domingo, março 21, 2010

Vidro Côncavo

No Dia Mundial da Poesia escolhi António Gedeão...

Vidro Côncavo

Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar.
Um enjoo.
Uma agonia.
Sabor a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.

Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.

António Gedeão, in Poesias Completas



18 comentários:

  1. Escolheste bem. Eu fiquei-me pela Sophia, e o mar...

    Um abraço.

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  2. E eu que adoro Gedeão, não conhecia esta poesia.
    Obrigada!

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  3. Esta água pode bem ser a minha Lagoa...

    :))

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  4. Como a Poesia nunca se extinguirá...

    Um beijo, Rosa, neste dia.

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  5. quanta poesia, até na barca, que escolheste...

    abraço Rosa

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  6. Do A. Gedeão, tenho um fraquinho... pela Pedra Filosofal

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  7. O teu gosto coincide com o meu: já publiquei este poema do Gedeão há uns tempos, num post. Adoro a poesia dele!
    Beijinhos

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  8. Tenho sofrido poesia
    ---------
    Tudo é sofrimento! Até o não sofrimento, é sofrimento. Algo semelhante a ter, o que não se tem.
    ---------
    Felicidades.
    Manuel

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  9. É lindo este poema! Ainda li pouco de A. Gedeão mas vou dedicar-me mais à sua poesia.

    Abração!

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  10. E escolheste muito bem, o poema e a imagem.
    E não há enigma desta vez? É certo que a poesia está em primeiro lugar!...
    Fico à espera.
    Beijos

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  11. Obrigada pela escolha e pela partilha.
    Abraço

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  12. Fizeste bem, aqui temos um poema destacável dum dos ilustre poetas da terra.

    Abraços

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  13. Que excelente escolha.
    Adorei a fotografia:)

    Beijinho*

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  14. gostei bastante da tua escolha, obrigada!
    um abraço

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  15. Lágrima de preta

    Encontrei uma preta
    que estava a chorar,
    pedi-lhe uma lágrima
    para a analisar.

    Recolhi a lágrima
    com todo o cuidado
    num tubo de ensaio
    bem esterilizado.

    Olhei-a de um lado,
    do outro e de frente:
    tinha um ar de gota
    muito transparente.

    Mandei vir os ácidos,
    as bases e os sais,
    as drogas usadas
    em casos que tais.

    Ensaiei a frio,
    experimentei ao lume,
    de todas as vezes
    deu-me o que é costume:

    nem sinais de negro,
    nem vestígios de ódio.
    Água (quase tudo)
    e cloreto de sódio.

    António Gedeão
    Um abraço.

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  16. Poesia é...
    o que eu sinto no corpo
    desde que regressaste...
    Sol.

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  17. A imagem foi capatada em Ferragudo e o barco flutua no rio Arade, quase a chegar à foz...
    Penso que este é o único rio que nasce em Portugal e desagua no Algarve mas não tenho a certeza...

    Abraço a todos

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