Na Biblioteca Palácio Galveias, António Araújo fez a apresentação da biografia de Herberto Helder "Se Eu Quisesse Enlouquecia", da autoria de João Pedro George.
É uma longa, interessante e inusitada apresentação onde se refere que o autor pesquisou, durante 8 anos, tudo e mais alguma coisa sobre o homem e o poeta, para publicar esta obra que atinge quase 900 páginas.
Mas a minha reflexão só tem a ver com o título, aliás enlouquecer é um verbo recorrente em Herberto Helder.
Penso eu que querer enlouquecer não é assim tão difícil, difícil será poder enlouquecer.
Se eu pudesse enlouquecia não tem nada de poético, prende-se apenas e só com a nossa capacidade de resistência a esta vertigem que é a vida.
Que reflexão intensa ao fim da tarde.
ResponderEliminarA É verdade, às vezes a vida desafia-nos de uma forma tão vertiginosa que parece quase impossível manter o equilíbrio. A resistência que temos dentro de nós é realmente o que nos sustenta nesses momentos difíceis. Essa frase transmite uma sensação de força e de luta, mostrando que, apesar de tudo, nossa capacidade de resistir é o que nos define.
Volto aqui novamente para retirar o A e acrescentar mais uma coisinha sobre o tema: querer ou poder enlouquecer é algo fácil de realizar. Trágico é não querer enlouquecer e isso acontecer.
ResponderEliminarÉ trágico para quem convive com essa loucura, porque quem enlouquece não sabe que está louco, pelo menos numa fase adiantada.
EliminarAbraço
Pela minha parte, não preciso querer; já nasci dotada de uma certa dose de loucura...
ResponderEliminarAbraço
De médico e louco, todos temos um pouco.
EliminarEu falei da loucura ao ponto de não sofrer com o que se passa à volta.
Abraço
Tal como o Vidro Côncavo me levou a pensar em distorção da realidade, assim o enlouquecer me leva para a mesma linha de pensamento. Paranóia, psicose, uma vida/mundo inundado de vozes, de alucinações...
ResponderEliminarSerá este tipo de loucura a que esse “estudo” se refere?
Só quis dizer que, por vezes, era bom afastar-nos do real, só que as nossas obrigações obrigam-nos à lucidez.
EliminarAbraço
Nessa perspectiva de loucura como forma de desprendimento, penso que nunca o conseguiria, Até porque não o procuraria.
ResponderEliminarConseguir Não enlouquecer na vertigem da Vida é que, por vezes, não é nada fácil.
O ano de 2025 tem sido uma prova de fogo.
Um abraço Leo,
Sandra Martins
A vida é feita de luz e de sombra.
EliminarOs momentos de sombra levam-me a desejar não estar lúcida, mas as obrigações prendem-me ao real.
Desde julho de 2024 que tem sido um enorme desassossego, para mim também.
Abraço
É o que eu tento pensar também: são momentos.
EliminarE há Luz. Dentro de nós e a que vem dos outros.
Um abraço Leo,
Sandra Martins
Eis um livro que não lerei : não aprecio biografias.
ResponderEliminarA loucura é algo tão complexo...
Abraço
Nem eu, mas era só o título que estava em causa.
EliminarAbraço