A noite era de luar, não um luar de janeiro ou de agosto mas de um doce outono.
Por poucos minutos e umas centenas de metros, quando cheguei ao vale, pude divisar , entre a negra silhueta de dois montes, a lua cheia sobre o castelo iluminado.
Pensei que afinal ainda tinha direito a uma pequena parcela da perfeição.
O luar continuou a acompanhar-me mas o castelo ficou fora do meu campo visual.
Um triângulo na berma da estrada, no meio da escuridão, assinalava um problema de trânsito. Abrandei, algumas pessoas permaneciam bem afastadas do alcatrão.
Subitamente, os faróis do meu carro mostram-me no meio da estrada um vulto claro, amarelado, peludo. Os olhos, ainda abertos, brilhavam!
Era um cão com coleira, com dono que talvez estivesse calmamente a ouvir o telejornal.
Ninguém junto dele, não sei se estava morto ou moribundo...
Mais à frente, o dono do carro, agarrado ao telemóvel, gesticulava enquanto observava os estragos provocados pelo impacto.
Continuei o meu percurso mas como trago as emoções à flor dos olhos desatei num pranto, como se aquele cão fosse gente, gente como nós!
E quem disse que não o eram, Rosinha?
ResponderEliminarQuantas vezes me desvio, pondo-me em risco, para não atropelar um animal.
Após o susto, prometo a mim mesma nunca mais me desviar, se houver risco...mas é intuitivo e faço-o sempre. Graças a Deus, nunca tive um acidente...mas poderia.
Quanto às emoções, os sinais aparecem quando têm que aparecer. (lembras-te do que me disseste, há dias, no cantinho do Gui?)
Aquele abraço.
Nina
Não, os cães não são gente como nós (em certos aspetos são bem melhores!), mas a gente como nós tem responsabilidades e deveres em relação a animais de companhia, como eles são!
ResponderEliminarBjs
Dói ver animais assim abandonados à sua (má) sorte, para acabarem assim, atropelados numa estrada qualquer...
ResponderEliminarA gente que abandona os seus animais de estimação, não é gente: é bicho e ruim!
Abraço
Quem toma a iniciativa de ter um animal à sua guarda, jamais o deveria abandonar. O que não quer dizer que fosse o caso, até pode ter fugido. E não há dúvida que podem ser a causa de graves acidentes. Mas que custa ver um bichinho a sofrer, lá isso é verdade.
ResponderEliminar"A cultura de um povo conhece-se pela forma como trata os seus animais"...
ResponderEliminarP.S. (Permita-me um conselho: faça como eu, apaixone-se pela Vida! Não a quero ver triste.)
Como te compreendo, Rosinha! Como te compreendo!
ResponderEliminarFaço minha a citação do Rui Pascoal.
Beijos sentidos.
Tenho medo que isso me possa suceder, de um cão se atravessar à frente do carro e eu não o ver ou não conseguir parar e também acho que são gente, como nós.
ResponderEliminarum beijinho
Se os tugas nem conseguem tratar bem o seu semelhante, como podemos esperar que trate bem os animais?
ResponderEliminarManuel Alegre põe as coisas ao contrário quando escreve «Cão como nós» e é uma estória belíssima!
ResponderEliminarAflige-me ver um animal sofrer, ainda mais fora da ordem natural da vida de cão, gato, pássaro... o que quer que seja!
Um abraço
Assim como atropelar gente, também me aflige atropelar qualquer animal. Em tempos aconteceu-me ter de fazer uma travagem de risco, para não atropelar um coelhito. Enfim...quero acreditar que o condutor não o fez de propósito.
ResponderEliminarAbraço
És uma pessoa sensível, Rosa !
ResponderEliminarComo é possível, numa situação destas a atitude de indiferença (pelo sofrimento do animal) de quem sofreu danos no carro e de quem (não) vê o seu cão moribundo ?... :(((
Nota : muito bem escrito, Rosa !
Abraço !
.
Pois não me admira porque viste o que também nós andamos a enfrentar, um sentimento de vulnerabilidade que te aproximou ainda mais da situação do cão, um fim terrível, provocado, apenas, por ter o azar de ter um mau dono... e a nossa, apenas causada por maus governos.
ResponderEliminarBjos
Rosinha, como deixaste de ter acesso?!
ResponderEliminarNão mexi nas configurações do outro blogue. Apenas no Nina impedi comentários anónimos.
Verifica, por favor (estive ainda agora lá e está tudo igual!)
Agora deixaste-me aflita!:(
Fico à espera que me digas alguma coisa.
aquele abraço
Por momentos fiquei arrepiada, em tempos vivi uma situação idêntica...tive pesadelos durante vários dias.
ResponderEliminarBjs
Não é gente, mas é um ser vivo como nós e que sente e sofre.
ResponderEliminarQue seja agradável esta derradeira comemoração oficial da implantação de República.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCara confrade Rosa dos Ventos!
ResponderEliminarSempre fico esperançoso de dias melhores num mundo harmonioso quando sei da existência de pessoas, como você!
Meus outonais olhos ficaram marejados ao ler a sensibilíssima crônica de sua lavra...
Caloroso abraço! Saudações enternecidas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Também ficaria incomodada.
ResponderEliminarTantos cães abandonados!
Mudaste!:)) (o cantinho, claro!)
ResponderEliminarE eu gostei tanto!
Aquele abraço!
Nina
Querida Nina
ResponderEliminarEstava a ver que ninguém aparecia para ver a novidade! :-))
Abraço
Vim eu!:))
ResponderEliminarE até já reparei que tinhas outro avatar...para te acompanhar na caminhada.:))
Bonito! Um dia destes peço-to emprestado (sou uma naba em geografia, é só por isso!:))
Aquele abraço e se vires o teu principezinho dá-lhe uma beijoca bem repenicada por mim (e aproveita esse cheiro de bebé:))
Força, querida Rosinha!
Chorar pelo sofrimento só mostra a tua verdadeira sensibilidade, acredita que mesmo com maus tratos os animais são superiores ao bicho Homem. Bem hajas pois,parabéns pelo novo aspecto do teu rico blog.
ResponderEliminarÉ como se fosse, Rosa! Eu também choraria, certamente...
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