sábado, junho 28, 2008

"Eles" vão mesmo sair...

Eu já andava desconfiada, mas hoje fiquei sem quaisquer dúvidas!
"Eles" vão mesmo sair!
Malas em cima da cama do quarto multiusos significa escapadela...
O que vale é que nunca se demoram muito, porque isto de ficar oito dias sozinha com a melada da minha filha ( deve sair ao pai) e com a outra tolinha que passa a vida aos saltos e a passear-se no varão da varanda (estou sempre a ver que ela "despenca" lá em baixo), não é nada fácil.
Eu sei que vem tratar de nós a auxiliar de acção doméstica que já cá estava quando eu cheguei, quer dizer que já lá estava na outra casa (será que algum dia voltarei a andar pelos quintais dos vizinhos?), também sei que gosta de mim e das "outras", mas fala muito alto e isso incomoda-me bastante. Sinto muito a falta da minha dona, o que é que querem? No coração ninguém manda, mesmo no coração de uma gata.
Apesar disso compreendo que "eles" precisem de sair de vez em quando.
Talvez a minha dona deixe por lá a virose...

segunda-feira, junho 23, 2008

Estranha virose

Fui atingida por uma virose que me está a afectar a capacidade de ler, escrever e teclar...
Não me reconheço!

terça-feira, junho 17, 2008

O Largo do Coreto

Dantes o largo era o centro da aldeia. Eu, pelo menos, tinha essa impressão, mas para mim era ainda mais do que isso, era o centro do meu mundo.
Ficava frente ao edifício da escola constituído pela casa do professor e da professora ao meio e de cada lado, respectivamente, a sala de aulas e o recreio dos rapazes e das raparigas - pois então - cada macaco no seu galho, nada de misturas. Este edifício desapareceu, muito recentemente, como que por magia negra, numa noite, e o espaço serve agora de parque de estacionamento mal amanhado.
Um pouco mais abaixo da escola, do lado oposto ao largo ficava o quarteirão de casas da minha família: a de um tio que continua habitada, a dos avós quase ao abandono, a de uma tia também desabitada, mas de vez em quando arejada, a de outra tia agora morada de uma bisneta e finalmente a de uma prima.
Do outro lado da rua, que era afinal a estrada que atravessava a aldeia, um pouco mais à frente, ficava a casa dos meus pais onde vive agora a minha irmã.
Peço desculpa por vos ter feito andar de uma lado para o outro, para cima e para baixo, mas isto foi só para se siturem no espaço e perceberem por que razão o Largo do Coreto era o centro do meu mundo.
Era ainda ali que se realizavam as festas da aldeia com a banda a tocar no coreto e toda a gente à volta a apreciar a maestria dos músicos. Era e é uma terra onde a Música tem uma grande importância.
Com os tempos deixou de ser aldeia, promoveram-na a vila, mudaram-lhe a centralidade e o Largo do Coreto passou a estar praticamente deserto.
Na noite de sexta-feira, dia 13 de Junho, a Comissão de Festas dos nascidos em 1958, em boa hora, decidiu organizar ali uma sardinhada.
O largo encheu-se de novo, além das sardinhas com as respectivas batatas e salada, regadas a tinto ou cerveja, houve arroz doce, daquele arroz doce branquinho, em creme, morno, enfeitado com canela. Uma delícia...quase tão bom como o da minha sogra!
Eram dezenas e dezenas de pessoas, todas conhecidas, a saudarem-se de longe ou a chegarem-se umas às outras, com a alegria estampada nos rostos, enquanto os dos "50" se afadigavam para nada faltar nas mesas, no meio das quais cirandava a garotada.
Às tantas, passa a fanfarra dos bombeiros em exercício de treino e ali ficámos a ouvi-los até quase recolherem ao quartel.
E no coreto, afinal o que é que havia?- perguntarão os pacientes visitantes/leitores.
Um grupo de acordeonistas a tocar música bem popular.
Quando o serão terminou para nós que não vivemos lá, passámos junto da sede da banda e ainda pudemos ouvir alguns acordes...era dia de ensaio.
Gostei tanto de ver o Largo do Coreto transformado de novo no centro da...vila que não pude deixar de o registar desta forma um pouco alongada, para o meu habitual.

sexta-feira, junho 13, 2008

Homenagem a Fernando Pessoa

Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade,
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

.
Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço-

.
Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.

Fernando Pessoa ( 1888-1935 )

terça-feira, junho 10, 2008

Dia de Casa Cheia

No apartamento onde estou exilada, asilada quase há quatro anos, porque um acidente doméstico me desalojou da minha casa, raramente se abrem as duas abas da mesa holandesa que está na sala de estar/jantar/almoçar.
De quinze em quinze dias abre-se uma das abas porque o filho ausente em Lisboa nos visita, nos outros dias ali ficamos um frente ao outro, umas vezes com sorrisos, conversa fiada, até gargalhadas(ainda as consigo dar e fazer dar), outras em silêncio, com os olhos à beira de água, pela mágoa...
Mas deixemos isso para lá!
Hoje a casa encheu-se de primos, mais concretamente seis primas, um primo e dois "adjacentes".
Os sofás mudaram de posição, as duas abas abriram-se e a mesa ficou repleta de pitéus comestíveis e bebíveis.
Conversámos a tarde toda muito a sério e também a brincar.
As gatas tiveram que ser fechadas do lado dos quartos para não se notar que são umas abusadoras, sem qualquer respeito pelas visitas, além de haver primas que não apreciam muito esta coexistência...
Para mim não foi Dia de Portugal (que muito amo), nem de Camões (que muito aprecio) e muito menos da Raça(que raio de lembrança)!
Foi sim, Dia de Casa Cheia!

segunda-feira, junho 09, 2008

Continua a saga dos castelos...

Este é um blogue completamente frívolo!
Quando podia debruçar-se sobre tanta coisa séria e grave que se está a passar em Portugal e no mundo, a sua gestora continua com a mania dos castelos...
Só que este é mesmo, mas mesmo, muito fácil de localizar!
Então onde fica?

sexta-feira, junho 06, 2008

Tempo das cerejas...

Depois de um dia de tal forma preenchido a ponto de, nem por um segundo, o tédio, a dor, a tristeza, o desencanto se apoderarem de mim, cheguei a casa e fui surpreendida por esta cesta de cerejas.
Foi toda a nossa colheita deste ano e foram apanhadas assim, meias verdes, antes que os melros as comessem todas!
Começou e acabou bem este Dia do Ambiente...