Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro,
Vêem o que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto -
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis
O conceito horaciano de carpe diem sempre tão presente na poesia do heterónimo de Pessoa, Ricardo Reis, a deixar-me com uma estranha sensação de viver num tempo suspenso tal como este relógio na parede amarela da minha cozinha!
É evidente essa sensação com que se fica.
ResponderEliminarBelo trabalho de Ricardo Reis.
Curiosidade: o relógio da foto é igualzinho a um que foi construído, de raiz, por um tio meu já falecido.
Esse exemplar encontra-se religiosamente guardado. E ainda funciona.
Abraço
Há lemas que não funcionam com todos.
ResponderEliminarSou como tu, Rosinha.
Aquele abraço cheio de força
(cá está o fabuloso relógio da parede igualmente fabulosa:))
Cara Rosa
ResponderEliminarEncontrei no pequeno comentário que acrescentou ao poema, uma expressão "uma estranha sensação de viver num tempo suspenso" que defeniu com grande profundidade o tempo que vivemos.
Abraço
Rodrigo
Estamos num tempo suspenso? Talvez não, estamos num tempo de lura, minha querida!
ResponderEliminarBom domingo.
Gosto do conceito de carpe diem, o poema não conhecia, para não variar... O relógio, esse sim, não me é estranho... :)))
ResponderEliminarAbraço e bom domingo!
Observando este e o post anterior, há uma linha de coerência que os une. Fica o conceito de viver a hora, mas ninguém, desde que cultive a memória, se consegue alhear do porvir. Só assim a esperança fará sentido.
ResponderEliminarUm bom domingo!
Beijo :)
Concordo contigo, essa sensação que estamos suspensos no tempo é avassaladora.
ResponderEliminarBjos
Sabes como sou admiradora incondicional de Pessoa. Mas Ricardo Reis é, para mim, o "último" dos heterónimos. Se calhar por ser mais clássico, mais difícil de ler.
ResponderEliminarMas deixa-me dizer-te: se o Reis e mesmo Horácio vivessem contemporâneos de Gaspar e de Passos, não falariam em "carpe diem" ...
ResponderEliminarHá poetas que, penso, têm de ser suspensos. Ou eles, ou nós ou Cronos... ou 'os outros'.
Beijo e boa semana.
Laura
Gosto do relógio.
ResponderEliminarGosto do poema e do poeta.
Só não gosto que me mudem a hora.
Esta hora.
E o tempo que não passa até ser Primavera.
Beijossss
Linda esta poesia que foste "colher". Também ando assim um pouco suspensa no tempo e do tempo.
ResponderEliminarBeijinho, amiga
Aqui está o famoso relógio e a parede amarela a que a Nina se referiu há tempos e que eu não reparei! Nem sempre sou boa observadora!
ResponderEliminarQuando me sinto suspensa – uma sensação que me amedronta – sonho! Sonhar é meio caminho andado para uma realidade que ansiosamente queremos viver.
E agora vou trabalha.
Abraço
Em causa o conceito do "agora" !
ResponderEliminarO amanhã de facto não existe, por que ainda não chegou, nem sabemos se lá chegaremos nós; o ontem também já não existe porque passado e morto !
Resta-nos o presente, o momento, o agora !
Aproveitemos bem cada momento, porque é no "agora" que se vive !
Abraço, Rosa ! :))
.
Comungo contigo da mesma sensação...
ResponderEliminarBjs
OI ROSA DOS VENTOS!
ResponderEliminarUMA BELA ESCOLHA PARA NOS ENCANTAR...
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
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neste Outono deixo o meu vento
ResponderEliminarQueria ser
O que queria ser?
Queria ser vento...
Para ser livre...
Para te tocar
E te abraçar
E de mansinho
Chegar-me a ti
E sussurrar-te
Como gosto de ti...
E devagar
Devagarinho
Ia-te acariciando
E tu ias notando
Que eu estava aí...
E o vento
Ia crescendo
E mesmo com força
Gostava de o ser...
Para que visses
A força que tenho...
Força do vento
Vento tufão
E queria...
Poder ter-te...
Sempre na minha mão.
LILI LARANJO
Olá Rosa,
ResponderEliminarVi o comentário que deixaste na Mansarda. Espero que o problema não seja grave e que esteja totalmente controlado. E é verdade amiga, hoje temos Sol. Sempre ficamos mais animadas.
Beijinho
Tic, tac, gosto de relógios. Este é muito bonito, artesanal!
ResponderEliminarAbraços