quarta-feira, março 26, 2014

A Rapariga que Roubava Livros


O mundo dos livros é infinito e lermos todos os livros que nos parecem aliciantes é uma tarefa  bem difícil, mesmo impossível.
Pelo meu aniversário, em data bem recente, recebi este que li em oito dias, não só pelo interesse que me despertou mas também por ter muito tempo disponível nas mini-férias acabadas de gozar.
A acção decorre em Molching, um pequeno subúrbio de Munique e vai de 1939 a 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, embora no final tenhamos informações mais actualizadas.
A narradora desta história é a Morte e logo aqui se sente alguma estranheza, mas, apesar da escassez de tudo o que é fundamental à vida e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes à medida em que os Aliados avançam, há quem não tenha perdido a capacidade de sonhar na Rua Himmel, uma rua pobre de gente pobre, com um nome bem irónico...ou talvez não.
É uma história de livros e com livros dentro, de crianças e de adultos, de judeus escondidos por alemães e de alemães que destroem o património de judeus, de marchas forçadas a caminho de Dachau...

"Observando tudo isto, Liesel (a rapariga que roubava livros) teve a  certeza de que aqueles eram os mais miseráveis seres vivos. Foi isso que escreveu acerca deles. As suas caras macilentas achavam-se retesadas de angústia. A fome devorava-os enquanto eles prosseguiam, alguns de olhos no chão para evitar as pessoas à beira da estrada. Uns fitavam suplicantes aqueles que tinham vindo observar a sua humilhação, esse prelúdio às suas mortes, outros imploravam a alguém, não importava quem, que avançasse e os apanhasse nos seus braços.
Ninguém avançou.
Quer observassem essa parada com orgulho, temor ou vergonha, ninguém avançou para a interromper. Por enquanto.

No último capítulo ficamos a saber que Liesel, a rapariga que roubava livros, terminou os seus dias em Sidney, na Austrália e nos agradecimentos do autor australiano, Markus Zusak, podemos pressupor que talvez haja muito de real nesta narrativa que recomendo pela originalidade da sua estrutura, pela linguagem que vai do poético ao boçal, pela acção em si que nos mostra não só o sofrimento dos judeus mas também o dos alemães. 
Agora gostaria de ver o filme mas tenho receio de ficar desapontada!

21 comentários:

  1. Pois os filmes são, geralmente, sempre menos ricos do que os filmes.

    Vou dizer algo que não é politicamente correcto: estou cansada deste silêncio constante e pesado sobre todas as vítimas não judias do nazismo!!

    Gostaria de ler livros e ver filmes sobre os ciganos , que numa só noite foram gaseados e cremados aos milhares e muitos em famílias inteiras em Auschwitz -Birkenau; sobre os homossexuais, sobre os opositores políticos,sobre os deficientes alemães, incluindo um prima de Hitler, e que foram as primeiras pessoas a serem enviadas para as câmaras de gás e respectivos crematórios.

    O livro fica na lista.

    Abraços

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  2. ~
    ~ Gosto do género de escrita que referiste.
    ~ Fico grata pela cuidadosa e apelativa descrição.

    ~ Aconselho-te a deixares passar algum tempo,
    antes de ver o filme. ~

    ~ ~ ~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~ ~ ~

    ps
    ~ Está lindo o novo visual!
    ~ Fresco e primaveril.

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  3. Não aguento ler/ver histórias da II guerra... (uma piegas!)

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  4. Tinha pensado em ver o filme... Mas provavelmente já não será no cinema.

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  5. Antes de mais, deixa-me dizer que tiveste o privilégio de gozar, em pleno Inverno, ou quase, umas pequenas mas deliciosas férias. Bom tempo, Sol e uma temperatura convidativa à permanência em esplanadas. Maravilha! As fotos são um belo documentário desses dias...:)
    "A Rapariga que Roubava Livros" é o livro que vou tentar encontrar.
    Gosto dos romances que falam dessa época da 2ª guerra mundial.
    Ver um filme após a leitura do livro, é, quase sempre, desilusão certa. Pelo menos comigo tem sido assim.

    Um abraço!

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  6. Já li o livro em 2008 e adorei! De modo que assim que tive oportunidade vi o filme... e não fiquei desapontada! Claro que talvez já não me lembre de alguns pormenores, mas no geral corresponde bastante ao que me lembrava. Ambos muito bons! :)

    Abraço

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  7. A minha filha tem o livro "A Rapariga que Roubava Livros" foi o tio/padrinho que o tinha e ofereceu-o, mas nunca li, assim como tenho imenso que acho que nunca vou ter tempo para os ler.

    Beijinho e uma flor

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  8. Mais uma sugestão que registo nesta minha deambulação pelos blogues.

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  9. Querida Rosa, estou à espera do filme e como tal não li o livro, nem o comprei sequer. Geralmente tenho sempre uma desilusão quando acabo por ler o livro e ver o filme respectivo, ou vice-versa.
    Ah, e concordo plenamente com a opinião da nossa São.
    Beijinho grande.

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  10. Gosto do novo visual primaveril.
    Quanto ao livro já comprei mas ainda não li. Vou começar agora a ler Os Memoráveis da Lídia Jorge e esse é logo a seguir.

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  11. Boa tarde,
    O filme foi bastante publicidade o que causa expetativa, não tive oportunidade de ver o filme ou de ler o livro, vou ficando curioso.
    Abraço
    ag

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  12. RV, vi o filme com a minha neta que já tinha lido o livro. Questionada sobre se tinha ficado desiludida, disse-me que não. De qualquer das formas um filme nunca relata, ou raramente relata pormenores. Esse excerto que transcreveu, não me lembra de o ver no filme... Mas pode ter sido distração minha.

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  13. que estimulante transgressão - roubar livros.

    prometo ler.

    beijo

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  14. Nem li o livro nem vi o filme - estou portanto ainda mais indecisa que tu :-)))))
    Vamos vê-lo juntas, um dia destes?
    Abracinho

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  15. Penso que já não está no circuito das salas de cinema, Justine!

    Abraço

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  16. Tenho lido sobre esse livro, vou colocar na minha agenda de leitura...
    Bjs

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  17. Ainda não vi o filme- mas já li o livro, gostei apesar de esperar outra coisa,
    Aqui o título é bem brasileiro_ 'A menina que roubava livros' porque rapariga para nós é nome feio rsrs
    Como o filme saiu de cartaz vou passar na locadora ,
    Obrigada por compartilhar Rosa
    com abraços desejo uma ótima semana

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  18. Consegui, enfim, "entrar". A janela para fazer comentários não abria. Tento desde ontem.
    Bem, para dizer apenas que, sem ter lido ainda o livro, pude ver o filme.
    Gostei imenso. A Poesia cura!


    Um beijo

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  19. Rosinhamiga

    Por aqui vou comprando uns quantos em Inglês e ainda encontro alguns em Português. Por exemplo Oriente e Ocidente na Literatura Goesa.

    Sendo a tese de doutoramento do Prof Eufemiano de Jesus Miranda poderia pensar que uma chatice permanente. Mas, não, lê-se muito bem.

    No dia 1 de Maio chegarei à Terra dos (des)milagres.

    Qjs

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