sexta-feira, novembro 24, 2006
Desencontro
Que língua estrangeira é esta
que me roça a flor do ouvido,
um vozear sem sentido
que nenhum sentido empresta?
Sussurro de vago tom,
reminiscência de esfinge,
voz que se julga, ou se finge
sentido, e é apenas som.
Contracenamos por gestos,
por sorrisos, por olhares,
rodeios protocolares,
cumprimentos indigestos,
firmes apertos de mão,
passeios de braço dado,
mas por som articulado,
por palavras, isso não.
Antes morrer atolado
na mais negra solidão.
Rómulo de Carvalho/António Gedeão nasceu a 24/11/1906. Faria hoje 100 anos.
Rómulo de Carvalho morreu, António Gedeão permanece!
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Excelente homenagem!
ResponderEliminarBom fim de semana.
amei ler
ResponderEliminarjocas maradas
"quando te sentires perdida
ResponderEliminarfecha os olhos e sorri
nao tenhas medo da vida
que a vida vive por si"
Rosa branca ao peito, António Gedeão
(na minha escola também lhe vamos fazer uma homenagem)
beijinho
Curioso, este Gedeão... Há sempre um poema que desconhecíamos.
ResponderEliminarLindo, este.
Rómulo de Carvalho também não morreu, também deixou obra, também deixou sementes de ciência, que dão (e darão) frutos.
ResponderEliminarPoema bem bonito, Rosa dos Ventos. Boa escolha.
Peço desculpa, CZ!
ResponderEliminarÉ imperdoável ter-me esquecido do cientista, faceta que ele tão bem espelhou nos seus poemas!