segunda-feira, junho 27, 2022

Chama-se Ana

No sábado recebi a visita da minha cunhada mais nova e fui marcar mesa ao restaurante que fica a poucos metros da minha casa. É que ao fim de semana esta santa terrinha enche. A jovem que me atendeu falava um Português correcto mas com uma pronúncia estranha. À 13 lá estávamos e foi a mesma jovem que nos recebeu muito gentilmente. Às tantas perguntei-lhe a nacionalidade, repondeu que era portuguesa. -Então de onde vem essa pronúncia? -Da Alemanha, fui para lá muito pequenina. - Quer dizer que voltou de vez? - Não, como gosto de Portugal e da Alemanha aproveito o que os dois países têm de bom, venho fazer aqui o Verão e depois regresso. - E como se chama? - Ana! Disse tudo isto com um ar felícissimo e nós duas felizes ficámos por não ouvirmos queixas. Que bom haver portugueses jovens e felizes!

15 comentários:

  1. Obrigado! Ela vive na Alemanha e só cá vem nas férias...se cá vivesse o ano todo e ganhasse o ordenado mínimo ( ou a família dela), não estaria tão feliz....

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  2. Ó Rosa, veja o "Linha da Frente" de 23 de Junho ( está no YouTube) sobre o que é viver com o ordenado mínimo e depois falamos...

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    1. Nem imagino sequer!
      Mas ela está feliz junto da família, está feliz com o clima, está feliz com a simpatia dos clientes, depois vai ganhar dinheiro para a Alemanha.
      Daí dizer que aproveita o que de bom há nos dois países.
      Em Portugal também há coisas boas e bonitas!

      Abraço

      Abraço

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  3. Eu falo português correctamente com a pronúncia do Porto 💙

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    1. Mas a pronúncia do Norte nota-se à distância.
      O "accent" desta jovem era estranho, notava-se que não era de Leste.
      Tu és uma portuguesa culta e foste adulta para a Alemanha.

      Abraço

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  4. Eu diria que os jovens – na situação como a da Ana – não são de se queixar. Têm o melhor dos dois mundos, como a Ana disse. Tem os seus pais e amigos na Alemanha, talvez frequente a faculdade, e depois, durante as férias, vem preencher uma vaga que um/a português/a provavelmente não quer, ganha uns “patacos” e aproveita o sol, a praia e os divertimentos que o meio lhe proporciona. : )
    Na minha opinião (e experiência) são os “adultos mais velhos” que gostam de se queixar e de criticar “Ah, se não fosse o inverno, este país seria um paraíso”, dizem alguns portugueses e quase todos os brasileiros. 😊)
    Quando os portugueses vão de férias, já não sei se se queixam ou não. Mas se eles continuam a passar as suas férias nesse lindo país, é porque continuam a gostar dele.

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    1. Embora os filhos dos emigrantes tenham as mesmas oportunidades dos filhos dos alemães, é muitíssimo difícil encontrar um filho de um emigrante numa universidade alemã. Claro que me refiro aos emigrantes, que emigraram por razões financeiras. Claro que os filhos de emigrantes russos, que conheço, os filhos andam no liceu e pensam entrar numa universidade. A maioria dos pais são médicos. O problema nem é mesmo a nacionalidade. O problema está no nível da cultura dos pais. A estatística diz-nos que filhos de trabalhadores, sejam alemães ou estrangeiros, são uma minoria no mundo académico alemão.

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    2. Embora a comunidade portuguesa não esteja tão bem representada nas universidades canadianas como alguns grupos de outras etnias, encontramos muitos luso-canadianos/portugueses ou descendentes de portugueses nas várias universidades de Toronto. Consequentemente, temos portugueses em todos os setores possíveis e imaginários. : ) Médicos, professores, advogados, políticos, engenheiros, homens e mulheres de negócios e a lista continua. Há escolas primárias e secundárias onde a população estudantil é predominantemente portuguesa. Em Toronto. Também houve uma altura em que a mais alta taxa de abandono escolar pertencia aos alunos portugueses seguida pelos estudantes de cor e de língua espanhola.

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  5. Conheço engenheiros, médicos, enfermeiros, professores a trabalhar nas suas áreas no estrangeiro.
    Os seus filhos já irão estar em pé de igualdade dos autóctones e provavelmente não voltarão ao país de origem dos pais.
    Mas com a globalização também temos muitos estrangeiros a virem viver e desenvolver as suas actividades num país com um bom clima, segurança e gente hospitaleira.

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  6. Que haja muitas Anas...

    Beijinho e boa semana :)

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  7. Parece ser uma Ana muito corajosa e bonita

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  8. Todas as Anas que conheço têm essa característica: não ser queixinhas e viver com alegria, aproveitando o melhor que a vida tem de bom. Trabalho, amigos, família...
    A minha filha é Ana e minha Mãe também Ana se chamava. :)

    Grande abraço.

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  9. Uma história simples, bela, comovente e acima de tudo bem contada!

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  10. Gostei muito do seu texto. Uma nota de alegria e boa
    disposição. Há muitas coisas boas por cá. Aproveitá-las
    e divulgá-la é preciso.
    Abraço
    Olinda

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  11. RV, gostei de ler, da história simples e da excelente forma de como a narrou! Dalma
    A mim falta-me a vontade de escrever…

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