Nada começa: tudo continua.
Onde 'stamos, que vemos só passar?
O dia muda, lento, no amplo ar;
Múrmura, em sombras, lui a água nua.
Vêm de longe,
Só nosso vê-las teve começar.
Em cadeias do tempo e do lugar,
É abismo o começo e a ausência.
Nenhum ano começa. É Eternidade!
Agora, sempre, a mesma eterna Idade,
Precipício de Deus sobre o momento,
Na curva do amplo céu o dia esfria,
A água corre mais múrmura e sombria
E é tudo o mesmo: e verbo o pensamento.
Fernando Pessoa
Nada começa - tudo continua! Não uso agendas nem calendários em casa. Uso poemários e a única alteração está no Poemário. O do ano passado foi para o arquivo do sótão e o deste ano foi aberto no dia 1 - é precisamente este o 1º poema de 2007.
beloooo
ResponderEliminar"em cadeias do tempo e do lugar"
jocas maradas de palavras
E se cada dia fosse bom como um poema... seria bom.
ResponderEliminargosto da ideia. oh, poemas... e da vida, fazer um. construí-lo.
ResponderEliminarEu tenho "Viva na Poesia", arteplural-edições.
ResponderEliminarÉ fantástico cada dia um poema, são assim as minhas agendas:)
Sérgio Godinho, sempre, mas sempre!
Beijinho e força no Novo Ano!
E que belo acompanhante para o 2007, um poemário.
ResponderEliminarBeijinho e desejos de um Ano Novo cheio de coisas boas.
E que bela maneira de abrir a janela do novo ano...
ResponderEliminarObrigado pela visita.
Gostei muito do que vi por aqui. Voltarei.
Bjinho.