terça-feira, julho 23, 2013

A janela entreaberta


(imagem da net)

Pela janela entreaberta espreita meio corpo inclinado de homem envelhecido, por cima da cabeça oscila uma pequena gaiola com um canário.
Vejo esta cena sempre que bebo café enquanto leio o jornal, numa esplanada perto de casa.
Hoje, apenas um braço pendia do lado de fora através de uma fresta. Um pombo estava pousado no parapeito e, com a mão estendida, o homem talvez estivesse a tentar alimentá-lo sem correr o risco de ele lhe entrar pela janela.
Uma cena de uma imensa ternura mas também de enorme tristeza e solidão!

Nota: É óbvio que não me atrevi a captar qualquer imagem...

22 comentários:

  1. Uma situação que tanta vez se repete...

    Compreendo a ausência da imagem, como é óbvio.


    beijinhos, Rosa

    ResponderEliminar
  2. E fizeste bem em não tentar captar. Respeitaste a sua privacidade.

    Essa janela aberto dá azo a muitas conjeturas.

    ResponderEliminar

  3. Captaste o(s) momento(s) e leste neles o que a idade traz a muitos - a solidão... para lá da janela.

    Beijo

    Laura

    ResponderEliminar
  4. Solidão: um dos males mortais dos nossos tempos.
    E a tua sensibilidade soube bem dizer-nos isso, sem ser preciso foto...

    ResponderEliminar
  5. Ternura e solidão... disse bem. o homem buscando no pássaro uma companhia. Parabéns, Rosa. beijos

    ResponderEliminar
  6. Janelas são abertas para fora e para dentro e ali sempre estará um vulto.Parabéns.

    ResponderEliminar
  7. A solidão, sobretudo na velhice, é sempre muito triste e assustadora...

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. E é essa solidão que me assusta, e tenho pena de todos os idosos...e ontem quando fui ao lar...doeu.
    beijinho

    ResponderEliminar
  9. Uma janela (por vezes entreaberta), para a rua, tendo por companhia um canário e uma visita extra inesperada ! :((
    Quantas conjeturas poderemos formular ! ...
    É triste a solidão !... :((
    Como nós (todos nós) somos tão felizes !... :)))
    .

    ResponderEliminar
  10. Rosa captaste com o teu coração e, a tua sensibilidade está aqui bem estampada, que me comoveu bastante.

    Sabes que me fizeste recordar uma Senhora muito rica da Marinha Grande que todos os dias colocava milho no quintal dela para os pombos que voavam por ali, chegaram a ser centenas, a senhora parecia muito saúdavel, mas teve um AVC e morreu a durante a noite, nessa manhã os pombos pousaram mas não comeram e não voltaram mais, o milho que tinha sobrado esteve meses acabando por secar com o calor, mas os pombos não voltaram.
    Desculpa, não resisti semcontar.

    beijinho e uma flor

    ResponderEliminar
  11. Não há dia em que não pense na velhice, mais ainda quando estou a nadar na piscina. Lembro-me dos que já partiram e... enquanto puder continuarei a fazê-lo.

    ResponderEliminar
  12. Nem é precisa a imagem real para "ver" o senhor idoso e as suas companhias, uma constante, outra ocasional! É uma cena comovente por se imaginar a solidão e, talvez, a doença!


    Um abraço.

    ResponderEliminar
  13. Nem foi preciso captares a imagem, porque as tuas palavras permitiram-me imaginar o cenário!

    ResponderEliminar
  14. Uma bela descrição mas, quem sabe não seja apenas um viver tranquilo...nem sepre quem está só vive triste.

    ResponderEliminar
  15. Sabes que fico por de mais tocada por estas imagens de solidão? Procuro evitá-las até porque depois não me saem da retina. E depois não consigo lidar com elas cá dentro a correrem-me dos olhos para o coração.

    ResponderEliminar
  16. existe muita solidão nos nossos idosos e não só, mas a ternura da vida continuam mantendo
    abraço

    ResponderEliminar
  17. A velhice e a solidão de mãos dadas é demasiado cruel.
    Aquele abraço, Rosinha

    ResponderEliminar
  18. É triste a solidão e infelizmente é tão comum entre os mais velhos.

    Bj Rosa dos Ventos

    ResponderEliminar
  19. Um grande abraço, Rosa. Lamento a perda da tua amiga.

    ResponderEliminar
  20. É tão triste envelhecer assim solitário....
    Bjs

    ResponderEliminar
  21. Por vezes sós

    mas nunca isolados

    Belo texto

    ResponderEliminar
  22. Comovente, mas uma realidade: há quem só recebe esses afectos.
    É a vida, querida amiga.
    Abraços

    ResponderEliminar