segunda-feira, novembro 17, 2008

Não aqui

Não parti, não regressei
não estive nunca
neste lugar.
Nem estou aqui agora.

Tanto como hoje,
outrora estar aqui
foi conhecer
não uma terra mas o seu vazio.

A ciência dos lugares
é duvidosa e vã.
Arde a paisagem
nos olhos que a contemplam.

Uma viagem, - como?
Os mapas traçam-se
com um sopro indelével
de sombra

e esquecimento.

José Bento, in Alguns Motetos

17 comentários:

  1. já senti que estive num lugar onde nunca tinha estado... foi muito estranho e aconteceu-me mais que uma vez.
    agora também não parti, nem regressei
    a verdade é que sempre estive lá


    gostei do poema, rosa
    um beijo

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  2. passo aqui, apressadamente para, no seguimento de comentário que deixaste lá no jardim, perguntar se a situação já está normalizada.

    voltarei, para ler o poema.

    marradinhas

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  3. E eu acabei de chegar!
    Gostei.
    Abraço.

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  4. este poema é bonito... mas angustia-me

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  5. Vida desconstruída... mas que sempre deixa rasto num nihilismo de sombra e esquecimento , a memória no registo que fica para ler e contemplar na superação das contradições.

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  6. Vida desconstruída... mas que sempre deixa rasto num nihilismo de sombra e esquecimento , a memória no registo que fica para ler e contemplar na superação das contradições.

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  7. Gostei do poema e não conhecia o autor. Obrigada

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  8. "Arde a paisagem
    nos olhos que a contemplam."

    Retenho. Muito bonito.

    Cumprimentos

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  9. Belíssimo este poema!
    Nem estou aqui agora...

    Beijinho

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  10. Obrigada pela visita, Rosa dos ventos!
    pode voltar sempre!
    bjos

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  11. Já me fui e regressei
    a tão poético lugar
    ´inda agora aqui cheguei
    e já estou a rimar.

    A rimar sobre as viagens
    e mapas de orientação
    perco-me ao ver as paisagens
    e nem sei que horas são.

    São horas de dar o fora
    e de ir a outro freguês
    eu volto mas vou embora
    embora não vá de vez.
    *

    Do livro "Viagens à volta de mim até ficar tonto", de Jesualdo Pião, Editorial Rodopio, Charneca da Caparica, 2009.

    Abraços e sorrisos.

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  12. Desculpe a ausência, mas ando cá com um stress...

    Amistosas saudações.

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  13. Não conhecia o autor nem o poema. Obrigado pela divulgação.

    Beijinhos

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  14. Caros Amigos
    Também eu não conhecia José Bento.
    Deparei-me com este belo poema no Poemário da Assírio e Alvim que uma amiga me oferece de há muitos Natais para cá.
    É precisamente o poema do dia 17 de Novembro.
    As informações que colhi dele na net são escassas, mas elucidativas.

    Abraço

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