segunda-feira, setembro 21, 2020

Bullying

 Ontem à tarde, vi na RTP2 um filme francês intitulado "Marion, 13 ans pour toujours" que se debruçava sobre o bullying e o ciberbullying numa escola.

Uma narrativa violenta e chocante que leva ao suicídio uma adolescente de 13 anos, Marion, perante a ignorância, a indiferença, o medo de colegas, professores e direção do colégio. 

Tendo deixado uma carta e havendo provas na rede social que usava, a polícia e os pais travam uma luta para castigarem os culpados.

É um filme que retrata uma realidade que também já nos toca.

Estou muito desperta para este tema porque o meu neto de nove anos, um excelente aluno, nasceu com dois dedos da mão direita incompletos e alguns colegas no recreio passam o tempo a chamar-lhe deficiente.

Professora e técnicas operacionais estão alertadas mas é impossível ver e ouvir tudo num recreio onde brincam dezenas e dezenas de crianças.

O que vale é que é um menino muito alegre, muito sociável e procura relevar o que ouve mas de vez em quando queixa-se.

As crianças são o melhor do mundo mas também sabem ser bem cruéis quando querem!

11 comentários:

  1. RV, o seu neto sofre no recreio, não só pelo “problema” da mão, mas sobretudo por ser muito bom aluno! Fui professora, tal como a RV, tive, e tenho um filho que sempre foi BRILHANTE e nem sabe o que ele sofreu! Culpo-me de não me ter apercebido mais cedo, sobre tudo pq frequentava a minha escola. Quando dei por isso mudei-o de imediato para o Colégio, de outra forma teria que fazer muito sangue a filhos de colegas minhas!!
    Hoje é uma pessoa muito bem sucedida que felizmente não ficou traumatizado, mas que podia!
    D.

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  2. O teu neto e tantas outras crianças sofrem porque a crueldade faz parte do ser humano, desgraçadamente. Ainda bem que consegue lidar com a situação sem grandes problemas e tem o apoio devido.

    Sei por experiência própria o sofrimento que nos podem causar os colegas e, infelizmente, até os adultos. porque a minha dicção é à inglesa. E não desejo a ninguém o que passei.

    Felizmente, o ser humano também é resiliente.

    Boa semana Beijinho para vós


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  3. Algumas crianças podem ser cruéis e outras podem ser boas desde pequeninos - lembro-me de quando crescia assistir a episódios assim e pensei nisso há pouco tempo. Eu não fui cruel, mas também quase sempre não fiz nada de especial. Lembro-me que continuei a brincar com os alvos (como uma menina que teria piolhos e por isso outras colegas não queriam brincar com ela) isso foi bom, , e tive a noção de que podia acontecer comigo.
    Espero que o seu netinho encontre muitas crianças boas e que os que não o são ganhem a consciência do que magoa e mudem
    um abraço e muita boa sorte para o que neto

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  4. Cheguei a ler que os casos de bullying em Portugal tinham descido. Mas no mesmo artigo diziam que poderia ser devido ao facto de nem todos os casos serem reportados. Também li noutros artigos que alguns professores consideravam certas atitudes dos alunos como “coisas de crianças”. Errado. Inadmissível.
    Eu sei que existe a política “tolerância zero” nas escolas portuguesas, mas para resultar tem que ser aplicada, implementada, sem complacência, pelos professores e diretores.
    Os alunos que praticam esses atos de intimidação têm que sofrer as consequências dos seus atos. Têm que ser punidos. E a propósito de “punidos”... esta é uma palavra que não se usa nas escolas há muitos anos. Usa-se o termo “consequências”.
    Suponho que os pais do teu neto já tenham abordado o assunto junto dos administradores escolares. E que os seus colegas tenham sofrido as consequências devido aos seus atos de intimidação.
    Os pais desses alunos também devem ser “educados” sobre o assunto. Infelizmente, também eles têm atitudes e comportamentos que não devem ser tolerados.

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  5. É preciso estar muito atenta sim, amiga. As crianças vivem numa sociedade cada vez mais violenta, e a pequena sociedade que é uma escola está por consequência cada vez mais violenta. Se essa violência não for reprimida na escola torna-se cada vez maior, à medida que eles forem crescendo...

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  6. Desdramatizo.
    Os putos não são o que nós adultos pensamos que sejam... contudo, os putos passarão a dar a tudo a carga que lhe dá o adulto...

    O que eu quero dizer com isto? Nem eu sei!
    Mas deixo dito que o recreio conta,
    mas mais conta a sala d´aula.
    E é nessa que teu neto se destaca

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  7. Prefiro acreditar que a crueldade das crianças - sobretudo as mais pequenas - que agridem os colegas mais vulneráveis, com palavras duras, não o fazem por serem más, apenas por falta de quem lhes incuta os valores de respeito, camaradagem e igualdade. Deixam-se arrastar uns pelos outros, só porque sim.
    Felizmente o teu neto é um menino de forte personalidade e teve a sorte de ser educado em valores mais altos, não se deixando abater por palavras vãs.

    Um abraço, Leo!

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  8. Tem também a seu favor um pai sereno que não dramatiza, embora esteja atento.
    Já lhe explicou que essa estranheza se irá prolongar até à universidade, depois as pessoas irão deixar de reparar.

    Abraço

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  9. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  10. Muitas crianças sofrem horrores na escola e,
    por vezes, nem os pais chegam a saber.
    Há um certo receio de serem ainda mais gozados
    e calam o sofrimento.
    Felizmente o seu neto tem esse apoio em casa
    e, com isso, os problemas que surgirem serão
    ultrapassados.
    Grata pela partilha, Rosa dos Ventos.
    Beijo
    Olinda

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  11. Toda a atenção é pouca, numa situação como a que relata.
    As crianças podem e são muitas vezes de uma crueldade extrema. Tenho horror a todo tipo de bulling, pois, como sabe, este não é exclusivo das crianças. É, infelizmente, transversal a toda a sociedade.

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