poeminha leve e singelo, ainda que o tema seja de peso: «A Cortesia». Coisa caída em desuso? Talvez não...

    Um abraço.

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  3. Agora com as máscaras, óculos escuros, as pessoas passam umas pelas outras e nem se conhecem. Cumprimentar-se? Não, não acontece.
    Poema muito bonito.
    .
    Feliz semana. Abraço
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Bom dia, se faz favor e com licença.
    Simples cortesia.
    Não se encontra: eu insisto!

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  5. Um bonito poema que não conhecia.
    Meu pai sempre usou chapéu quando viajava e boina no dia a dia.
    Abraço, saúde e boa semana

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  6. A perda de cabelo do teu pai coincidiu com a altura em que o chapéu caiu em desuso!
    São as pessoas conhecidas que não respondem ao “bom dia”?
    A expressão (ou palavra) mais frequente para cumprimentar alguém é o “Hello”. Esta palavra foi popularizada por Thomas Edison ao atender o telefone que ele melhorou... Passados cento e tal anos continuamos a atender as chamadas com “hello” e continuamos a preferir esta forma de cumprimentar do que dizer bom dia ou boa tarde...
    A cortesia também sofre evoluções, mas nem sempre para melhor.
    Quando era adolescente lembro-me de me levantar quando um adulto entrava. Hoje em dia ninguém se levanta quando eu entro numa sala onde se encontram alguns jovens.
    Apenas um exemplo... : )

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    1. Quando estava interna num colégio de religiosas também nos levantávamos quando um professor entrava na sala.
      Nos meus primeiros anos de professora isso também acontecia.
      Por cá temos o nosso "Olá" que é bonito e fresco.
      Eu refiro-me a locais onde entro, por exemplo num café, digo "Bom Dia" e quem está mesmo à minha beira não responde.
      Mesmo com máscara é fácil cumprimentar, se vão do outro lado da rua levanto a mão.

      Abraço

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    2. E por aqui ainda a nossa querida Catarina, a Sãozinha, a Juanita, que encontrava no nosso salão de chá. Bateu uma saudade e fui lá. Vim aqui cair.
      Beijo na vossa alma

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    3. Olá Nina!!! Tantas vezes penso em ti! Acredita. E o teu filho? Deve estar já muito “crescidinho”. Não me recordo exatamente quantos anos tinha na altura quando ainda andavas por aqui... e perdi a noção do tempo que passou desde então.
      Mando-te um grande abraço.
      : )

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  7. Tempos bem mais humanizados do que este mundo indiferente em que estamos a viver...

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  8. Excelente este poema de Drummond de Andrade.
    Um tema que tem muito que se lhe diga nos tempos
    que correm...
    Beijo
    Olinda

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  9. A nossa cortesia está em vias de rápida extinção...

    Gostei do poema

    Beijinho, bom resto de semana :)

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  10. Ahhhhh esse Drummond é demais! Que sensacional! Feliz do Seu Inacinho que não está vendo como o mundo está hoje.

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  11. Princesa do meu coração...
    Ainda está aberto, este espaço? 😍❤️❤️❤️

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    1. Fechou durante quase 3 anos mas depois abriu!
      Mas é outra onda!

      Abraço

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  12. Eu sou. persistente e digo sempre bom dia ou boa tarde onde quer que entre… claro que mt vezes não sou correspondida!

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    1. Às vezes repito levantando um pouco a voz! :)

      Abraço

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