sábado, janeiro 26, 2019

Eliete



Ando há uns tempos, desde que terminei a sua leitura no início deste mês, para falar deste livro mas a minha capacidade de decisão sobre o que escrever tem-me levado a adiar.
Hoje, quando comecei a leitura de "A Revista do Expresso" dou de caras com uma longa entrevista à sua autora sobre o mesmo.
Em todo o caso aqui fica uma breve sinopse.
"Eliete" é acima de tudo uma narrativa no feminino, ela é a narradora, está na casa dos 42 anos, filha única de sua mãe, neta única da avó paterna, casada, mãe de duas filhas e amiga de sempre de Madilena ( não me lembro bem do nome e já emprestei o livro), uma advogada de sucesso.
Tem uma existência mediana, cinzenta, sem sonhos, limitada mas procura a todo o custo mostrar que é outra a sua vida, levando a própria amiga a invejar essa vida aparentemente feliz.
A doença da avó, que adora, e aquele célebre golo de Éder que sagrou Portugal campeão europeu de  futebol contra a França e que galvanizou o país e os seus mais próximos, levam Eliete, alheada a essa euforia, a abrir um caminho que lhe era de todo alheio - acedeu ao Tinder e daí para a frente a sua vida fingida ainda ficou mais ficcionada. 
Parece que vamos ter uma continuação desta narrativa que termina em suspenso.
Sublinhei esta frase que achei muito interessante e que  decorre dos bons momentos que passa com a sua grande amiga.

"Na verdade, o riso era das poucas coisas do nosso corpo que o tempo de uma vida não era suficiente para estragar."

6 comentários:

  1. Ainda há narrativas no feminino???

    Compará-la a Flannery O'Connor já é uma confirmação, que ela é uma autora com grande qualidade literária.

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  2. Pelo cheirinho que nos deste, já me senti inclinada a ler, tanto mais que nunca li nada da autora, mas neste momento é impensável meter-me em mais aquisições literárias. Tenho uma quantidade enorme de livros à espera para serem lidos...
    A frase que realçaste é tão verdadeira!!

    Abraço forte. :)

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  3. Adorei o texto:))

    Bjos
    Votos de uma óptima noite!

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  4. Creio ser uma leitura que vale a pena. Pode-se considerar a Maria Dulce como uma das novas grandes escritoras portuguesas actuais.
    Depois do seu elogiado "Retorno" (de 2011), que a consagrou, agora a Eliete, provavelmente o 1º de um conjunto de 3 partes), seu 5º livro, que curiosamente esteve para ser o seu nome de nascimento e baptismo,... e daí a ligação visceral entre ela e a personagem !... Uma espécie de Madame Bovary !
    Confesso que esse incentivador artigo de Expresso (muito interessante), me "seduziu".

    Um abraço, Leo e boas leituras, como penso ter sido esta. :)

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  5. chegam-me ecos em diversos tons.
    e me dizem de estimulante leitura
    acabarei por ler.

    grato pela tua presença no meu relógio de pêndulo

    abraço

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  6. Está comprado, à espera na lista da dita! Gosto muito de DMC, estou ansiosa para ler este novo livro dela

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