É tempo de verão, tempo de evasão, de diversão, as férias pedem lugares diferentes, lonjuras...se possível!
Nos blogues, no facebook reflectem-se estes estados de espírito relacionados com o desejo de partir, depois partilham-se fotos mais ou menos exóticas e ou interessantes, descrevem-se emoções ou simplesmente descreve-se o que se vê.
Nem a propósito, a crónica de José Tolentino Mendonça da Revista do Expresso deste sábado versava o tema da "viagem" e às tantas diz-nos o seguinte:
"Nenhum país é mais estrangeiro do que o nosso coração. E se não assumimos isso num trabalho pacientíssimo de integração e transformação, tornaremos cada lugar aonde cheguemos, por mais feliz e prometedor que seja, um exílio e uma terra de ninguém. O verdadeiro viajante é aquele que descobre a necessidade de bússolas simbólicas para a sua travessia. Bússolas em vez de derivas. Um último ponto. A quinquilharia exótica que os turistas arrastam como memória material da sua errância não passa de um equívoco. A viagem não tem nada para dar-nos, além da morte das nossas ilusões e de um novo nascimento. A viagem só tem a oferecer conhecimento. Isso é o que está reflectido no extraordinário poema de Konstantinos Kaváfis chamado "Ítaca":
"(...)
Não te apresses nunca na viagem.
É melhor que ela dure sempre muitos anos,
que sejas velho já ao ancorar na ilha,
rico do que foi teu pelo caminho,
e sem esperar que Ítaca te dê riquezas.
Ítaca deu-te essa viagem esplêndida.
Sem Ítaca não terias partido.
Mas Ítaca não tem mais nada para dar-te."
Não concordo totalmente... Estarei sob a influência de uma viagem/férias que foi uma festa para os meus sentidos? Trouxe muito mais do que conhecimento. Registarei em papel para que caso a minha memória se desvaneça com o tempo possa recordar mais tarde o quanto me fez bem.
ResponderEliminarUm texto maravilhoso.
ResponderEliminarNunca ter pressa de acabar a viagem e vivê-la o mais completamente possível.
As férias são uma viagem que empreendemos para fugir aos habitos e rotinas.
Se aquilo que encontro for um deserto sem nada, apenas terei de me esforçar por viver esse local e aprender o que ele tem de bom.
Gostei do poema. Quanto à teoria, haverá outros pontos de vista. Certo é que se não estivermos em paz com nós próprios, não é uma mudança de local/viagem que fará a diferença... ;)
ResponderEliminarAbraço
Essa viagem de que aí se fala parece-me que é a viagem da vida. Mais do que uma viagem de férias. :)
ResponderEliminarTolentino de Mendonça, pois... filosófico de mais para um domingo à noite... Tantos planos de viagem!! A da vida, a interior, a da morte, a dos sonhos, a do Amor, etc. etc. Face a estas as viagenzinhas que vamos fazendo (ou íamos, que agora não dá...) nada são, nada valem...
ResponderEliminarBeijinho
As viagenzitas que fazemos valem sempre muito, Gracinha! : ))
ResponderEliminarQue nunca nos falte Ítacas ao longo da vida... mesmo que não sejam repletas de dificuldades e desafios que, supostamente, nos tornarão mais fortes e mais experientes.
Prefiro o “mar calmo” para chegar ao meu destino. : )
Uma pequena maravilha.
ResponderEliminarBoa semana, cheia de viagens, ilusões, deslumbramento.
Adoro viajar! Faço-o muitas vezes sem sair de onde estou...
ResponderEliminarTempo de evasão, sim!
ResponderEliminarDe diversão, não!
E a Ítaca não tem mais nada para me dar!
Boa semana, Rosa dos Ventos!
RV, gostei muito do seu post de hoje, do que escreve e do que transcreve!
ResponderEliminarTurista é para mim diferente de viajante, viajante é o que vê é o que reflete logo o que vai aprendendo...
A minha "quinquilharia" resume-se sempre e apenas do tal postal para NÓS!
~
ResponderEliminar~ ~ "Ítaca não tem mais nada para dar-te."
~ ~ É o ponto de vista destes autores, com o qual não concordo.
~ ~ Ítaca tinha o seu tesouro mais precioso-- a bela e fidelíssima Penépole que tanto o amava que lhe perdoava as longas ausencias, em busca de glória.
~ ~ Para Odisseu, Ítaca era o seu doce lar, o seu chão, o seu reino-- o lugar onde queria viver a sua maturidade, a sua velhice e onde queria morrer.
~ ~ As suas viagens e os feitos heroicos de Troia, ficaram como recordações de aventuras de adolescente.
~ ~ Na minha opinião, o ser humano sedentário, gosta de viajar, mas adora voltar ao seu lar, ao que lhe pertence.
~ ~ Diferentes pontos de vista-- diria que os autores são celibatários emperdenidos.
~ ~ ~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~ ~ ~
Há tempos publiquei esse poema no On the rocks.
ResponderEliminarQuanto á crónica, apenas acrescentaria que há muitos viajantes que são incapazes de ver.Por isso nada aprendem.
O prazer da vida está no seu percurso, “na viagem” e não na meta final (Ítaca) !.
ResponderEliminarÌtaca, o objectivado destino final, é uma ilusão. Uma vez atingido não podemos esperar mais nada.
É bem melhor que “a viagem” dure uma vida e que apenas se atinja Ítaca, quando tudo o mais já perdeu o interesse !
É um destino, cujo percurso nos deu tudo e nisso é que reside o interesse fundamental das nossas vidas !
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Também li o texto na Revista do Expresso e não concordo em todo, pontos de vista diferentes.
ResponderEliminarRosa o local que refiro no meu blogue é a Discoteca Império Romano na Marinha Grande.
Beijinho e uma flor
Adorei o texto Rosa, e mais ainda do poema de Konstantinos que nos faz lembrar de viagens esplêndidas e de quem e por quem não teríamos partido.
ResponderEliminarabraços Rosa
boa semana
Há viagens que se vivem melhor
ResponderEliminarantes da partida
Ainda bem que há leituras diferentes deste "post"!
ResponderEliminarÉ preciso não esquecer que o texto de onde foi retirado é muito mais abrangente, mais rico e corremos sempre o risco de não focarmos o fundamental!
Estou com a interpretação daqueles que olharam para Ítaca como uma metáfora!
Também acho ainda que dentro da grande viagem que é a nossa vida cabem muitas viagens e a maioria delas nem é geográfica!
Claro que as viagenzinhas que vamos fazendo nos dão muito prazer sobretudo quando conseguimos ver o que ninguém vê! :)
Abraço
Boa tarde,
ResponderEliminarcada cabeça tem a sua interpretação após a mesma leitura, concordo que a viagem deve de ser feita com tempo e sem tempo.
Dia feliz
AG
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Desta vez discordo total e frontalmente do sacerdote!
ResponderEliminarEmbora não consiga perceber como existem pessoas que não gostam de viajar, respeito essa falta de entusiasmo.
Viajar abre-nos os horizontes, dá-nos a conhecer outras culturas , proporciona-nos aquilo a que eu chamo Encontros e , finalmente, mostra-nos que todas as pessoas são iguais na sua diversidade.
Beijinhos
~
ResponderEliminar~ ~ Estive a ler a biografia do poeta KK e o poema Ítaca.
~ ~ A minha intuição não me enganou-- ele é mais do que um celibatário-- trata a história de Odisseu como se não existisse Penépole, figura que não lhe interessava minimamente.
~ ~ Acho a metáfora redutora e não foi escrita por um homem maduro.
~ ~ Há um tempo para tudo-- Há um tempo para viajar longamente, aprender e viver aventuras e há um tempo para amar...
~ ~ Não se aprende tudo em viagens, aprende-se muito ensinando um filho, coisa que KK nunca aprendeu, para sua infelicidade.
~ ~ ~ ~ Abraços. ~ ~ ~ ~
Caras amigas
ResponderEliminarEle bem diz que a viagem só traz conhecimento!
Gosto de viajar mas tenho tido vários entraves para o poder fazer, em contrapartida tenho viajado convosco e de várias maneiras!
Abraço
~
ResponderEliminar~ ~ Querida Leo, desejo que tudo corra da melhor maneira.
~ ~ ~ ~ Um grande abraço. ~ ~ ~ ~
E viagem mais bela não há.
ResponderEliminarBjs
Li o poema Ítaca como uma metáfora, sendo a vida essa viagem esplêndida.
ResponderEliminarActualmente, penso que a Ítaca não tem mais nada para me dar.
Saudações da amiga de longe!
belo sermão... dominical!
ResponderEliminaraté um herético diz amén...
beijo
Pudéssemos nós, ter aprendido,
ResponderEliminarcom Ítaca e os velhos.
Maior resiliência neste mundo doudo.
Tudo passa, até a demande de.
abç da bettips
Um poema é uma determinada forma de pensar que cada um interpreta segundo a sua maneira de ser e sentir. Este excerto não foge à regra. Concordo em parte e discordo no pressuposto de que "Ítaca não tem mais nada para dar-te".
ResponderEliminarQuanto à crónica de Tolentino Mendonça, razão tem em dizer que nenhum país é mais estrangeiro do que o nosso coração.
De que adianta viajar, conhecer mundo, se não estivermos dispostos a ver o que nos rodeia, de coração aberto e mente disponível, para absorver o que de belo nos traz a viagem?
Rosinha, por motivos familiares, tenho andado um pouco afastada, mas não esquecida! :)
Um abraço.
Gosto muito das crónicas de JTM, leio-as todas as semanas. Esta ainda com maioria de razão, pois fala de viagens e de K Kaváfis, o poeta de Alexandria e do "Quarteto... "
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