terça-feira, maio 13, 2025

Amola-tesouras


Na manhã azul, ouvi o assobio característico de um realejo.
Fui à janela e não me enganei, era mesmo um amola-tesouros.
Se a minha memória não me engana, nunca tinha visto este tipo de trabalhador ambulante aqui pelo bairro.
O homem vestia um casaco aos quadrados e empurrava a bicicleta à mão.
Pensei quem o ouviria e desceria no elevador para mandar amolar facas e tesouras.
Quando era miúda, estes trabalhadores tinham trabalho garantido, além de amolarem facas e tesouras, eram uns artistas a arranjar as varetas dos chapéus de chuva e a gatearem pratos e alguidares.
Era um tempo em que tudo tinha conserto.
Agora é um tempo de reciclar, deitar para o lixo, substituir por novo.
Não lhe auguro grande negócio.




 

20 comentários:

  1. E quando apareciam, pelas ruas do nosso contentamento, era certo que vinha chuva. Lembra-se?
    Abraço

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  2. Todas as primaveras, passa um amola-tesouras no meu bairro. Mas este vem de carrinha. Tinha, e tenho, uma faca com a ponta curva. Já não fui a tempo. Quando abri a porta já tinha desaparecido. Terei de esperar para o ano. : )

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    1. Um amola-tesouras moderno e primaveril! 😃

      Abraço

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  3. Saudades de facas sem marca que a Avó mandava ao amolador que passava. E até o som dele era bonito! Abç Bettips

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  4. Bom dia
    Gostava de entender o motivo de alguém ainda se dedicar a esse género de profissão.
    Só pode ser por algo muito especial.

    JR

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    1. Deve ser um gosto especial de não cumprir horários! 😃

      Abraço

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  5. Incrível! Em pleno século XXI e na Capital do reino, a existência de um amola-tesouras é algo surreal. Desde a minha meninice que deixei de os ver e ouvir. Lembro-me de quando o som da sua flauta de Pã enchia o ar a anunciar a sua chegada, ainda ele vinha da 'rua de baixo'...Gostei muito de relembrar esses velhos tempos.

    Abraço.

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    1. Incrível, mesmo!
      Na minha meninice era uma correria na procura de facas, tesouras, chapéus de chuva, etc.

      Abraço

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  6. Provavelmente já vi um amola-tesouras em Portugal, mas não me lembra. Aqui 🇩🇪 de certeza que nunca vi.
    Boa noite 😘

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    1. Menina citadina é provável que não tenhas dado por eles.

      Abraço

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  7. Ainda não há muito tempo costumava passar por aqui um amola-tesouras. Se calhar não teve quem lhe desse continuidade. São profissões que, infelizmente, vão desaparecendo...
    Abraço
    Olinda

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  8. Mas alguns vão resistindo!

    Abraço

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  9. Há muitos anos que não vejo nenhum...

    Abraço

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    1. Eu também não via/ouvia nenhum há bastante tempo.

      Abraço

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  10. Também por aqui têm passado 2 desses profissionais dos arranjos. Conduzem uma bicicleta à mão (com uns quantos chapéus de chuva deitados na garupa) enquanto sopram aquela flauta de pan num característico sobe e desce de sons sincopados.
    Dizem que "adivinham chuva"! Talvez porque antes apareciam nos finais de verão/inícios de outono. Mas como os tempos estão mudados...
    Beijinhos soprado com sorrisos

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    1. Sou pouco versada em instrumentos musicais, para mim tocam realejo, de qualquer das formas o som é muito agradável.
      Está tudo mudado, com uma Primavera a oarecer Outono.

      Abraço

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  11. Desde a minha infância, nunca mais vi um afiador de facas.
    Lembro de tudo. Que saudade.
    "Tu cantas alegre o realejo
    parece que chora
    com pena de mim"
    Adorei relembrar essa música e passado distante.
    bjsssss, marli.

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    1. Eu vejo-os de vez em quando, mas nunca em Lisboa.
      Agradeço a visita!

      Abraço

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