terça-feira, junho 17, 2025

Reflexões

 Na Biblioteca Palácio Galveias, António Araújo fez a apresentação da biografia de Herberto Helder "Se Eu Quisesse Enlouquecia", da autoria de João Pedro George.

É uma longa, interessante e inusitada apresentação onde se refere que o autor pesquisou, durante 8 anos, tudo e mais alguma coisa sobre o homem e o poeta, para publicar esta obra que atinge quase 900 páginas.

Mas a minha reflexão só tem a ver com o título, aliás enlouquecer é um verbo recorrente em Herberto Helder.

Penso eu que querer enlouquecer não é assim tão difícil, difícil será poder enlouquecer.

Se eu pudesse enlouquecia não tem nada de poético, prende-se apenas e só com a nossa capacidade de resistência a esta vertigem que é a vida.

12 comentários:

  1. Que reflexão intensa ao fim da tarde.
    A É verdade, às vezes a vida desafia-nos de uma forma tão vertiginosa que parece quase impossível manter o equilíbrio. A resistência que temos dentro de nós é realmente o que nos sustenta nesses momentos difíceis. Essa frase transmite uma sensação de força e de luta, mostrando que, apesar de tudo, nossa capacidade de resistir é o que nos define.

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  2. Volto aqui novamente para retirar o A e acrescentar mais uma coisinha sobre o tema: querer ou poder enlouquecer é algo fácil de realizar. Trágico é não querer enlouquecer e isso acontecer.

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    1. É trágico para quem convive com essa loucura, porque quem enlouquece não sabe que está louco, pelo menos numa fase adiantada.

      Abraço

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  3. Pela minha parte, não preciso querer; já nasci dotada de uma certa dose de loucura...
    Abraço

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    1. De médico e louco, todos temos um pouco.
      Eu falei da loucura ao ponto de não sofrer com o que se passa à volta.

      Abraço

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  4. Tal como o Vidro Côncavo me levou a pensar em distorção da realidade, assim o enlouquecer me leva para a mesma linha de pensamento. Paranóia, psicose, uma vida/mundo inundado de vozes, de alucinações...
    Será este tipo de loucura a que esse “estudo” se refere?

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    1. Só quis dizer que, por vezes, era bom afastar-nos do real, só que as nossas obrigações obrigam-nos à lucidez.

      Abraço

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  5. Nessa perspectiva de loucura como forma de desprendimento, penso que nunca o conseguiria, Até porque não o procuraria.
    Conseguir Não enlouquecer na vertigem da Vida é que, por vezes, não é nada fácil.
    O ano de 2025 tem sido uma prova de fogo.
    Um abraço Leo,
    Sandra Martins

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    1. A vida é feita de luz e de sombra.
      Os momentos de sombra levam-me a desejar não estar lúcida, mas as obrigações prendem-me ao real.
      Desde julho de 2024 que tem sido um enorme desassossego, para mim também.

      Abraço

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    2. É o que eu tento pensar também: são momentos.
      E há Luz. Dentro de nós e a que vem dos outros.
      Um abraço Leo,
      Sandra Martins

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  6. Eis um livro que não lerei : não aprecio biografias.

    A loucura é algo tão complexo...

    Abraço

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    1. Nem eu, mas era só o título que estava em causa.

      Abraço

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