(imagem da net)
Mais uma vez o lagar de uvas que foi do meu bisavô paterno, depois do meu avô, a seguir do meu pai e agora da minha irmã e meu vai estar a laborar para esta vindima.
Desde o tempo do meu pai que as uvas já não são da família mas fazemos questão de o continuar a emprestar a quem o peça, tal como ele fazia.
Em contrapartida o utilizador vai varejar-nos a nogueira que se encontra no quintal da Casa dos Penedos como é conhecida a casa que tem o único lagar que, na vila onde nasci, ainda funciona todos os anos desde talvez meados do século XIX.
Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.
Laivos de sangue nos poentes baços.
Doçura quente em corações azedos.
E, sobretudo, pés, olhos e braços
Alegres como peças de brinquedos.
Fim de parto ou de vida, ninguém sabe
A medida precisa que lhe cabe
No tempo, na alegria e na tristeza.
Rasgam-se os véus do sonho e da desgraça.
Ergue-se em cheio a taça
À própria confusão da natureza.
Miguel Torga
Como este ano só vou fazer o "bravo" ainda é um pouco cedo,lá a partir da meada do mês.
ResponderEliminarUso o "mastragador" mas,depois,também lá vou,dizem que faz bem ao reumático.
Um abraço,
mário
O nosso já não enche assim, desde que o meu pai decidiu arrancar uma vinha. As uvas da minha terra não são especiais como as do Douro, por isso o vinho não é tão bom.
ResponderEliminarMas é gira a época das vindimas.:)
beijinhos
Torga sabia bem do que falava:))
ResponderEliminarTorga sempre telúrico.
ResponderEliminarExperimentei uma vez pisar uvas, mas desisti, rrss
Boa semana
Rosa
ResponderEliminarQue saudades que eu tenho de pisar uvas, desde muito pequenin que o fiz em casa do meu pai até ele partir, fazia-o também em casa do meu sogro, mas hoje já nem videiras existem.
Beijinho
Eu era "um menino da cidade", nunca pisei uvas mas vi fazê-lo. Recordo a espuma, os cheiros fortes e as vozes alegres. Era uma festa.
ResponderEliminar:)
E eu que ainda achava que ia para as vindimas...
ResponderEliminarTão boas, essas raízes familiares que nos agarram à terra. Assim como o Torga...
ResponderEliminarComovente o teu post, por aquilo que me traz à memória: também em casa de meu pai havia um lagar, e este era tempo de festa e solidariedade.
Trouxeste-me memórias várias.
ResponderEliminarTenho saudades da uvada que a minha avó fazia...
Querida Rosa, em casa dos meus avós maternos ainda existe o lagar e toda a parafernália das vindimas, também. Mas agora já ninguém o utiliza, contrariamente à tua Casa dos Penedos.
ResponderEliminarAs belas cenas idílicas e bucólicas... (que a mim nada me dizem...)
ResponderEliminarBoa vindima!
que saudades tenho do lagar que foi do meu avô e passou para o meu pai e onde fizemos tantas pipas de vinho...
ResponderEliminarainda lá está, fechado, mas já não é da família, foi vendido à paróquia...
abraço Rosa
É tempo de vindimas
ResponderEliminarsó se fala nisso...
excelente escolha
Parabéns
Obrigado pela partilha
apesar dos pesares
vale sempre a pena
sair, viajar
ausentar-me
...por tudo...
pela lufada de ar fresco
pela brisa de outras paragens
daí...
vem
vem ver com os teus olhos
mais imagens da minha viagem
...
clica nas imagens
para veres em tamanho grande
tens logo outra visão...
aguardo a tua opinião
uma boa semana
um beijinho meu
Nunca pisei uvas, é o que dá ser menina da cidade, mas deve ser engraçado :)
ResponderEliminarBeijinho :)
Eu também nunca pisei uvas.Fico perplexa perante a imagem.
ResponderEliminarTalvez por isso, a época das vindimas sempre me intrigou...
Lindo poema de Miguel Torga.
Beijo
Olinda
Pisei uvas, em pequena e quase por brincadeira, no lagar de um tio. Amanhã vou começar a ajudar na vindima grande de uns amigos mas já não se pisam as uvas!:(( Mesmo assim, são sempre 5 ou 6 dias bem divertidos!
ResponderEliminarTorga? Sempre!
Um abraço
Cara Rosa
ResponderEliminarDe lagares (azeite e ou uvas) guardo lembranças do vinho que era
fermentado ou armazenado (?)em piparotes esfregados interiormente com maçã assada.Dava um vinho ,para a família ,que ,segundo ouvi,nunca foi ultrapassado por qualquer outro , Vaidades do brazão da família,certamente...
O tempo levou as vinhas,os olivais e fiquei eu qual figo bichoso que nem dei para uma aguardentezinha
Falta dizer que ,no que toca a azeites ou pingas,se paasava na zona de TOMAR.rigens da família paterna... Abraço Kinkas
Nostalgia, vinho e poesia.Deliciosa mistura.
ResponderEliminarBeijos
Bonito texto e o poema é apropriado... não conhecia...
ResponderEliminarEu tinha um sogro que gostava de ter pouco mas bom vinho. Ele fazia questão de considerar que "o seu vinho" fosse o melhor que havia na região !
ResponderEliminarJá a minha sogra pensava de outra maneira e pela calada da noite ia ao lagar acrescentar uma boa dose de água ! :))
Os meus filhos em miúdos gostavam mesmo de beber aquele vinho tão docinho da avozinha !
... Pudera ! ... "o vinho da avozinha" não podia fazer mal a ninguém ! ehehehe
O que nos ríamos com esta situação completamente alheia ao meu sogro ! :)))
.
raros esses lagares não? uma tradição dificil de preservar em breve só em contos...
ResponderEliminarBjs
Ainda hoje, ao almoço, falava com um amigo sobre as saudades que ambos temos das vindimas e do lugar insubstituível que elas ocupam no nosso imaginário juvenil.
ResponderEliminarNunca assisti a uma vindima. Que me recorde nunca estive num lagar. Que experiências tenho perdido! Mas para ser positiva, lá terei vivenciado outras... : )
ResponderEliminarAbraço
Só falta o coro final
ResponderEliminarHip, hip, hurra!
ou
Tchim, tchim?
à saúde de todos os que colhem as uvas, as pisam, as curtem e... as bebem.
Chuac vinhateiro
Rosinhamiga
ResponderEliminarQuando puto, andei nas vindimas, pisei uvas no lagar, pois era o morgadinho da Senhora Dona Etelvina Ferreira, minha tia-avó, solteirona militante no Vale de Santarém onde era uma abastada proprietário. Cinco vinhas na lezíria. E mais...
Entretanto
Acabei de publicar na nossa Travessa um testículo com x, INTERDITO a Senhoras, menores e até cavalheiros da mais esmerada educação. É um tanto brejeiro e pode ferir a susceptibilidade ou até mesmo o pudor de quem se atreva-la a lê-lo. Intitula-se A garrafa e os copos. Dele me permito transcrever um passo dos mais inocentes.
“Ela, muda e febril, deixou-se levar, estendeu-se na cama, ele perguntou-lhe posso pôr-lhe o instrumento, refiro-me, claro, ao termómetro, no sovaco? Nata, sem uma palavra, desatou o nó do cinto do roupão, abriu-o um pouco, a camisa de noite não ocultava nada, quando ele se inclinou para tirar a temperatura, os bicos dos seios fugiam da prisão diáfana.”
Repito o alerta: é IMPRÓPRIO para consumo. Depois, não digam tu e a tua malta que não avisei.
Qjs
PEDIDO: sff manda-me o teu imeile para o meu hantferreira@gmail.com Obrigado
Eu agradeço sua visita
ResponderEliminarA vida sempre une as pessoas no momento certo.
Que eu seja digna da sua amizade.
Nos momentos de aflição dividirmos nossas dores e pensamento
Que seu sonho e os meu sonhos seja abençoado por Deus.
Com nossa amizade e união possamos alcançar as estrelas.
De mãos dadas não terei medo da estrada a ser percorrida.
A minha fé iluminara nossos caminhos ,
E assim juntos seguirmos até onde existir vida.
Uma noite abençoada .
Deus abençoe seu carinho.
Bjs no coração.
Evanir
Ainda me lembro do meu avô e do meu pai fazerem assim o vinho... agora nickes... só se... eu plantasse umas videiras na sala lol
ResponderEliminarO mais engraçado é que quando eu era miúda e via aquele pisar de uvas com os pés, ficava satisfeita por não gostar de vinho ;)
Bjos
A troca de favores (o uso do lagar pelo varejar da nogueira) é o que mais me enternece neste post.
ResponderEliminar:)*
Caro Tsiwari
ResponderEliminarO meu pai herdou a casa do lagar mas não herdou as vinhas que entretanto os meus tios abandonaram.
Enquanto foi vivo e emprestou o lagar recebia em troca um garrafão de vinho!
Nós prescindimos do vinho mas não prescindimos do varejar das nozes!
Abraço
Sou um Biólogo e Professor Brasileiro. Percorro páginas diversas para divulgar o Ver de Vida, dedicado à causa ambiental.
ResponderEliminarParabéns pela página sensível e múltipla.
Felicidade nesta sua bela jornada.
Cláudio J. Gontijo
devo ter lido este poema há muito tempo.
ResponderEliminarObrigado por relembrá-lo.
Bjsss