Lida a biografia de Maria Teresa Horta decidi embrenhar-me um pouco na sua poesia, marcadamente feminista.
Escolhi aquela cujo título dá nome ao livro de poemas publicado em 1971, mas depressa proibido pela Censura.
Minha senhora de mim
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
sem ser dor ou ser cansaço
nem o corpo que disfarço
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
nunca dizendo comigo
o amigo nos meus braços
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
recusando o que é desfeito
no interior do meu peito
Maria Teresa Horta, in Minha Senhora de Mim
Maria Teresa Horta, na lista da BBC, é das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras.
ResponderEliminarAbraço
E tu, António, és normalmente o meu primeiro leitor.
EliminarEstás na lista dos fiéis amigos!
Abraço
😎
EliminarO poema de Maria Teresa Horta é realmente tocante e cheio de emoção. A forma como expressa a complexidade dos sentimentos internos e a relação consigo mesmo é muito profunda e bela. Uma verdadeira reflexão sobre o amor e o conflito interior.
ResponderEliminarTem um domingo poético e belo 🌺
Muito tocante este poema na sua aparente simplicidade.
EliminarSoa a Camões, a Cantigas de Amigo e a Pessoa.
O desdobramento do eu poético que se sente perplexo perante o que sente, de tal forma que, obsessivamente, se repete no refrão .
Abraço