quarta-feira, outubro 10, 2012

Saúde Mental

Acabei de ler no "Público", a propósito de ser hoje o Dia Mundial da Saúde Mental, uma entrevista com o psiquiatra Pedro Afonso que às tantas diz que" os governantes não transmitem segurança nem esperança e que isto tem um efeito desmoralizador sobre as pessoas".
Estamos perante o óbvio mas também é verdade que as más notícias repetidas até à exaustão nos meios de comunicação social e nas redes sociais também contribuem para esta atmosfera depressiva em que a maioria da população portuguesa anda mergulhada e com muita razão. Eu também estou incluída nesta maioria!
Dir-me-ão que não podemos fazer como a avestruz e que devemos estar esclarecidos e esclarecidas sobre aquilo que se está a passar  e eu acrescentarei que estou esclarecida, não faço como a avestruz mas a minha saúde mental está suficientemente abalada há anos para procurar proteger-me.
Da minha arte de fingir que não estou louca há anos depende a minha pequena família!
Com isto não estou a criticar as postagens daqueles e daquelas que me mantêm informada, quero apenas dizer que não é fácil fingir que estou lúcida!
Espero que me compreendam!
Afinal se tenho favoritos tão diversos nas suas postagens é porque gosto mesmo deles!

24 comentários:

  1. Há momentos em que nos temos que defender, até para reganhar forças e podermos continuar a lutar contra aquilo que nos abate, sem dúvida!


    O meu solidário abraço.

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  2. Da maneira que marcha o mundo
    É loucura manter-me lúcido
    Mas mais loucura é estar alienado

    Sofrer com o que se passa é um elevado nível do estado saudável
    Só um doente não sente...

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  3. Uma coisa é estarmos esclarecidos, outra muito diferente é deixarmo-nos abater por tantas notícias desmoralizadoras. Aí suponho que o psiquiatra tem razão: o efeito existe, mas temos de ir lutando contra ele, para mantermos alguma lucidez. E, de algum modo, contribuirmos e participarmos para ultrapassar esse desalento, especialmente ao nível dos que nos são mais próximos.

    Se para mantermos a nossa sanidade mental há que procurar pequenas coisas que nos dão prazer, so be it! E isso também não é a mesma coisa do que imitar a avestruz... :)

    Abraço

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  4. Tal como a crise financeira, não creio que seja um problema exclusivamente português !
    O mundo sofre dessa “doença generalizada” ! Os órgãos de comunicação, as redes sociais, … nós próprios, como agora o estamos a fazer, nos encarregamos de contaminar o ambiente e o contágio é inevitável !
    Eu diria que não deveríamos fazer como a avestruz, mas antes ter um comportamento inverso, mais optimista, menos dramático (eu sei que é difícil) !
    É preciso que todos levantemos a moral e vejamos o futuro com mais esperança. De outro modo, será o caos para a lucidez e saúde mental !
    … e reparem que não nos adianta muito o lamento, a interiorização de “estados negativos”.
    Não ganhamos muito com isso, antes agravamos a situação !
    Eu sei que não é fácil fingir que não estamos a caminhar para a loucura, mas será que a solução é não fingir e encará-la ?
    … eu acho que temos que ser como o poeta, que diz que é um fingidor ! … e temos que ver “poesia” nas coisas !
    Não nos deixemos cair na tentação fácil do desânimo e da desmoralização !
    .

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  5. Olha, eu compreendo-te muito bem. Também tenho o meus momentos de desânimo (sou funcionária pública, não é?), mas tento seguir a vida, o dia a dia, o melhor possível, tentando encontrar os lados bons das coisas, e os pontos positivos dos dias. É uma questão de sobrevivência!
    Bjs

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  6. ...está difícil mas aproveitem porque para o ano... vai estar pior...
    Tenho a impressão que, com estes comentários, mesmo louca ainda vou chegar a animadora cultural lol

    Bjos

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  7. Eu tenho momentos de loucura e outros de fraqueza, mas procuro exorcizá-los, precisamente através do blog. Às vezes, sinto-me como se estivesse a esbofeteá-los e isso alivia-me : -)))
    Mas compreendo-a muito bem, Rosa...
    Abracinho

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  8. Há muito que tento fazer de conta que "no pasa nada" mas... está difiiiiiicil.

    O meu jeito de tentar proteger-me é ouvir muito menos notícias e não visitar blogs de índole exclusivamente política.

    Esconder-me não posso mas fazer de conta talvez ajude a passar melhor o tempo.

    Beijos

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  9. Também eu te compreendo muitíssimo bem, Rosa dos Ventos!!!

    Concordo com os comentários da Teté e do Rui da Bica, mas às vezes desespero como, por exemplo, ontem à noite.
    Infelizmente, não uso os meus blogues para desabafar como faz o Carlos.

    É exacto, aquilo que tu escreves no teu comentário Rosa dos Ventos!

    De acordo com a Real Academia Sueca das Ciências, cada uma das milhões de células que compõem o corpo humano tem pequenos receptores que lhe permitem perceber o meio que as envolve e adaptar-se a novas situações.
    Os receptores acoplados à proteína G permitem às celulas detectar luz, sabor, odor, adrenalina, histamina, dopamina e serotonina, entre outros.
    A Academia sublinha ainda que "cerca de metade de todos os medicamentos actuam através dos receptores acoplados à proteína G". Durante muito tempo, foi um mistério para os cientistas entender como as células conseguiam sentir o ambiente ao seu redor.
    Na base da sua investigação podem obter uma combinação exacta dos medicamentos com menos efeitos secundários.

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  10. Gosto muito da minha loucura,vou continuar a cultivá-la,com curiosidade.
    Vontade de me rir não tiram,sobretudo rir deles,rir ainda mais quando os vir partir,a ponta de sapato.

    Um abraço,
    mário

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  11. E eu estou a gostar de vir aqui ler este blog, bjs.

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  12. "De louco todos temos um pouco"... mas eu só quero o que é meu.
    :)

    Não consegui fazê-la sorrir?
    Pelo menos tentei...
    :(

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  13. Eu não estou esclarecida - estou estarrecida! Com as notícias e mais ainda com os comentários às mesmas. Quanto à minha saúde mental... há muito está abalada... mas finge-e, não é?

    Beijinhos

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  14. E a cada dia parece piorar, mesmo quando nos parece impossível a coisa piorar. Há que resistir e mesmo assim não deixar de sorrir. :)

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  15. Exactamente, Gracinha!
    Mas cá vamos fingindo umas vezes bem, outras menos! :-))
    Como diz a Isa GT e outros esclarecidos para o ano será pior!:-(
    Mas para pior já bastava assim!

    Abraço

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  16. Cara Ematejoca
    Agradeço-te toda a explicação!
    Pensei logo no alívio dos efeitos secundários da quimioterapia! :-))
    Era tão bom que as pessoas não sofressem em cima do sofrimento!

    Abraço

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  17. Como diz o brasileiro, "eu vou levando...", seja lá o que isto quer dizer...

    Por norma sou otimista, mas tenho dias, dias em que estou louca, dias em que ponho a cabeça na areia e dias em que tou nem aí, apesar de tudo não perco a esperança e ainda acredito...

    Concordo com tudo o que diz o Rui.

    Abraçinho :)

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  18. Imprescindível, mas como me disse numa ocasião um bom psiquiatra aqui da terra: -realmente estamos todos algo loucos... Sinceramente não me estranhou tal afirmação. Mas que sigamos!
    Abraços de vida

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  19. Todos os meus amigos virtuais que recebem os meus longos comentários, deviam ter como tu, um confortável sofá.

    Não me fales de quimioterapia, Rosa dos Ventos, porque a causa da minha depressão não é a crise financeira, mas sim, as doenças e as mortes recentes na minha família.

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  20. Acho que comprendo porque já me senti assim.
    um beijinho
    Gábi

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  21. E por que razão é que perdi a lucidez há uns anos? :-((
    Se falei de quimio foi pelo que vi sofrer...sem poder fazer nada!
    Desculpa Ematejoca...
    Mas gostei da explicação pormenorizada!

    Abraço

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  22. É exatamente por isso que vejo cada vez menos tv.
    Estou a par de algumas coisas, mas muito mais rouba-me a paz que tanto preciso.
    Como tenho percebido que ando a atingir o meu limite, meti-me na secretaria da escola e só de lá saí com contas feitas.
    Sabendo, agora, que me será impossível mete baixa, é mais fácil resignar-me e continuar a caminhada.

    Aquele abraço, Rosinha

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  23. Pois é, querida Nina! :-((
    Com a redução do vencimento por causa da baixa quem é que pode ocupar-se dos elementos mais frágeis da família e tentar ganhar mais forças?


    Abraço solidário

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  24. As situções desmoralizadoras noticiadas até à exaustão não podem ter consequências ...saudáveis.

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