sexta-feira, agosto 13, 2021

Verões

 A praia da minha infância foi a Nazaré!

O que recordo desses verões felizes resumem-se a:

Bolos da Batel e de Alfeizeirão vendidos em caixas com gavetinhas que se abriam diante de nós, de joelhos, com a água salgada a escorrer do cabelo pela cara abaixo;

Barquilhos com uma rodinha da sorte e línguas da sogra;

O jogo do prego que podia ser de ferro e era guardado de um ano para o outro, ou de vidro, lindíssimos, mas que que se partiam logo que batiam numa pedra maior;

O Catitinha, velho senhor sempre bem vestido, de barbas brancas, que ia passando pelas praias, do norte até Cascais, arrastando atrás de si a garotada que o queria cumprimentar;

E, finalmente, os Robertos.

Os Robertos foram a minha 1ª experiência de teatro ao vivo.

Os "artistas" chegavam, montavam a barraquinha num dos largos e o espetáculo começava connosco sentados na areia a rir às gargalhadas com as travessuras dos bonecos movimentados por dedos mágicos.

Foi assim que por volta dos cinco anos me perdi pela 1ª e última vez porque decidi seguir o espetáculo para outros largos.

Acabei em lágrimas no Posto de Turismo, levada por um pescador, o altifalante anunciou a presença de uma menina perdida e daí a pouco chegou a minha mãe, também em lágrimas.

Ainda me lembro da mão áspera do pescador que me levou até ao Posto de Turismo!

27 comentários:

  1. E quão gratificantes nos são, hoje, as memórias da nossa infância distante, querida Leo!
    Para mim, é a fase da vida que recordo com mais ternura e saudade.

    Um beijinho grande. :)

    ResponderEliminar
  2. A praia da minha infância foi a Costa da Caparica, mais precisamente a praia de Santo António. Todos os anos os meus pais alugavam a mesma casa e aí eu passava três meses de férias.
    Também me lembro da mulher dos bolos, com a sua caixa de gavetinhas onde guardava as cobiçadas Bolas de Berlim. E também havia o homem das batatas fritas que eram as melhores que já comi em toda a minha vida, nuns embrulhos de celofane....
    Também me lembro dos Robertos, claro! Adorava-os, principalmente porque o teatrinho acabava, invariavelmente, com um dos bonecos a bater num touro ou no Diabo com um pau.
    Ainda na adolescência lá ia e juntava-me a muitos amigos no ringue de patinagem, no mini-golfe e nos cafés. Foi na Costa que, sem os meus pais saberem, entrei numa discoteca ( chamava-se boîte, na altura) e tive os primeiros namorados.
    Belos tempos! Era feliz e não sabia....
    Quando a minha filha nasceu - há 30 anos, mais coisa menos coisa, já não alugávamos casa na Costa. Íamos para o Algarve e tudo era diferente!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Com tantas coisas interessantes para contar já deverias ter criado o teu blog, Manelita.
      De que estás à espera? Força!

      Beijocas e abraços para ambas. :)

      Eliminar
    2. Não tenho condições de privacidade para o fazer, aqui em casa. Se vivesse sozinha....há muito que o teria feito. Assim, é impossível!

      Eliminar
    3. A Janita tem muita razão!
      Arranja um horário privado! :)

      Abraço

      Eliminar
  3. A Praia do Moledo do Minho não é a praia da minha adolescência. Recordo Moledo com saudades, porque foi lá que passei as últimas férias com a minha mãe.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também passei férias em Moledo quando a minha filha era pequena. Ia para casa de amigos.
      Agora é ela que vai para lá com o namorado porque têm casa em Cerveira...😊

      Eliminar
    2. Mistletoe
      Como é que te procuro e encontro uma bela tela da Teresa?!

      Abraço

      Eliminar
  4. Decerto que esse pescador tinha a mão áspera do trabalho do seu dia a dia mas...tinha um coração de veludo.
    .
    Saudações amigas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  5. A minha praia foi, na infância e na adolescência, a Costa de Caparica. Quase todas as recordações que aqui são referidas, estão presentes na minha memória.
    As bolas de Berlim e as línguas da sogra, delícia das delícias.
    E outras coisas, tão ou mais importantes que fizeram a maravilha daqueles tempos de (boa) praia.

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Boas recordações e um grande susto, RV!!
    : )

    ResponderEliminar
  7. Deve ter sido um grande susto.
    A praia da minha infância, dá pelo pomposo nome de Copacabana, mas a malta da Seca chamava-lhe "a praia dos tesos" Ficava-me tão à porta que o casarão de madeira estava assente em pilares de cimento, pois nas marés vivas sempre acordávamos com a água debaixo da casa.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  8. Da ternuras e agruras de infância, é um gosto ler-te. Simples.
    E não falo "das minhas coisas", aprecio as tuas. Abçs

    ResponderEliminar
  9. Apesar do susto, uma bonita recordação, bem relatada.

    ResponderEliminar
  10. Ah! Como me lembro dos Robertos....( porque terão esse nome?)

    Nunca me perdi, felizmente, mas lembro-me de ter batido com a boca num banco de pedra em Cascais e do meu Pai me pegar ao colo muito aflito e atravessarmos ruas para ir a uma farmácia.

    Abraço, bom fim de semana

    ResponderEliminar
  11. Com que então, pescada
    por um pescador...
    :)

    Tão bom ter memórias de infância

    ResponderEliminar
  12. Algo assim é o que tinhamos na praoa de Leça da Palmeir.
    Esse dia pescou bem.
    Bom recordar.
    Abraço

    ResponderEliminar
  13. Bonito texto de memórias.
    A infância e juventude é bem mesmo assim_ alegre , desprendida, ingênua. E lá foi a menina se perder...rs
    Acontece muito nas praias e nos shoppings. Também perdi um filho rs.,felizmente foi rápido se demorasse muito, morria rs
    abraços e boa semana

    ResponderEliminar
  14. Oh, os Robertos! É a única réguada que me lembra de ter apanhado por ter chegado atrasada á escola, já que os Robertos (merecem letra maiúscula) se atravessaram no meu caminho!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pelos vistos os Robertos exerciam imenso fascínio sobre as crianças! :)

      Abraço

      Eliminar
    2. …à escola…
      Desculpem erro!

      Eliminar

  15. Quando acabei de ler a tua narrativa dei por mim com a mão a segurar o queixo, o cotovelo apoiado na secretária... e um sorriso de orelha a orelha!

    Memórias lindas que num ponto ou outro todos partilhamos contigo.
    Também me perdi na praia mais ou menos por essa idade... ainda hoje me lembro da aflição de não ver uma só cara conhecida ao meu redor.

    Fico à espera que tenhas vontade de desfiar mais memórias para deleite das tuas e dos teus leitores.
    Beijinhos de verão
    (^^)

    ResponderEliminar
  16. Podem rir, mas para que isso não acontecesse ao meu filho que teria uns três anos, comprei um colete que mandei vir da “mothercare” (UK) e que tinha uma trelazinha que eu prendia ao guarda sol! Era ver passar as pessoas a olharem para traz e a sorrir com o que lhes parecia insólito!

    ResponderEliminar
  17. : )) Também comprámos na Mothercare em Londres esse colete para a minha filha quando tinha 2 anos. A miúda não andava, corria! Foi muito útil para a minha mãe que não corria atrás dela, e quando estávamos em aeroportos. A roupa infantil era linda. Ainda guardo algumas peças. O colete ficou depois para o irmão. No ano passado, quando fui com a minha filha e a pequenina (na altura 2 anos) para B.C. também lhe comprei um colete e ajudou-me imenso enquanto esperávamos pelo segundo voo em Vancouver. : ))
    E foi naquela loja em Londres que o pai lhes comprou as primeiras mochilas com rodas que ainda não se viam aqui em Toronto.
    Leo e Dalma... estes foram também bons tempos que ambas me fizeram recordar!! : ))

    ResponderEliminar
  18. Deliciosas lembranças.
    Lembro-me de irmos para as rochas apanhar lapas.
    Uma festa! Um dia resolvi cheirar uma alga que,
    com o impulso, foi-se-me pelo nariz adentro.
    Uma confusão o que se seguiu... :))
    Beijo
    Olinda

    ResponderEliminar
  19. Tenho uma lembrança idêntica da praia de Sesimbra !

    ResponderEliminar