sábado, maio 01, 2010

1º de Maio

Nunca mais houve uma festa como esta - o primeiro 1º de Maio.
O Povo saiu à rua, unido, feliz, de olhos plenos de luz!
Hoje irei unir a minha voz à de outros coralistas, em Alpiarça e o repertório será, tenho a certeza, de incentivo à luta por dias melhores...
Estarei com todos os trabalhadores mas sobretudo com aqueles que estão desempregados sem verem luz ao fundo do túnel e na linha da frente de ataques vis à sua dignidade e aos seus direitos.
Fernando Lopes Graça musicou um poema de José Gomes Ferreira intitulado "Ó Pastor que Choras" que voltaremos a entoar.
Os seus últimos versos dizem:
" Vai pintar de luto
as papoilas dos trigais!"
Vesti-me de preto mas com um lenço vermelho!

19 comentários:

  1. Rosa dos ventos
    Lembro-me bem desse primeiro 1.º de Maio. A Liberdade só tinha chegado há uma semana, e todos se juntaram para a festejar. Havia uma exaltação e uma esperança no ar. Para onde foram? Em que guerrilhas partidárias foram esquecidas, em que interesses pessoais se perderam?
    O mundo já não é igual. Nós também não. Ainda bem que vivi esse momento.
    Bjs e bom concerto.

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  2. Não sei a razão, mas não vejo a imagem :(
    O Povo unido e na rua foi noutros tempos, cada vez mais acredito menos na união do Povo...será da idade?
    Mas Quando a causa é a união é 100pre bem-vinda!
    um abraço e boas cantorias
    ;)

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  3. A emoção do primeiro 1º de Maio ficará para sempre dentro de mim! Foi o dia de todas as esperanças...
    Agora resta a raiva e a luta, como tu mostras na simbologia da roupa que hoje vestes.

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  4. Que seja mais um Maio forte.

    Beijinho*

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  5. Não há nada como a primeira vez.

    Viva o 1º de Maio.

    Bjs

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  6. Isto anda mau e começa logo com a festa do 1º de Maio, em separado, dos sindicatos, nunca mais aprendem que a união é que faz a força, assim, acaba tudo na velha história: Dividir para reinar.
    E, já agora, boas entoações :)

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  7. OLÁ AMIGA
    É o primeiro 1º de Maio que tenho em casa um "Desempregado" desde 31 de Julho de 2009...
    Não há razões para festejar seja o que for!!!

    (Também não consigo ver a imagem...)

    Acabei de fazer um post sobre o "Dia da Mãe" mas, nada de recordações antigas, pois estou a ser seguida por um psicólogo que me tem ajudado a "cortar" com o meu passado, pois era só sofrimento sempre que "ia ao passado buscar lembranças" e, como perdi a m/Mãe muito cedo, evito voltar a falar no assunto;
    a sua memória está muito bem guardada no meu coração, mas falemos de outras coisas...

    O meu peito é um autêntico mar de emoções e já apanhei alguns sustos, devo fugir a situações de risco.

    Venha buscar um presente que, com todo o meu amor lhe ofereço neste dia especial.

    Beijos com carinho.

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  8. O primeiro 1º de Maio é tão inesquecível como o dia 25 de Abril de 74. Mas as condições são outras...A liberdade tem de ser conquistada todos os dias, como o direito ao trabalho é uma luta contínua. Porque continua...

    Um abraço.

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  9. 1º de Maio,6 dias após o 25 de Abril ! O que a consciência colectiva de terra ressequida pela opressão, pelo silêncio imposto,pela mordaça,pelas injustiças,pelo sofrimento dos ousaram divergir, produziu. Foi possível ver o meu Povo de mãos dadas,em uníssono,cantar a LIBERDADE.Muitas voltas deu a Vida,e muitos caminhos se enviezaram,mas cruzar os braços,NUNCA.Abraço Kinkas

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  10. Querida Rosa,desculpa voltar ao assunto,mas,por mais caduca que eu esteja,há factos que me marcaram para sempre.1945,estava um rapazinho de 15 anos à porta do Liceu Rodrigues Lobo-Leiria,quando foi abordado por um homenzinho,por sinal natural da aldeia onde ele vivia, que, mansamente, lhe pediu que fosse chamar o J.P.F. ,colega da mesma idade,que gozava o intervalo na "cerca"com os outros colegas.
    O rapazinho,por sinal,meu irmão,apressou-se a fazer o recadinho.J.P.F. veio à porta e,depois de breve conversa com o homenzito,desceu a escadaria
    exterior com ele acompanhou-o,sem
    qualquer palavra aos que ficavam.
    Só algum tempo depois e à sorrelfa
    se falava que J.P.F. fora preso porque era comunista!.De facto,nunca mais voltou àquele Liceu.Só muito mais tarde,quando exercia medicina em Santarém ,eu soube que ele estava bem,porque pronunciar o seu nome poderia ser perigoso...Prender um menino de 15 anos,alguém poderia conceber?
    Já não está entre nós,mas nunca se dobrou.Abraço Kincas

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  11. É bom gostar de Histótia, mas melhor ainda, vivê-la em tempo real, como aconteceu connosco! Nunca mais vamos esquecer e até Ourém, "fechada" e medrosa, saiu à rua nesse primeiro 1º de Maio! E tanto medo tínhamos que tivemos de ser incitados, da varanda dos Paços do Concelho por um revolucionário mais afoito: cantem, paspalhões! Ainda hoje rimos do episódio!
    Viva a liberdade responsável e solidária!

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  12. Caros amigos que não vêem a imagem

    Eu também deixei de a ver...
    Era uma foto da multidão que encheu literalmente toda a Av.da Liberdade no primeiro 1º de Maio, retirada da net...
    Deve ter a ver com os direitos de autor! :-))

    Abraço

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  13. Querida Kincas
    Foi graças a esse rapazinho e a muitos homens e mulheres que ninguém dobrou que pudemos conquistar a Liberdade!

    Abraço

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  14. Cara MLU

    O meu primeiro 1º de Maio foi no Largo do Cine-Teatro Virgínia em Torres Novas... :-))

    Abraço

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  15. Hoje, posso escrever que foi um previlégio ter vivido (na enorme manifestação de rua que se fez em Lisboa) esse dia. Ele há coisas que só vividas ao vivo e a cores.

    Abraço.

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  16. Que a audição tenha dado prazer a quem ouve e a quem canta!
    O lº "1º de maio" foi um sonho...

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  17. Emocionei-me a ler-te.
    Vesti-me dessas cores no nosso 1º de Maio (estava de luto pelo meu pai um mês antes falecido) e o vermelho era o do cravo.
    Vesti-me dessas cores no dia em que Zeca Afonso nos deixou.
    E o vermelho era o do lenço enrolado à volta do pescoço.

    Pastores, somos.

    Da terra não saímos.

    Um Abraço, Rosa!


    Ps- desculpa a falta de resposta de há duas semanas, ainda não estava a receber as notificações de comentário no mail. :))

    E onde andavam as meninas?? :))

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  18. Com a tua narração, o que muito agradeço, já a posso ver...

    Gosto daquilo que escreves e do como o fazes, aproximas-me a uns feito que não pude ver. Obrigado.
    Fiz uns versos, quando estava na FA, na Ota, 1963, que também tem que ver com papoilas, trigais e lenços...

    Papoilas

    Papoilas vermelhas
    Entre verdes trigais
    Corados por sol de estio,
    Ventos ondulantes
    Que atiçam...
    Inchando velas
    De campos silvestres;
    Lenços que cobrem a seara;
    Chapéus até às orelhas;
    Pinheiros de copa baixa,
    Poucas casas,
    menos gente;
    Fumarada,
    Chão ardente.

    Abraços

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