domingo, maio 25, 2025

Poesia ao domingo

Nunca  se sabe aquilo que

basta. Talvez baste um

poema, uma coisa

mínima, viva, nossa,

uma coisa sub-reptícia

para empunhar diante

do implacável acordo das

forma exteriores.

Também pode ser que nada baste. E nesse caso

tanto faz escrever um romance ou cem poemas

ou apenas um poema, ou 

ler ou emendar o céu

astronómico ou manter-

se parado no meio de um 

jardim húmido e

silencioso, à noite. Até

pode suceder que a morte

não seja bastante.


Herberto Helder


Jornal Público, 4 de Dezembro de 1990


Herberto Helder um poeta a conhecer melhor, um transgressor na mancha gráfica do poema.

12 comentários:

  1. Conheço pouco de Herberto Helder, nunca me chamou a atenção.
    Gostei do poema agora publicado.
    Abraço

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    1. Estou a tentar compreendê-lo, porque não é um poeta fácil.

      Abraço

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  2. Li muito do Herberto Helder e gosto muito deste poema!

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    1. Este poema chamou-me a atenção pela sua aparente simplicidade.
      A maioria dos seus poemas são complexos.

      Abraço

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  3. Nunca morri de amores pelos poemas de HH, mas há sempre um ou outro que me cativam mais a atenção...

    Abraço.

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  4. Fiz uma breve pesquisa. Poeta do Funchal, falecido em 2015.
    Li o poema e fiquei com a sensação de angústia. Não gostei da emoção. Prefiro ler algo que me disponha bem.

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    1. Pai do excelente comentador Daniel Oliveira!
      O poema não me trouxe essa sensação negativa.
      Gostei mesmo.

      Abraço

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  5. “Herberto Helder não era uma espécie de arcanjo”.
    João Pedro George fez a primeira biografia do poeta.

    Sou uma grande admiradora da sua poesia.
    O filho já me irrita profundamente, porque não comenta livre de ideologias políticas.

    Boa noite 😘

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  6. " Se eu wuisesse enloquecia" é o título da sua biografia que chegou às livrarias a 22 de Maio.
    Pelo telefone, uma amiga que adora biografias disse-me que era enorme.
    Estou a descobri-lo aos poucos, porque não é fácil.
    Já eu gosto de ouvir o Daniel Oliveira. 😀

    Abraço

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    1. Eu sei que “Se Eu Quisesse, Enlouquecia” é o título da biografia de Herberto Helder, de autoria de João Pedro George.
      Fruto de sete anos de trabalho do sociólogo e investigador, que reforça a coleção de Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea, que inclui títulos dedicados a Agustina Bessa-Luís, Manoel de Oliveira, José Cardoso Pires, Manuel António Pina, Natália Correia e Maria Teresa Horta.

      Abraço amigo neste início de semana 🌺

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    2. Ouvi na RTP2 a entrevista ao autor da biografia e fiquei curiosa, embora não goste muito de biografias.
      Quem já leu a da Agustina diz que está muito bem elaborada, quanto à de Maria Teresa Horta até estou a achar muito interessante a última parte.

      Abraço

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