domingo, junho 28, 2020

Ranking das Escolas

Pensei que num ano lectivo virado do avesso esta história dos rankings fosse esquecida.
Mas qual quê?!
Não há jornal nacional, regional, local, mural de facebook que não traga as tais listas das tais escolas.
Atrevo-me a citar uma ex-aluna, já com muitos anos de experiência como professora, que escreveu isto no seu mural:
"As melhores escolas do país - não hesito em afirmá-lo - foram aquelas que, em bairros problemáticos, mantiveram todos os alunos ligados, foram aquelas em que a protecção contra a violência e negligência nunca falhou, foram aquelas em que a proximidade potenciou aprendizagem, foram aquelas em que a comunidade no seu todo colaborou para o sucesso. E são-no todos os anos."

domingo, junho 21, 2020

Sol e sombra


O Verão chegou e eu iniciei a contagem decrescente de regresso a casa!
Ainda encontrarei as resistentes sardinheiras em flor?

quarta-feira, junho 17, 2020

As minhas janelas

Da janela da minha cozinha não vejo o pôr-do-sol nem  jacarandás em flor mas vejo gatos sorrateiros, passeando-se no muro em frente, na esperança de avistarem os meus confinados e a roseira que se enleia nos ramos da nespereira (que foi cortada mas teimou em rebentar de novo).
Da janela do meu escritório não vejo a tipuana tupi, de florinhas amarelas nem o movimento contínuo de carros e autocarros mas vejo os vizinhos que passam e que me levantam a mão numa simpática saudação.
Estou em contagem decrescente para voltar à normalidade possível!

sábado, junho 13, 2020

Café e confinamento

Faz hoje três meses que bebi o meu último café.
Aqui em casa não há máquina e prefiro não o beber do que beber qualquer mistela solúvel como faz o meu filho.
Ele já começou a descer ao rés-do-chão onde há um café mas eu continuo a resguardar-me.
Bebo-o sem açúcar há cerca de 30 anos, só assim fico com o seu verdadeiro sabor na boca!
Quando alguém por gentileza me oferece café e me diz com o melhor dos sorrisos que já tem açúcar, engulo em seco e lá faço um esforço.

quinta-feira, junho 11, 2020

Visita a casa

Ontem fui a casa, precisava de entregar um último documento para o IRS.
O jardim está cheio de vistosas sardinheiras, uma das ameixieiras já tem ameixas comestíveis, a outra ainda não. Os dois pessegueiros estão doentes, já me disseram que são árvores de curta vida produtiva.
Lá dentro as orquídeas internas fenecem com falta de luz e os gatos agradeceram a visita, janelas e varandas abertas para eles poderem tomar ar fresco.
Dei-lhes um pouco de colo, falei com eles, tratei da comida e do caixote e escrevi uma longa mensagem para a sua cuidadora e da casa.
Embora fosse preparada para ficar para hoje, às tantas vi-me sem nada para fazer numa casa silenciosa.
Depois de regar canteiros e vasos meti-me no carro e vim direitinha até Lisboa.
Será que vou ter dificuldades de adaptação quando voltar a ficar sozinha?

domingo, junho 07, 2020

Caixa Negra

Quando trabalhava li bastantes artigos pedagógicos sobre o conceito fechado da sala de aula, uma espécie de caixa negra que só era aberta quando algo corria mal.
No actual contexto todos os professores, quer do Estudo em Casa quer das sessões síncronas da responsabilidade dos agrupamentos escolares, estão expostos aos olhares e ouvidos de milhares de assistentes e não apenas dos seus alunos.
Pais, avós e outros acompanhantes sentam-se ao lado das crianças mais novas, sobretudo do 1º ciclo, por falta de autonomia e desembaraço para certos registos.
Assim vamos formando uma opinião sobre os professores que os acompanham desde o início do ciclo. Com uma linguagem  de uma enorme afectividade, notam-se as regras que foram implementadas na sala. Ninguém interrompe ninguém, cada um espera pela sua vez, dirigem-se ao professor com à vontade mas com respeito.
Já no Estudo em Casa a linguagem não tem marcas carinhosas mas usam bastantes expressões de incentivo à aprendizagem.Uns mais sorridentes, outros mais sérios, uns mais seguros, outros mais agarrados aos apontamentos, cada um faz o possível para atingir os objectivos propostos - transmitir conhecimentos e diminuir as desigualdades em relação à falta de rede, de computadores, de tablets, de telemóveis, partindo do princípio que toda a gente tem televisão.
Mas as desigualdades persistem porque nem todos têm o mesmo tipo de acompanhamento.
Nada pode substituir as aulas presenciais na escola com as crianças em interacção entre si e com os seus professores.
Mesmo que a sala de aula continue a ser uma caixa negra!