Sempre que vejo papoilas, embora este ano ainda tenha visto poucas, me lembro deste poema de Cesário Verde...
De Tarde
Naquele "pic.nic" de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoilas.
Pouco depois, em cima de uns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro de papoilas.
Cesário Verde
Adoro papoilas e sempre gostei muito deste poema de Cesário.
ResponderEliminarUma semana boa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminare eu lembro josé gomes ferreira:
ResponderEliminarolha, ainda há flores!
mas quem se atreve a cantar a flor do verde pinho
no madrigal desta manhã de pesadelos?
e tu, papoila, minha bandeira breve
quando voltarás ao teu destino
de enfeitar cabelos?
embora aprecie - e muito - o cesário verde.
grande abraço, rosa dos ventos
Lindas as papoilas e o poema que não conhecia.
ResponderEliminarBeijo
Gostava de ser um pássaro para voar sobre todos os campos floridos que apenas vislumbramos nesta altura do ano em cada Primavera que eu tanto amo e tanto mexe comigo.
ResponderEliminarBeijossssss
Entre o supremo encanto da merenda e o destino de enfeitar cabelos, liberdades poéticas desiguais, digo-lhe, das papoilas, o que lhes gosto mais... comparo-as a pássaros. Papoilas e pássaros, não se dão com outro destino que não a lberdade dos campos. Experimente colher tal flor e logo se vão seus encantos. Não se dá seja qual for a clausura. Uma vez colhida, pouco dura...
ResponderEliminarEncarnadas são também as rosas.
ResponderEliminarEsvoaçantes, ao sabor do vento
Prefumadas, bravas, doces, belas
Oferecem ao mundo o seu encanto.
;)
A mim e à minha mulher faz-nos lembrar a viagem de núpcias, (claro, casamos em Maio).
ResponderEliminarEm determinada altura passamos por um campo delas, tantas, tantas e ficamos a apreciá-las. Pena morrerem ao fim de muito pouco tempo de ser colhidas.
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Querida Rosa, gosto muito deste poema do Cesário Verde, tal como de papoilas :)
ResponderEliminarNão há dúvida que são graciosas, belas, frágeis e... espertas... nada de durar muito, para não criar maus hábitos ;)
ResponderEliminarBjos
Rosa,
ResponderEliminarMuito bem visto o poema, ele é maravilhoso.
Sempre achei as papoilas encantadoras e sensuais...
Beijo :)
Tão belo, Rosa! O poema, este tempo de recomeço, a tua associação de ideias!
ResponderEliminarRV, antes de vir para estas terras pertencia (e hei-de voltar a pertencer) a um club de leitura em que um dos autores estudados foi Cesário Verde. Esse poema foi especialmente explicado por duas colegas que sabem do assunto…gostei imenso.
ResponderEliminarQuanto às papoilas, sempre que me debruço sobre elas, lembro-me da minha infância e de como, com elas, eu e a minha irmã estragamos uns lindos vestidos que então levávamos! O nosso pai, sempre pronto a deixar-nos conhecer a natureza, e sem ligar a essas coisas de vestidos novos deixou-nos entrar por um campo de papoilas parecido ao da sua fotografia… e o resultado como se imagina foi desastroso!
Sabes onde foi tirada a foto, Justine?
ResponderEliminarNo caminho de Santo Amaro para o Alveijar!
Muito lindas, as papoilas! Adoro vê-las nos campos. Têm um encarnado único! O poema também é muito bonito; bem ao jeito de Cesário. Só não gosto de pic-nics... Sou muito citadina, como sabes!
ResponderEliminarBeijos vermelhos, de Maio!
Eu gosto de piqueniques mas familiares, nada de arraiais minhotos Fazia muitos quando os miúdos eram pequenos!
ResponderEliminarEles adoravam!
Abraço, citadina
A mim também me encantam!
ResponderEliminarSou incapaz de não as fotografar...mesmo que pareçam repetidas das fotos.
Gosto deste poema...e gosto de o analisar.:)
um gde beijinho
É uma delícia este poema de Cesário Verde! Até parece que saboreamos os frutos e o pão-de-ló molhado em malvasia! Lembro-me dele declamado por João Villaret mas no youtube só aparece noutras interpretações.
ResponderEliminarObrigada pela lembrança.
Gosto de papoilas.
ResponderEliminarNão conhecia o poema e vou copiá-lo para arquivar e poder relê-lo. Abraço.
Um belo poema sobre as papoulas do amigo.
ResponderEliminarRosinha,
ResponderEliminarVai lá ao blogue ver se recordas aquele rosto.
bji
Confesso que tenho assim como que uma alergia a arte parnasiana e a sugestões pictóricas.
ResponderEliminarFiquei corado...
;)
Também adoro papoilas e este ano por acaso tenho visto algumas!
ResponderEliminarBjs
Adoro este poema de Cesário Verde. Estive quase a publicá-lo no outro dia. Depois a net foi a baixo...
ResponderEliminarbonito e sensual.
ResponderEliminarabraço Rosa
É raro ver papoilas por aqui. São lindas e alegres.
ResponderEliminarbeijos Rosa...com Sol!
Elas, as papoilas, são belas, alegres e frágeis!
ResponderEliminarSó um poeta se lembraria de as colocar tão sensualmente no decote de uma jovem... :-))
É que, além de se desfazerem rapidamente, deixam manchas na roupa como alguém aqui disse!
Abraço
Amei, desde sempre, a poesia de Cesário Verde.
ResponderEliminarSomos um país de poetas à beira-mar.