quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Ítaca

 Ando a ler um livro que me levou ao conhecimento do poeta grego-otomano Konstantinos Kaváfis que nasceu e morreu em Alexandria.

Pensava eu que seria egípcio mas o Google dá-me esta informação. Deve haver razões de ordem histórica para tal, talvez tenha a ver com o Império Otomano.

E aqui está o poema que me levou até ele:


"Quando abalares, de ida para Ítaca,

Faz votos por que seja longa a viagem,

Cheia de aventuras, cheia de experiências.

E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,

O irado Poséidon, não o temas,

Disso não verás nunca no caminho,

Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre 

Emoção tocar tua mente e corpo.

E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,

Nem o fero Poséidon hás de ver,

Se dentro d´alma não os transportares, 

Se não tos puser a tua alma à tua frente."


Segundo a personagem que o recita é mais do que um poema, é o percurso da vida de cada um de nós que nem sempre chega a bom porto, tantos são os perigos.

É preciso guardar alto o nosso pensar enquanto viajamos para Ítaca!

15 comentários:

  1. Esta tua publicação não actualizou ainda no meu blog, Leo.

    Achei o poema interessante, intenso, para ser lido e interiorizado, analisando tudo o que nos toque mais de perto.
    Não é uma leitura fácil.

    Leo, deixo-te o endereço electrónico que pedes.

    fgmncf@gmail.com

    Beijinhos.

    PS- Se não te custar muito elucida-me em relação ao nosso saudoso Mestre Rui. Não me lembro deste autor ter passado pelo "Coisas da Fonte".

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    1. Este autor, que eu saiba, nunca passou pelo Coisas da Fonte do nosso Rui.
      Apareceu por acaso num livro que estou a ler.
      Também não o conhecia.
      Mando o mail amanhã.
      Obrigada

      Abraço

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  2. Uma bela metáfora para o percurso a que chamamos vida.

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  3. Poema intenso, profundo nas palavras, com uma sedução poética muito bonita. Não conhecia o autor.
    .
    Cumprimentos poéticos.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Talvez consigamos chegar a bom porto, se na nossa viagem
    conservarmos em nós altos pensamentos.
    Belo poema. Gostei muito.
    Beijo
    Olinda

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  5. O Kaváfis é um clássico, já citado por Lawrence Durrell no "Quarteto de Alexandria ". Mas é sempre um prazer lê-lo.

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    1. Não dei por ele no Justine, o único que li.
      Mea culpa!

      Abraço

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  6. Quando me ocorre a ilha
    Sempre a ligo a Ulisses
    heróico rei de Ítaca
    e Homero vem logo de seguida

    os poemas
    são como as cerejas

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  7. um belo poema que me acompanha.
    Cavafis nasceu e poetou por Alexandria no séc XIX, a antiga encruzilhada dos saberes,
    para onde rumavam os antigos "sábios" do Mundo Clássico,confluindo na célebre
    Biblioteca.
    Se me permite,não dei com este link aqui, Sean Connery recita Ítaca:
    https://www.youtube.com/watch?v=MyWK1fZBmnk
    Tudo de bom.
    José

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  8. Já andei a "visitá-lo" em Alexandria, na casa que foi a sua e agora é um museu!
    Sim, a interpretação do poema é essa mesmo, quantas vezes este poema de Kaváfis é mal compreendido...

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    1. E não havias tu de visitar Alexandria e de o conhecer bem.

      Abraço

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  9. GOstei de muitissimo de conhecer e adorei o poema.

    Pode-se saber a época em que viveu e o título do livro?


    Beijinho e boa semana

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  10. Conhecia o poema, o autor, e sempre pensei que a nossa viagem começa num lugar qualquer e Ítaca é o nosso sonho de chegar bem e com confiança, apesar dos deuses contrários. Este e o "Se" (embora noutra época de adolescente pois é um poema "estóico"), de Rudyard Kipling, são poesia também caseira para mim, ou seja, lembro-os.
    De Khalil Gibran, libanês, há um muito belo, sobre "Os filhos".
    Abç

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