Além das compras que tive que fazer, sem sair do bairro, mesmo depois de grande resistência - há sempre crianças a contar com alguns embrulhos e adultos também, diga-se em abono da verdade - acompanhei o meu cara-metade a uma festa de Natal, numas instalações novinhas conseguidas à custa da população, do dinheiro de emigrantes e de algum apoio da Segurança Social, na freguesia dele. Os intervenientes especiais eram crianças de uma creche e homens e mulheres da dita 3ª idade, mas daquela que ainda só tem apoio ao domicílio.
Foi lindo!
Amanhã talvez coloque algumas fotos.
À noite fui à última Assembleia de Freguesia do ano, cá da santa terrinha. Foi um enorme sacrifício porque estava um frio de rachar mas fiz bem. Do lado do público fiz os possíveis por mostrar que o voto do povo não cai em "saco roto" e que é possível acreditarem em quem votaram, independentemente de se encontrararem na oposição. Quem está no poder tem sempre facilidade em fazer passar a mensagem.
Antes, ainda, tive tempo de visitar "O castelo vai nu" e verifiquei que me ofereceram, como Boas Festas, a leitura de "Movimento Perpétuo" de António Gedeão.
Fiz os comentários que quis, mais ou menos desatinados, devido à minha mania de fazer leitura excessivamente global. Por isso não resisto, apesar do adiantado da hora, a transcrever um dos poemas dessa primeira obra do poeta.
Como gosto de todos, escolhi um dos mais pequenos porque a prosa vai alongada.
AMOR
Recorto na dor impressa
nos olhares que se consomem,
o perfil de um outro homem
que em termos de amor se meça.
Tanta semente se perde
em terras siliciosas!
Tantas agulhas rochosas
à beira de um prado verde!
Tanto pão por amassar!
Tanta boca por sorrir!
Oh quem pudesse partir
e um dia ressuscitar!
Com amor para "O Castelo vai nu", apesar de não saber se me visita.
É que, de facto, o meu blog não é um blog local, é mais "generalista".
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