Deixo-vos com um pequeno texto retirado de "Cadernos de Lanzarote":
"Já se sabe que não somos um povo alegre (um francês aproveitador de rimas fáceis é que inventou aquela de que "les portugais sont toujours gais"), mas a tristeza de agora, a que o Camões, para não ter que procurar novas palavras, talvez chamasse simplesmente "apagada e vil", é a de quem se vê sem horizontes, de quem vai suspeitando que a prosperidade prometida foi um logro e que as aparências dela serão pagas bem caras num futuro que não vem longe."
Texto premonitório escrito no dia 15 de Abril de 1994!
ResponderEliminarE o futuro é hoje e vamos abafando na "apagada e vil tristeza". :((
Beijinho e obrigada pelas palavras no meu 'aqui'
Laura
Os grandes homens, as grandes mentes têm, entre outras, a capacidade de antever o futuro.
ResponderEliminarInfelizmente fê-lo coberto de razão.
ResponderEliminarPara mim este texto não é premonitório e até poderia ter sido escrito em qualquer altura...
Para muitos ou para poucos... ele seria/será sempre actual!
Beijinhos soltos ao vento
(^^)
Incrível como parece actual.
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Ontem fiz referência a um livro dele no On the rocks e hoje tencionava escrever um post em sua memória, mas depois faltou-me o engenho.
ResponderEliminarEscolheu um belo excerto para o homenagear, Rosa. Pela acutilância e actualidade que encerra.
Muito verdadeiro e, infelizmente para nós, muito atual!
ResponderEliminarE já passaram três anos!
É como se J. Saramago estivesse a ver e a viver o agora! Muito bom!
ResponderEliminarUm abraço
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra"... qualquer dia vamos ao ar.
ResponderEliminar:(
Há quanto tempo aqui não venho...
ResponderEliminarIncrível! O que eu tenho perdido!
De facto, parece um comentário da atualidade. Não somos nada inovadores! É uma sina, sei lá!
Uma das características de Saramago que me impressionou sempre desfavoravelmente foi ele ser sempre um homem tão sério e pessimista. Alguns dirão realista, talvez! Certo é que texto tem tudo a ver com os dias que correm...
ResponderEliminarAbraço
Muito actual, como muitos mais de José Saramago, incrivel!
ResponderEliminarbeijinho e uma flor
Realidade dos dias que vivemos.
ResponderEliminarPorque será que os mortos anteviam estas situações...?
Será que os nossos governantes nunca mais despertam daquelas páginas onde se lê sobre o jogo da cegueira...????
Um "ensaio sobre a cegueira" que a tantos afectou, encandeados pelo brilho excerbado de uma chama que rápidamente esmoreceu.
ResponderEliminarNeste país tem sido sempre assim: foram os ouros e as pedras preciosas do Brasil, as sedas e as especiarias das Índias, os minérios e os petróleo de Angola e de Moçambique, os cafés e as canas de açocar de S. Tomé... riquezas imensas que se esfumaram, antes que o país tivesse oportunidade de engrandecer com o seu bom uso.
Afinal, quase fomos donos de 2/3 do mundo e continuamos os mesmos bacocos que batiam as costas de áfrica, aprisionando pretos, encafuando-os nos porões fétidos das naus, dias a fio, e depois os vendiam a nobres para lhes servir de criados e de instrumento de tortura.
Algum dia nos cumpriremos; como profetizou Pessoa?
Duvido...
Mesmo já tendo conseguido ler Memorial do Convento, ainda não me reconciliei com este nobre senhor.
ResponderEliminarTenho, no entanto, que admitir que sempre viu muito além.
Aquele abraço, Rosinha!
E os principezinhos?:)
Não gosto de Saramago.
ResponderEliminarO que ele disse em 1994 não era novidade, há muitos que diziam o mesmo muito antes dessa data...estava na cara, como dizem os brasileiros.
Fossem outros os "prometedores" e ele nunca diria isso.
Abracinho :)
É uma questão de atitude, em cada momento: senão que optem pelas marchas de Lisboa, o Carnaval de Ovar, ou o São João do Porto, entre outras muitas manifestações de se podem desfrutar por todo o nosso Portugal.
ResponderEliminarAinda que o Senhor Saramago seja prémio Nobel, e um grande pensador, não o vamos descobrir agora!...
Estive com ele em Valencia quando foi eleito Doctor Honoris Causa pela politécnica de Valência... atento e amável, ainda que breve, requeria-o o momento!
Abraços
José Saramago há quase 10 anos a falar desta maneira...
ResponderEliminarTenho andado a ler o mesmo e muito sobre o tempo imediatamente antes e depois da implantação da República.
Não temos emenda!...
Não, não estou de partida, mas gostava!
ResponderEliminarEle sabia observar o que se passava à sua volta...
ResponderEliminar