sexta-feira, setembro 30, 2011

Setembro

( imagem da net )

Setembro chegou ao fim!
É um mês cheio de estranhezas...
De uma enorme doçura: temperaturas amenas, céu azul-bebé enfeitado com algodão doce, sol quentinho, colheita dos últimos frutos, figos, maçãs, pêras, marmelos, uvas, preparação dos doces para o Inverno, com as cozinhas cheias de odores, sabores deliciosos, frascos e tigelas enfileirados nas despensas à espera de serem distribuídos  por quem de direito, praias desertas com o mar ainda cheio de mansidão mas...
De uma estranha violência também :  poentes incandescentes,  vento que se levanta subitamente,  frio que aparece à noite,  árvores desgrenhadas que vão perdendo as folhas que volteiam pelo ar, pelo chão, acastanhadas, avermelhadas, secas, e aquela sensação que um ciclo se está a fechar!
Apesar desta estranheza gosto de Setembro!

segunda-feira, setembro 26, 2011

Tempo de vindimas

(imagem da net)

Mais uma vez o lagar de uvas que foi do meu bisavô paterno, depois do meu avô, a seguir do meu pai e agora da minha irmã e meu vai estar a laborar para esta vindima.
Desde o tempo do meu pai que as uvas já não são da família mas fazemos questão de o continuar a emprestar a quem o peça, tal como ele fazia.
Em contrapartida o utilizador vai varejar-nos a nogueira que se encontra no quintal da Casa dos Penedos como é conhecida a casa que tem o único lagar que, na vila onde nasci, ainda  funciona todos os anos desde talvez meados do século XIX.

Vindima


Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.


Laivos de sangue nos poentes baços.
Doçura quente em corações azedos.
E, sobretudo, pés, olhos e braços
Alegres como peças de brinquedos.


Fim de parto ou de vida, ninguém sabe
A medida precisa que lhe cabe
No tempo, na alegria e na tristeza.


Rasgam-se os véus do sonho e da desgraça.
Ergue-se em cheio a taça
À própria confusão da natureza.


Miguel Torga

sexta-feira, setembro 23, 2011

Outono


Com o Outono chegou ao meu jardim uma espécie rara de flor!

quarta-feira, setembro 21, 2011

Seia - II









Como tinha prometido vou agora falar um pouco do Museu do Brinquedo que fica localizado no centro da cidade, pertíssimo do Posto de Turismo e que visitámos de tarde.
Já conhecia o Museu do Brinquedo de Sintra que é uma maravilha embora com uma estrutura diferente deste.


Na recepção encontra-se este poema de Miguel Torga, alusivo à infância! Pensei que se lesse melhor... 


Havia na primeira sala uma exposição temporária de brinquedos dos Palop(s) e este carro eléctrico, feito com latas de atum Bom Petisco e com todos os pormenores, era obra de um artista guineense residente em Portugal.


Aqui era o cantinho das bicicletas e triciclos, havendo nas paredes fotografias antigas de crianças usando estes transportes.


Brinquedos de madeira com algumas marionettes para utilização dos visitantes mais pequenos. 

Passagem bastante prolongada pelo Centro de Recuperação da Serra da Estrela (CISE), sendo esta flor o seu símbolo. Fomos acompanhadas por um jovem biólogo, excelente guia, que nos apresentou a serra em todos os seus aspectos.
Um filme a três dimensões deixou-nos a sensação de voarmos sobre a montanha, as suas aldeias, as suas lagoas.
Excelente espaço educativo!


Finalmente subida muito acentuada até à aldeia serrana da Lapa dos Dinheiros para pernoitarmos nas Casas da Lapa, TH.
Como não íamos preparadas, não pudemos aproveitar o belo final de tarde na piscina mas ali ficámos, debaixo de um chapéu, a conversar e a fazer o balanço do que víramos até então, esperando também pelo jantar que, diga-se em abono da verdade, deixou muito a desejar.
Os quartos eram agradáveis, a paisagem soberba e o pequeno almoço redimiu a má impressão do jantar!

Nota: Tinha mais fotos para colocar com os locais que visitámos no dia seguinte, algumas aldeias entre as quais Loriga, várias lagoas, a Torre, as Penhas Douradas onde almoçámos e a Covilhã mas elas recusaram-se a entrar, felizmente para os meus pacientes leitores.
Fico-me assim por aqui!

segunda-feira, setembro 19, 2011

Seia - Museu do Pão


Duas a três vezes por ano quatro primas partem pelo Portugal profundo em busca das suas belezas.
Duas das quatro turistas não conheciam o Museu do Pão daí que a nossa escolha tivesse recaído sobre Seia, neste passeio de Setembro!
Chegadas a Seia, dirigimo-nos ao Posto de Turismo para recolhermos toda a informação sobre outros pontos de interesse da cidade e ajuda na marcação de alojamento.
A manhã foi dedicada então à visita a este interessante Museu que eu já conhecia.


Casinha típica no exterior do Museu, frente a ela houve fotografia de grupo para mais tarde recordarmos.
A foto não consta desta reportagem mas foi para o FB!



A feitura do pão durante a noite para o termos quentinho, estaladiço, à mesa do pequeno almoço!


Um dos veículos de transporte e distribuição de pão que ainda se encontra nalgumas aldeias.


O Livro da Primeira Classe pelo qual eu aprendi a ler! Aqui a letra F em destaque por motivos óbvios mais acentuados na 2ª página e com vocábulos associados à temática em questão.


Pura propaganda do Estado Novo apresentando a imagem de uma ceifeira alentejana bem sorridente quando mal  ganhava para comer, trabalhando de sol a sol!


A palavra PÃO em linguagem gestual e em braille feita em massa de pão.


O bar do Museu onde pudemos descansar um pouco, refrescarmo-nos com uma bebida e aguardar pelo almoço no restaurante enquanto...


...admirávamos a paisagem!

Nota: Escusado será dizer que o almoço foi excelente e acompanhado por muita conversa e risos das quatro primas que por acaso também são amigas!

terça-feira, setembro 13, 2011

Na manhã azul...

(imagem da net)

Na manhã azul o som ouviu-se inconfundível.
Apurei o ouvido, não tinha dúvidas.
Fui à varanda, o som ouvia-se mais nítido e depois o homem surgiu com a bicicleta à mão, com aquele ar de senhor do mundo, assobiando no seu realejo.
Era um amolador de facas e tesouras, daqueles que também consertam chapéus e alguidares...
E logo a minha memória evocou a minha mãe e avó paterna a procurarem as facas que já não cortavam bem, assim como as tesouras.
E assistia com espanto à obra de arte que era gatear um prato de estimação ou um alguidar enorme onde a carne para as chouriças ficava em vinha de alho até ficar no ponto...
Agora tudo tem um curto prazo de validade, a minha mãe e a minha avó já não procuram nada e eu nem sei fazer chouriças...
E logo ontem que deitei para o lixo uns pratos rachados...
E pensei que este amolador na manhã azul era um poema!
Ouvem-no?

Nota: Este foi um texto que publiquei no dia 7 de Setembro de 2008 e como de há uns dias para cá ouço de novo o realejo do amolador decidi recuperá-lo...
Verifiquei os vários comentários e pude constatar que perdi alguns dos comentadores, em contrapartida adquiri outros.
Aos que se mantiveram fiéis peço desculpa pela repetição.
Nessa altura não coloquei qualquer imagem...sempre introduzi uma novidade!

sexta-feira, setembro 09, 2011

Por aqui me fico...


( imagem da net )

Preparei um texto para "postar" mas ficou muito longo, dei mais uma das escapadelas habituais mas dá muito trabalho colocar as fotos e legendas,  fico-me então por aqui, desejando um óptimo fim de semana...

segunda-feira, setembro 05, 2011

Regresso "às aulas"...



As férias terminaram e, na sexta-feira, recomeçaram os ensaios do Chorus Auris!
Esta foi uma das composições que a maestrina decidiu rever...um pouco em baixa, confesso!
É o chamado regresso às aulas com a "matéria" do ano anterior muito esquecida!

quinta-feira, setembro 01, 2011

Que de fruta!

Que de fruta! E que fresca e temporã,
nas duas boas quintas bem muradas,
Em que o sol, nos talhões e nas latadas,
Bate de chapa logo de manhã!

Cesário Verde


Não é o caso de ter duas quintas bem muradas mas os dois pessegueiros do quintalito portaram-se à altura e foi um regalo para a vista e para o paladar.
Três cestos seguiram para Lisboa, um para Coimbra, outro para a mana que mora aqui bem perto e ainda outro para o vizinho do lado...


O tomateiro plantado numa velha bacia de plástico também tem cumprido a sua obrigação e lá vai dando para uma saladinha de vez em quando...


 As pêras e as maçãs do Casal do Gil não têm bom aspecto mas são saborosas e irão terminar em doce!
Os marmelos ainda estão atrasados mas não ficarão por apanhar...


Este foi o cesto de tomate que recebi do vizinho do lado em troca dos pêssegos!
Depois de os deixar amadurecer, cortei-os aos pedaços e congelei-os para o inverno.

Entretanto os morangos  continuam a "vermelhar" nos vasos do quintal e os figos da mana são uma delícia!

Depois desta amostragem aconselho-vos a irem reler Cesário Verde porque vale a pena!