A azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos
Já se pode armar aos tordos
Diz-me lá, ó cara linda
Diz-me lá, ó cara linda
Como vamos de amores novos
Como vamos de amores novos.
Não sei se todos sabem cantarolar esta canção popular que não fica por aqui mas chega para anunciar que a apanha da azeitona já começou por estas bandas.
Anda uma enorme azáfama pelos olivais com gente encarrapitada nas oliveiras a apanhar e a deitar abaixo os seus bagos, outros a varejar os ramos mais altos para a azeitona cair em panos estendidos em baixo, ainda outros a metê-la em sacos e a levá-los para carrinhas que os irão deixar nos lagares já em plena laboração.
Esta é uma oliveira lentrisca que se conhece das outras por ter a folha mais verde, brilhante, mais curta e que é muito produtiva. Uma oliveira destas pode dar 5 sacos de azeitona.
Foi assim que aprendi a conhecê-las mas se desse lado houver algum olivicultor que apresente melhor este tipo de oliveira eu agradeço.
Esta é uma oliveira-brava ou zambujeiro que dá uma azeitona extremamente miúda mas tão boa como a outra, só que nem sempre compensa o trabalho de a apanhar.
Os zambujeiros transformam-se em oliveiras normais através de enxertias.
No caso deste passou-se uma coisa engraçada - foi enxertado e transformou-se numa enome oliveira. No ano passado todo o olival foi podado e esta oliveira, por ser muito velha, foi cortada de tal forma que restou apenas uma parte do tronco abaixo do local onde o enxerto tinha sido feito.
Conclusão, voltou à sua origem e é de novo um zambujeiro!
A Natureza tem destas coisas!
Depois de tantos anos não se "esqueceu" que era zambujeiro...
"verde foi meu nascimento
ResponderEliminare de luto me vesti
para dar a luz ao mundo
mil tormentos padeci..."
Azeitona - in Cancioneiro Popular
abraços
É mentira, é mentira
ResponderEliminaré mentira sim senhor
eu não ..... um beijo
quem mo deu foi meu amor
:)))
Ainda há uns 10 minutos falava da apanha da azeitona em Castelo Branco, para a semana...
Um abraço
... não lhe pedi? será? já não me lembro...
ResponderEliminar:)
Gosto imenso de azeitonas;
ResponderEliminarNão sei distinguir uma oliveira das outras;
Lembro-me de ter feito uma passagem de ano num lagar de azeite em pleno funcionamento como não voltarei a ter outra oportunidade.
Uma «couvada» de se lhe tirar o chapéu!
É sempre um prazer visitá-la porque há sempre algo para aprender.
ResponderEliminarUm abraço.
R.S.
Lá pelos lados das Beiras, até semana, passada ainda estavam verdes! Até tenho fotos! Mas apanha da azeitona é coisa que não me atrai. Doem as costas. hehehe
ResponderEliminar"A azeitona já está preta..."
ResponderEliminarAgora há que apanhá-la
Já agora que trouxeste o assunto das oliveiras e das azeitonas à conversa, peço-te um especial favor.
ResponderEliminarQue nos digas, se souberes o processo de preparação das azeitonas depois de colhidas, para comer. Tambem tenho algumas oliveiras na minha propriedade, não lhes conheço a "raça", comprei-as por graça, o ano passado produziram, mas verifiquei que as azeitonas estavam estragadas, disseram-me depois que foi uma mosca marada que as picou e colocou ovos lá dentero. Este ano, parece-me que não existe esse problema e, se assim for, gostaria de comer umas azeitoninhas com pão e um tintinho à maneira e, enquanto trinco o petisco, poder dizer de mim para as azeitonas: agradeço à Rosinha, porque sem os conselhos dela não poderia apreciar-lhes o sabor.
O que a gente aprende, por estas bandas!!!
ResponderEliminarA história do zambujeiro com "memória" é muito gira! Nem sabia que isso podia acontecer!
Abraço
Olha que giro!!!!
ResponderEliminarEstava eu a pensar que devo ter no terreno ao lado uma oliveira que afinal deve ser um zambujeiro.
Se dá para comer as azeitonas vou ler o que explicas ao Bartolomeu para ver se vale a pena a colheita.
Obrigada pela aula.
Belo!
ResponderEliminarO autor da linda canção - e de quase mais 600! - a que deu o título para esta amena conversa é o meu conterrâneo e distinto professor primário, o Arlindo de Carvalho. A ele muito fica a dever o folclore da Beira Baixa.
ResponderEliminarQuanto a enxertias e mudanças, estamos conversados; todos os dias vamos mudando... se para melhor ou pior, isso, é uma outra conversa.
Razão tem o grande Poeta António Machado que, em Campos de Castilla, escreve:
"cambia la mar, el monte, y el hojo que lo mira!"
É sempre um prazer parar à sua porta!
Comcarinho e estima
JS
Só há muito pouco tempo ouvi entendidos sobre variedades de oliveiras e não sabia que um zambujeiro se podia travestir de oliveira - julgava que o zambujeiro era uma espécie de oliveira brava e ponto final.
ResponderEliminarBoa colheita !
Abraço
Cada dia aprendo algo novo, não tinha a menor ideia.
ResponderEliminarObviamente, não te poso ajudar, mas agradeço o que me ensinaste.
Um abraço
... a cantiga sei-a; de trás para a frente e da frente para trás.
ResponderEliminarMas este teu post deixou-me envergonhado: ter que vir aqui para saber reconhecer a árvore que me deu o nome... é obra! Espero que isto fique entre nós...
abraço e sorrisos.
Chamas-te Lentrisca, Legível?! :-))
ResponderEliminarAbraço
É mesmo, Maria!
ResponderEliminar"Eu não lhe pedi um beijo"
Abraço
Vamos a ver, Bartô, se eu sei encarreirar a "cena".
ResponderEliminarEscolhem-se as azeitonas mais grossas, retalham-se com três golpes na longitudinal, colocam-se em água com algum sal, umas cascas de laranja e erva azeitoneira de duas a três semanas e vai-se mudando a água com frequência.
Provam-se a ver se o ácido/azedo já passou.
Quando já estiverem "doces" estão prontas a consumir. Podes acrescentar-lhe mais sal, se for preciso, e alho cortado miúdo se gostares.
São uma boa entrada!
Et c´est tout!
Abraço
Em relação à erva azeitoneira não sei como identificá-la sozinha.
ResponderEliminarSei que se dá em terrenos calcários e também é conhecida por erva pimenteira e erva de Santa Maria, por florescer em Maio.
Li agora no arquivo do blog de um amigo que também se pode pôr uma folha de louro na água.
Abraço
Porreiro, pá!
ResponderEliminarSe tiver êxito já sabes, convido-te para a prova.
Agradecido minha cara amiga!
Acertaste. Alberto Lentrisca de Oliveira.
ResponderEliminarmuito a minha avó a cantava... já estou para aqui a cantarolar.
ResponderEliminarbeijo
Devias ser Alberto de Oliveira Lentrisca! :-))
ResponderEliminarTu és Legivel e brincalhão!
Abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUma vez que não percebo patavina de agricultura, nem tão pouco gosto de azeitonas, apesar de adorar azeite, aguça-me mais a curiosidade, pelo ridículo da tese, uma "discussão de teor mariano" a que assisti faz uns tempos em que a temática, pasme-se!, era sobre o tipo de árvore em que a Nossa Senhora tinha feito as suas aparições. Cruzavam-se de argumentos os dois, já que um sustentava ter sido sobre uma azinheira enquanto o outro afirmava ter sido numa oliveira. Sem querer cair numa discussão idêntica - já nos basta o Saramago a bufar lume sobre a Igreja - penso que a tese da azinheira é a que tem mais adeptos. De resto, não será difícil saber que espécies arbóreas existiam em 1917 na Cova da Iria, mais propriamente no lugar onde pretensamente aconteceram os milagres.
ResponderEliminarUm abraço
Jorge
Claro que apareceu sobre uma azinheira, espécie muito comum na Cova d´Iria!
ResponderEliminarAinda lá está uma enorme azinheira que nasceu a partir de um pequeno tronco que ficou após os primeiros peregrinos arrancarem estupidamente todos os ramos.
Esta é a história que consta nos livros, Madrigal!
Abraço
A nutureza dá-nos sempre boas e fundas lições, Rosa. E o teu texto também:))
ResponderEliminarBeijo de bom fim de semana
Voltei cá para me informar sobre a oliveira. Na minha terra, Cadaval (Oeste) também havia alguns pequenos olivais dispersos e ainda tenho alguns zambujeiros e algumas oliveiras cujas azeitonas ofereço a quem as queira aproveitar. A região é de vinho e quando alguém não sabe nada de um assunto é da giria popular dizer: "sei tanto disso como de um lagar de azeite."
ResponderEliminarAgora o Alentejo está a ser invadido pelos olivais intensivos e super-intensivos. Mas é indispensável preservar as oliveiras tradicionais que dão azeite de rara qualidade.
Abraço.
Caro Raimundo Narciso
ResponderEliminarPor cá, Ribatejo Norte, concelhos de Ourém e Alcanena também se usa essa expressão!
Por acaso o meu avô materno tinha um enorme lagar de azeite e percebia daquilo.
Muito eu brinquei no meio das tulhas cheias de azeitona...
É uma pena estarmos a perder essa pureza logo na origem!
O meu olival vem de gerações que se perdem no tempo, por isso o seu azeite é de uma qualidade excepcional.
Abraço
ai minha querida, o que eu tenho sentido na pele a cor da zeitona e o peso do azeite... ou será o contrário? (daí a minha ausencia...bem notada por aqui e pelos demais espaços.
ResponderEliminarabraço
As oliveiras
ResponderEliminarapetecem-me, sempre!
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