Apesar do título, desenganem-se os meus queridíssimos leitores pois não vou falar de política!
Este não é um blog vocacionado para esse assunto uma vez que frequento alguns que o abordam com frequência e muito bem.
Vamos lá então a D. Afonso Henriques...
Os mais velhos que circulam por aqui reconhecem o livro único da 3ª classe que esteve em uso durante décadas e também se lembram do texto que nos falava do 1º Rei de Portugal.
Os textos eram entremeados de lições de moral, de tarefas específicas para as meninas e para os meninos, de História de Portugal e de Geografia entre outros.
Pois este texto, localizado na página 19, foi o primeiro desse ano lectivo a servir de ditado.
Nos ditados não se escrevia o título, começava-se logo pela frase inicial, como é óbvio.
E rezava assim essa frase:
Filho do Conde D. Henrique e da Rainha Dona Teresa, senhores do Condado Portucalense, D. Afonso Henriques era ainda criança quando o pai faleceu.
Só que, nas férias grandes que duravam uns abençoados 3 meses, eu tinha esquecido a grafia do H que tinha curvas e contra-curvas, rectas e arabescos...e eu não me chamava Helena...
Fiquei estarrecida logo ao ouvir o primeiro conjunto de palavras que ia até à vírgula. Fazer o quê? Deixar um espaço? Mas a atrapalhação era tanta que ali fiquei especada, à espera de uma inspiração divina que além de não surgir se agravou com o terceiro conjunto de palavras!
O meu ditado começou apenas no segundo parágrafo e terminou, felizmente na frase: e em 1137 ganhou a Batalha de Cerneja, na Galiza.
Claro que, além de ter ouvido das boas da Sra. Dona Maria das Neves, a minha excelente professora da 1ª à 4ª classe, tudo o que não escrevi foi considerado erro!
Para mim foi uma enorme vergonha, tanto mais que era uma boa aluna, modéstia à parte!
E nunca mais me esqueci da grafia do H que ainda hoje faço na perfeição, tantas foram as vezes que escrevi Henrique e Henriques.
Haverá por certo muito boa gente a favor do novo Acordo Ortográfico, notam-se menos os erros...
ResponderEliminar:)
Que bem me lembro do livro; não tanto, desse texto !
ResponderEliminarNessa altura, suponho que não se podia dar mais de 4 erros para "passar" na 4ª classe !?...
O "H" veio a acompanhar-me toda a vida (a minha mulher é Helena) !!! rsrsrs , mas já não o desenho hoje com todas aquelas rabioscas referidas ! :)))
... e esses livros duravam, duravam, passavam pelos irmãos todos ...
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Esse também foi naturalmente, o meu livro. Lembro-me perfeitamente de haver uma determinada altura em que também tive dificuldades no H maiúsculo, letra complicadíssima de "desenhar", rrssss . Também não tenho H nenhum num extencíssimo nome com vários apelidos, :))))beijo
ResponderEliminarUma história enternecedora! Porque temos tantas saudades deste livro, se sabemos o que ele veiculava???
ResponderEliminarÉ impressão minha ou os agás do post não estão na referenciada grafia?
ResponderEliminar;)
Nessa altura não havia "acordo ortográfico" com os espanhois e enquanto que lá se escrevia o "Enrique"sem "H" por cá usava-se !
ResponderEliminar:)))))
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E não levaste umas "boas" palmatoadas? Com tantos erros, seria normal naquele tempo.
ResponderEliminarTalvez com o novo acordo ortográfico (ia escrever "a cor do horto gráfico", mas tive receio das palmatoadas...) o H de Henrique desapareça e, assim, ficas vingada...
Beijinhos.
Querida Rosa, e só houve sermão, não veio a senhora dos cinco olhos, a acompanhar?
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim de semana, bem recheado de passeio ;)
Lembro-me desse livro, dessa aprendizagem e de como saíamos da escola com a lição bem aprendida e apreendida.
ResponderEliminarAo invés ... ooppss, fico-me por uma pergunta: ainda há escola?
Como todos/as da nossa idade aprendemos por aquele livro, os tempos eram outros e pelo menos a mim muitos dos textos me fascinavam… Quando há uns tempos apareceram reeditados comprei-os pensado que no caso do da 1ª Classe seria óptimo para ensinar os meus netos a ler, pura ilusão! As realidades que descrevem, logicamente, já não são as deles e como tal não se sentiram muito interessados… Porém quando me vêm à mão, quando em busca de um qualquer outro, gosto de os abrir e ler aqueles textos, muitos deles pueris!
ResponderEliminarDalma
Curioso!
ResponderEliminarSabes que não me recordo de nenhum episódio giro desses?
Lembro-me que quando errava havia reguadas...mas não me recordo em que é que isso foi positivo.:)
bji gde
Boa dissertação, sem confusão nem política, num texto de livro único a puxar para a grafia. O Rogérito, nas suas redações (ou redacções), também se vê aflito...
ResponderEliminarHá quanto tempo...
ResponderEliminarTenho todos os livros por onde estudei da 1ª 4ª clase e, até o "Finalmente" , que era obrigatório para fazer o exame de admissão quer à E.I quer Ao Liceu.
Quem se lembra da Página, " caminho da Escola"
Rezava assim:-
Olhem! lá vai o Gonçalo
Caminho da escola além
Vamos depressa apanhá-lo
Vamos com ele também
Tem sido meu companheiro
Da primeira à quarta classe
Pontual como o primeiro
Nunca vi que ele faltasse.
... ... ... ...
Agora, escreve-se somente com breviaturas , k -q tas a ver meu? etc.
Eu também estudei por esse livro. Quanto ao acordo, ainda ando em desacordo comigo mesmo, quanto à data em que coemçarei a adaptar-me a ele.
ResponderEliminarBom fds
Foi também o meu livro da 3ª classe, há textos que ainda sei quase de cor,apesar de agora não concordar com o seu conteúdo. Livros da primária, os originais, só tenho a História de Portugal que trato com todos os cuidados!
ResponderEliminarAcordo ortográfico é outra conversa: 1º, o povo "faz" a língua e só depois se legisla sobre isso. Aqui, foi ao contrário e, por isso, não tenho data nem sei se algum dia o vou aplicar.
Belíssimo post!
Bom fim de semana!
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ResponderEliminarSobre o amor
Fácil de acontecer, difícil é descrever.
Amar é sentir sem querer, é querer sem perceber.
Fugaz ou duradouro, não importa o tempo, o que vale é o sentimento.
Que o eterno seja pra sempre, mesmo que seja breve.
Sobre o amor é tudo que não sei, daquilo que já sei.
Fim de semana de luz e paz,
abraço.
ڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ✿ڿڰۣ¸.•*♥ڿڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣڿڰۣ
Brasileiros enlutados ♥♥♥♥♥♥♥♥♥...
ڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ✿ڿڰۣ¸.•*♥ڿڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ
Querida amiga,
ResponderEliminarfizeste-me regressar a uma fase da minha vida em que era feliz e nem sabia :-))
Tive, na 3ª classe uma professora adorável que nos incitava à boa aprendizagem através da distribuição ao final de cada semana, de laços de várias cores de acordo com a nossa "performance" (como agora se diz) em cada disciplina. Para o ditado sem erros 5 dias na semana era o climax - Uma fita verde "à Miss" no peito a dizer - QUADRO DE HONRA.
Fazia-se a entrega de todos os troféus ao Sábado - aplicados no peito da bata branca e renovados... ou não, no Sábado seguinte.
Achas que os queríamos perder? Nem perante as colegas, nem perante os familiares e muito menos na rua por onde passávamos de casa para a escola e vice-versa. Éramos abordadas permanentemente para explicar a razão de tantas fitinhas coloridas. Aí o orgulho vinha ao de cimo e nem pensar perder umzinho dos troféus.
Ai amiga... outros tempos, outros métodos!
Rosa
ResponderEliminarObrigado por esta partilha, esse também foi o meu da 3ª classe. Estou de desacordo com o acordo ainda escrevo como aprendi.
beijinho
Esse seu livro está novo! O meu quando chegou a mim já tinha pertencido à irmã, à prima e à amiga da prima, mas ainda existe, velhinho, coitado.
ResponderEliminarIsso é que era poupar!
Quanto aos agás fazem parte do meu nome.
Reguadas também levei muitas e agora com o novo acordo ortográfico, nova gramática... teria que levar mais.
Este foi também o meu livro da 3ª classe. Foi bom recordar pois o meu já não existe. Quanto ao acordo ortográfico já estou a tentar aplicá-lo. Já que tem de ser quanto mais depressa melhor.
ResponderEliminarComo curiosidade,sempre me vieste relembrar o tema do DITADO (5 erros no máximo sendo que cada falta de acento valia por 1/4 de erro)que calhou no meu exame, em folha de 35 linhas com margem vincada e um "rosto" feito previamente na aula e que tinha de ter a perfeição de bula papal.O ambiente cortava-se à faca,os 2 professores estranhos, esfíngicos ,
ResponderEliminarabriram o sobrescrito lacrado e encaravam-nos de cima da sua importância de delegados do SR. Director Escolar do distrito.Lá descoseram um sorrisito e começaram o ditado.
Pois olha que aqui ,no concelho em que sempre vivi,o ditado naquele ano(talvez 1946) era parte do discurso de salazar, proferido aquando do lançamento ao mar de um barco notável para o momento.Ajudas?Nenhumas,pois o terror de uma sindicância caía sobre as cabeças dos 2 membros do juri (e eu sei do que falo porque tenho exemplo real na família.
E,com esta recordação, consegui agora provocar uma forte taquicardia.Tenho de ir tomar a pastilha. Abraço Kinkas
É verdade, Kinkas! :-))
ResponderEliminarOs exame da 4ª e da Admissão eram de nos deixar a tremer...
Vá lá que me livrei desse discurso do "Botas"! :-))
Espero que a pastilha para a taquicardia tenha tido efeito rápido!
Também o meu coração é dado a esses "disparos" de quando em vez...
Abraço
Sou das que me lembro do livrinho e, modéstia à parte... sempre a rebentar a escala lol mas sempre com o mesmo problema quando fazia perguntas a que me respondiam: "é assim porque é assim" e continuo muito insatisfeita com as respostas que me dão ;)
ResponderEliminarQuanto à mania de legislar, até como devemos escrever mesmo que isso nos faça ranger os dentes... mais uma... para me deixar virada do avesso lol
Bjos
Querida Rosa;
ResponderEliminarNão foi no exame do segundo grau,
(4ª classe) ,não senhor...foi no meu exame da terceira classe!
Ainda se fosse discurso do américo,va lá,ainda se tolerava ,porque de tanto se repetir todos sabiam as palavras de entrada "Esta é a primeira vez que me encontro aqui depois da última vez que aqui estive". E não mentia... Abraço Kinkas (pastilha deu efeito)
às queridas amigas que têm ataques súbitos de taquicardia aconselho que tussam até que o batimento cardíaco regresse à normalidade.
ResponderEliminarFoi um conselho dado por médicos e que resulta sempre. Deixei de entrar em pânico e é mais fácil do que o método usado por meu marido durante anos.
Ciao!
Kinkas
ResponderEliminarImagina que já não me lembrava que havia exame na 3ª classe!
Tinha a sua lógica porque as meninas só eram obrigadas a fazer até esta classe enquanto para os rapazes era obrigatória a 4ª.
Até faz doer lembrarmo-nos disto... :-((
Abraço
Também o tenho, e guardo com esmero e boas recordações.
ResponderEliminarLá fomos aprendendo a historia da nossa terra...
Abraços