domingo, agosto 12, 2007

Homenagem a Miguel Torga no seu centenário

Santo e Senha

Deixem
Passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada.

.
Deixem, que vai apenas
Beber água de sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.

.
Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora

.
Que vai cheio de noite e solidão
Que vai ser uma estrela no chão.


Nota: É lamentável ouvir , logo de manhã, que não irá qualquer membro do Governo a Coimbra para assistir à homenagem prestada, pela cidade, a este Grande Português, cidadão do mundo.

6 comentários:

  1. «Deixem-nos passar, agora que estão atrás do sol... porque não fazem falta, discursos de cordel.»

    A independência paga-se, quase sempre, Rosa... mesmo que já não estejamos por cá...

    E Torga nunca se predispôs a fazer favores políticos, nem mesmo aqueles a quem considerava amigos...

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  2. E há alguém no Min. da Cultura que saiba quem foi - quem é - Miguel Torga?

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  3. Não são precisos para nada , basta nós , o Povo...

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  4. Estou completamenta de acordo com a justine...

    Pelos governantes podemos avaliar como vai a cultura em Portugal...

    Beijitos

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  5. Conheço pouco da sua obra e li mais prosa. Gostei deste poema.

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  6. Este (des)governo tem cada vez mais um sentido único.... para o pior...

    Gostei de ver a comunidade bloguista a evocar Miguel Torga.

    Beijinhos

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