A única obra de Fernando Pessoa publicado em vida foi "Mensagem"!
Pois este é o poema de abertura que o nosso poeta múltiplo escreveu:
Primeiro/ O Dos Castelos
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa, in Mensagem
Nota: uma visão poética de Portugal na Europa.
poética, dizes bem, Rosa.
ResponderEliminarabraço
Poe´tica, mas também realista...
ResponderEliminarNão sou o que se possa chamar um expert em literatura, mas gosto imenso de Pessoa ! Perante uma obra tão vasta, aprendi agora que "Mensagem" foi a sua única obra editada em vida. Não sabia !
ResponderEliminar.
Um nacionalista, este Pessoa!
ResponderEliminarFossemos todos um pouco como ele e não estaríamos como estamos!
Boa escolha para o Dia da Europa.
Beijinhos
Pena que os olhos que melhor vêem o nosso país são os dos poetas.
ResponderEliminarBeijossssss
Para ti Rosa que gostas de Pessoa, cá vai:
ResponderEliminarTodas as cousas que há neste mundo
Têm uma história,
Excepto estas rãs que coaxam no fundo
Da minha memória.
Qualquer lugar neste mundo tem
Um onde estar,
Salvo este charco de onde me vem
Esse coaxar.
Ergue-se em mim uma lua falsa
Sobre juncais,
E o charco emerge, que o luar realça
Menos e mais.
Onde, em que vida, de que maneira
Fui o que lembro
Por este coaxar das rãs na esteira
Do que deslembro?
Nada. Um silêncio entre jucos dorme.
Coaxam ao fim
De uma alma antiga que tenho enorme
As rãs sem mim.
Fernando Pessoa, 13-8-1933.
Um abraço
Devo clarificar o Rui da Bica que foi o único livro em português publicado em vida,é que também foram publicados poemas em inglês...
ResponderEliminarPergunto-me como seria a "Mensagem" escrita hoje, no Dia da União Europeia, que de união tem muito pouco...
ResponderEliminarPois é, quando vi o título e o conteúdo veio-me logo à mente a questão do dia, e esta Europa agora tão discutida e questionada. O problema é que o ser humano só gosta do que vai bem e não tem o costume de refletir quando as coisas não vão bem. Estamos todos na ressaca dos anos dourados da UE, mas isso não quer dizer, na minha humilde opinião, que o projeto esteja falido. Há que adaptá-lo aos tempos que correm. É como tudo na vida, é como fazer aniversários.
ResponderEliminarBeijinhos senhora dos ventos, sempre muito oportunos seus posts. E bonitos.
ooopssss... to com a identidade errada. Sou a Lóri!
ResponderEliminarTão actual!
ResponderEliminarRV, este poema é muito geográfico e aqui há muitos anos li-o perante um mapa da Europa aos meus alunos de 12ºano! Este poema é extraordináriamente interessante feito por alguém que sabia profundamente observar!
ResponderEliminarÉ a visão do poeta num poema fantástico que eu não conhecia!
ResponderEliminarBoa semana
Intemporal!
ResponderEliminarbji
Basta recuar no tempo para ver que somos o quintalinho de sempre.
ResponderEliminarPortugal estar na Europa ou noutro Continente qualquer... tanto faz como fez...
Para pararem com as fitas... talvez congelá-lo no Polo Norte... mas mesmo assim, seria por pouco tempo... está a derreter ;)
Bjos
(É. Ele gostava de pôr álcool em feridas...)
ResponderEliminar;)
Peço desculpa, Lóri mas não consigo situar o teu blog porque, além de te ter perdido de vista, usaste uma identidade através da qual não consigo encontrar-te.
ResponderEliminarMas sei que nos conhecemos desde que iniciei esta aventura...sem rumo!
Abraço
Caros Amigos
ResponderEliminarJá ninguém "poetiza" a Europa! :-((
É só prosa e trágica!
Abraço
Lindíssima a imagem que já conhecia - a cara agreste virada ao Atlântico. Há poetas que olham e vêem a poesia, mesmo que trágica!
ResponderEliminarUm beijinho