Ontem pude assistir na RTP 1 a este excelente filme franco- estunidense, datado de 2002, sendo Todd Haynes seu realizador, director e autor.
Muito resumidamente, o casal Frank e Cathy Whitaker vivem, com os seus dois filhos, um rapaz e uma rapariga, numa cidade do estado de Connecticut nos EUA, uma existência de perfeição - com sucesso profissional, social, económico.
O homem é um bem sucedido director da maior empresa da região e a esposa é a chamada fada do lar.
Os problemas de alcoolismo que Frank começa a evidenciar escondem um segredo que ela acaba por desvendar quando o encontra em atitudes comprometedoras da sua orientação sexual.
Perante o óbvio confessa à mulher a sua homossexualidade e o casal decide procurar ajuda média. Nos finais dos anos 50, contexto temporal da narrativa, só podia ser considerada uma doença.
Durante este processo de avanços e recuos no comportamento "desviante" de Frank, Cathy aproxima-se afectivamente do seu jardineiro negro, Raymond Deagan, homem culto, sensível e bem parecido.
O enredo tem dois temas que ainda hoje fazem correr rios de tinta - o preconceito racial e a homossexualidade e que estão longe de se esgotarem
Depois de ter sido ostracizada pela sociedade local devido à sua relação, se bem que platónica, com o jardineiro, Cathy acaba por aceitar o divórcio solicitado pelo marido que assume, sem sabermos em que circunstâncias, o seu amor por um jovem.
Sem amigos e sem dinheiro, ainda tenta seguir Raymond que muda de cidade com a filha pequena também ela a sofrer as consequências desta relação.
Mas na estação dos caminhos de ferro o homem negro e a mulher branca põem um ponto final na sua história sem final feliz.
Brilhantes interpretações dos actores principais, Julianne Moore, Dennis Quaid e Dennis Haysbert.
Só tenho pena que, para ver um bom filme, tenha de esperar pela meia-noite e meia e acabar por me deitar depois das duas e meia!
Ninguém com um horário a cumprir no dia seguinte pode fazer isto!
Acrescento ainda que, apesar da sociedade preconceituosa em relação aos dois comportamentos, conclui que o conflito racial foi considerado insolúvel ao passo que a homossexualidade entre dois homens brancos foi assumida pelos mesmos.
Seria diferente se um deles fosse negro?
Creio que sim!
Já vi este filme há algum tempo. Gostei dele pelas interpretações. Não gostei de como termina.
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Dois temas sempre actuais. Preconceito racial e homossexualidade. Quanto à segunda , eu que sempre aceitei essa maneira de ser feliz, não posso deixar de dizer que para tudo há limites. Veja-se o caso do cabeleireiro de Leiria e o seu parceiro que aparecem numa capa de revista com o seu bébé de 18 meses. Tenham paciência! Digo eu que, se fosse homossexual isso me vexaria tanto ou mais do que as revistas pornográficas com mulheres nuas e etc. Outro problema, que é focado no filme e continua a existir, são os casos de homossexuais não assumidos, que constituem família e que nunca serão felizes nem eles nem a esposa, se calhar nem os filhos.
ResponderEliminarOs bons filmes passam geralmente a horas tardias.
Pois, o problema é esse! Antes de passarem os filmes - alguns muito bons - submetem-nos a toda a espécie de programa para atrasados mentais e uma pessoa - eu, pelo menos, - não é capaz de aguentar!
ResponderEliminarO final deve ter sido péssimo!
Beijinhos e... podes contar mais filmes, que eu gosto!
Não vi o filme. Há sempre a possibilidade de gravação.:))
ResponderEliminarEle (filme) deve ter pretendido apontar nesses 2 sentidos tabu, até à década de 70 !
Felizmente que a evolução das mentalidades foi espantosa ! Desde a morte de Luther King (I have a dream) à Presidência , a evolução foi bem notória.
O mesmo a dizer em relação à aceitação da homossexualidade, que passou de doença a situação “normal” em relativo pouco tempo , mas sem dúvida mais fácil de entender, à época.
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Não sabia que a televisão,às vezes,passava algo que valesse a pena ver.Quando a ligava sentia-me,sempre,insultado.
ResponderEliminarUma sociedade preconceituosa será sempre injusta.
Um abraço,
mário
Querida Rosa, já vi duas vezes este filme e gostei imenso.
ResponderEliminarNunca consigo é ver estes filmes pela noite dentro, pois adormeço antes do 1º intervalo. Não podiam começar a emitir às 10h? Era muito mais plausível!
Olá!
ResponderEliminarNão vi o filme.
Concordo contigo: a actualidade das questões da homossexualidade e raciais são perenes.
Bjs
Rosa
ResponderEliminarTambém eu vi o filme pelo menos duas vezes, ontem não o vi, mas o que realmente me aborrece é que dão novelas atraz de novelas e os filmes dão muito tarde, para além disso os intervalos têm publicidades por vezes de 20m ou mais e por vezes repetidas, lógico que é com a publicidade que a TV ganha dinheiro, mas acho na minha ignorância que exageram nos intervalos dos filmes, não tenho TV Cabo, mas tenho Parabólica e por norma só vimos filmes noutros canais, mas até esses já têm intervalos com bastante publicidade.
Beijinho
Vi esse filme há tempos e coloquei questões semelhantes...
ResponderEliminarQuanto aos horáriso dos flmes na televisão generalista nacional são um verdadeiro insulto a quem trabalha.
Também gostei do filme. O racismo continua presente, disfarçado de “tolerância”; quanto à homossexualidade, a aceitação por parte de certas sociedades ainda não é total; as pessoas de “outra” orientação sexual ainda tem que vencer o ostracismo subtil quanto a casamento e/ou a ter filhos.
ResponderEliminarEstou triste, Rosa! Porque não vi o filme no cinema, e ontem, a essa hora, já estava a dormir, claro! Dás-nos contudo uma excelente sinopse do filme,que continua a ser actualíssimo, pois os dois problemas levantados estão ainda longe de estarem resolvidos.
ResponderEliminarVou entar vê-lo em DVD...
Beijo
Posso deixar, apenas, um beijinho...posso?:))
ResponderEliminarQuando eu vivia aí ou estava de férias (quando foi mesmo??) eu sempre disse que os bons filmes eram para a turma da insônia.
ResponderEliminarQuanto ao tema, aborda dois assuntos dos mais polêmicos.
Boa noite Rosa. A música já chega mais rápido.
Queixo-me do mesmo!
ResponderEliminarMas assim se conseguem ver e rever filmes extraordinários.
Caros amigos
ResponderEliminarSou noctívaga, sofro de insónias e não tenho horários a cumprir por isso às vezes arranjo paciência para esperar por programas fora de horas!
O problema é que às vezes perco mesmo a paciência com o que dão antes e com os intervalos infindáveis!
Mas valeu a pena o esforço!
Abraço
Às vezes também sofro de insónias ou, se calhar, já nem preciso de dormir muito tempo... mas o curioso é adormecer, precisamente, nos intervalos... não aguento a publicidade... se não o for no 1º é no 2º intervalo e depois, fico danada por ter adormecido no sofá... toda torta... aliás, só mais um bocadinho porque torta já eu sou... e refilona também lol
ResponderEliminarBjos
Não conheço o filme.
ResponderEliminarQuanto ao horário, esse é um dos mais bons serviços da televisão pública que temos...
Tudo de bom
Querida Isa
ResponderEliminarCá em casa o campeão de filmes aos retalhos é o meu parceiro! :-))
Abraço
Em se tratando dos EUA os preconceitos ainda hoje são maiores do que em qualquer outra parte do mundo, digamos, menos avançada.
ResponderEliminarSão moralistas demais para a cultura que exportam.
Jokas grandes
PS - andava mesmo atrasada na tua leitura.