Passa hoje mais um aniversário da morte de Fernando Pessoa ocorrida a 30 de Novembro de
de 1935.
Normalmente assinalo este aniversário com poesia mas hoje decidi optar pela prosa do "Livro do Desassossego" de Bernardo Soares, um semi-heterónimo de Pessoa uma vez que ele próprio o afirma na seguinte frase:
"...não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade."
E fiz esta opção precisamente por dominar mal esta "pessoa" de Pessoa, em relação aos três heterónimos mais conhecidos.
O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.
A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.
Nota:Peço desculpa pelas aspas que surgem onde não deviam surgir. Ocorreu um erro na colagem que não consegui corrigir.
Um jogo de palavras absolutamente brilhante e pleno de conteúdo.
ResponderEliminarE não mais tivemos outro assim!
ResponderEliminarAquele abraço
Bela homenagem.
ResponderEliminarQue pessimismo desgraçado, o deste Bernardo Soares!Não o conheço muito bem, mas não sei se terei pachorra para o conhecer melhor:)))))
ResponderEliminar(e as aspas até dão mistério ao texto...)
Beijo
Ilusões posso ir perdendo,algumas foram mesmo sempre para perder,a força e vontade de lutar,essas,não perco.
ResponderEliminarUm abraço,
mário
"A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. "
ResponderEliminarQue falta me faz um homem destes...
Rosa,
ResponderEliminarO Livro do Desassossego é leitura para toda a vida.
Beijo :)
Fernando Pessoa é uma referência, o seu talento e os seus ensinamentos quer em prosa ou em verso estão sempre actuais.
ResponderEliminarO livro do desassossego é para ser lido em sossego :)
beijinhos
Efeméride sempre bem lembrada e gostei do:
ResponderEliminarpelas aspas que surgem
onde não deviam surgir
um erro na colagem
não consegui corrigir
até na nota conseguiste rimar ;)
(tou a entrar contigo lol)
Bjos
Rosa
ResponderEliminarExcelente homenagem!!!
As ilusões trazem desilusões...não há desilusões sem ilusões.
Beijinho
Ainda não li este livro todo, apenas umas frases de vez em quando (a filosofia dá-me cabo do cérebro rsrs), mas adoro Fernando Pessoa.
ResponderEliminarBj
Eu ia sublinhar uma frase que me chamou a atenção neste texto de Bernardo Soares, heterónimo que mal conheço, mas o Rogério antecipou-se...
ResponderEliminarDisse bem a Fê...Fernando Pessoa* é referência, difícil surgir outro que se assemelhe a ele, esse livro que ainda não li, do "Desassossego está já na minha lista, será um dos que lerei em minhas férias.
ResponderEliminarLindo post, pelo fato de lembrar esse grande poeta português, *do Mundo inteiro.
Belo post, amei, te agradeço por partilhar conosco, beijinho.
Para mim, depois de Álvaro de Campos, é mesmo Bernardo Soares - que aliás acho muito parecidos.
ResponderEliminarBom feriado.
Com as aspas ficou mais original o assinalar da efeméride (ainda não li o Livro do Desassossego, mas está na minha lista).
ResponderEliminarum beijinho e bom feriado
Gábi
Fernando Pessoa e Miguel Torga são os escritores mais mencionados nos blogues. Merecedores inconstestáveis de tal menção. Apesar disso, e se não tivesse lido o teu texto, não teria associado este dia a Fernando Pessoa.
ResponderEliminarOscar Wilde também faleceu neste dia.
Abraço