segunda-feira, janeiro 01, 2007

Começa hoje o ano



Nada começa: tudo continua.

Onde 'stamos, que vemos só passar?

O dia muda, lento, no amplo ar;

Múrmura, em sombras, lui a água nua.

Vêm de longe,

Só nosso vê-las teve começar.

Em cadeias do tempo e do lugar,

É abismo o começo e a ausência.

Nenhum ano começa. É Eternidade!

Agora, sempre, a mesma eterna Idade,

Precipício de Deus sobre o momento,

Na curva do amplo céu o dia esfria,

A água corre mais múrmura e sombria

E é tudo o mesmo: e verbo o pensamento.

Fernando Pessoa

Nada começa - tudo continua! Não uso agendas nem calendários em casa. Uso poemários e a única alteração está no Poemário. O do ano passado foi para o arquivo do sótão e o deste ano foi aberto no dia 1 - é precisamente este o 1º poema de 2007.

6 comentários:

  1. beloooo

    "em cadeias do tempo e do lugar"

    jocas maradas de palavras

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  2. E se cada dia fosse bom como um poema... seria bom.

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  3. gosto da ideia. oh, poemas... e da vida, fazer um. construí-lo.

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  4. Eu tenho "Viva na Poesia", arteplural-edições.

    É fantástico cada dia um poema, são assim as minhas agendas:)

    Sérgio Godinho, sempre, mas sempre!

    Beijinho e força no Novo Ano!

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  5. E que belo acompanhante para o 2007, um poemário.
    Beijinho e desejos de um Ano Novo cheio de coisas boas.

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  6. E que bela maneira de abrir a janela do novo ano...
    Obrigado pela visita.
    Gostei muito do que vi por aqui. Voltarei.
    Bjinho.

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