quarta-feira, julho 31, 2013

Histórias Falsas

Deixo-vos um extracto de uma das "Histórias Falsas" de Gonçalo M. Tavares que acabei de ler, para poderem opinar sobre a mesma.
Acontece que ao investigar no Google sobre Listo Mercator, uma das personagens, deparei com um blogue onde também havia esta transcrição que acabou por dar origem a alguma desconversa...
Gostaria, por isso, de saber se alguém "desconversa" sobre o que se segue:

"Descia Mercatore umas pequenas escadas quando deparou com o filósofo, pobremente vestido, sentado no chão, costas contra a parede, a comer lentilhas.
Arrogante, mais do que o seu costume, cheio de vaidade pela riqueza que ostentava e pelo estômago farto, Mercatore disse para Diógenes:
- Se tivesses aprendido a bajular o rei, não precisavas de comer lentilhas.
E riu-se depois, troçando da pobreza evidenciada por Diógenes. O filósofo, no entanto, olhou-o ainda com maior arrogância e altivez. Já tivera à sua frente Alexandre, o Grande, quem era este , agora? Um simples homem rico?
Diógenes respondeu. À letra:
- E tu - disse o filósofo - se tivesses aprendido a comer lentilhas, não precisavas de bajular o rei."

segunda-feira, julho 29, 2013

Festival ao Largo

Consegui, com algum esforço na organização do meu tempo, assistir ao encerramento do Festival ao Largo com o bailado "O Lago dos Cisnes".
Cheguei hora e meia antes do seu início e já não havia qualquer cadeira vazia...algumas estavam marcadas como é hábito deste público que, em princípio, não o deveria fazer.




Nunca tinha conseguido ver este bailado ao vivo e fiquei encantada.
A Companhia Nacional de Bailado está de parabéns porque, no meu olhar de leiga, só vi perfeição!




Vi o 1º e o 2º actos de pé e, já exausta, no início do 3º acto tive acesso a uma cadeira pela saída de uma senhora.
Acabei por concluir que perdi grande parte da beleza da execução uma vez que não conseguia ver os pés de bailarinos e bailarinas...e nos pés está a essência da dança! Em contrapartida descansei os meus bem necessitados de repouso...
Além da beleza do bailado, da história de amor e desespero que se vai desenrolando e que não termina bem, devo referir a espectacularidade dos cenários que passavam num grande ecrã e onde também surgia o terrível feiticeiro que amaldiçoou estes amores.   

terça-feira, julho 23, 2013

A janela entreaberta


(imagem da net)

Pela janela entreaberta espreita meio corpo inclinado de homem envelhecido, por cima da cabeça oscila uma pequena gaiola com um canário.
Vejo esta cena sempre que bebo café enquanto leio o jornal, numa esplanada perto de casa.
Hoje, apenas um braço pendia do lado de fora através de uma fresta. Um pombo estava pousado no parapeito e, com a mão estendida, o homem talvez estivesse a tentar alimentá-lo sem correr o risco de ele lhe entrar pela janela.
Uma cena de uma imensa ternura mas também de enorme tristeza e solidão!

Nota: É óbvio que não me atrevi a captar qualquer imagem...

sexta-feira, julho 19, 2013

Olhos de mel...

Enfezada, minúscula, sem graça foi assim que ela entrou cá em casa ao colo do meu filho mais velho.
Tinha-a trazido, com a devida autorização, do quintal da costureira que lhe fez a toga de que tanto se orgulhava.
Quando vi a bichinha perguntei-lhe se não havia lá alguma mais bonitinha e ele respondeu-me que tinha escolhido a que tinha o ar mais infeliz porque certamente precisava de um lar como o nosso.



E assim foi! Transformou-se numa linda gatinha tigrada com olhos doces cor de mel e foi nossa companheira durante vinte anos.



Nos últimos tempos andava doente e os tratamentos não estavam a resultar...
A Nocas teve que partir e fiquei ao seu lado, fazendo-lhe festas,  até ao fim que foi rápido e indolor.
E chorei como se chora quando se perde uma grande amiga!

quarta-feira, julho 17, 2013

Leituras...

"O que dói mais na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma. Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros. Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes."

Mia Couto, in Vozes Anoitecidas

domingo, julho 14, 2013

"La belle France"




Moi, j´adore ce beau pays!

sábado, julho 13, 2013

Maioria parlamentar



Não temos uma maioria parlamentar, temos sim uma maioria para lamentar!

quinta-feira, julho 11, 2013

Duplo aniversário



Uma vez mais cá estou a anunciar o aniversário do meu filho e da sua companheira!
Este ano vão ter a sua festa só a quatro e desejo de todo o coração que continuem a ser uma família feliz apesar de alguns contratempos!

quarta-feira, julho 10, 2013

domingo, julho 07, 2013

Ai Mouraria!


Em dias de muito calor, só em final de tarde se pode deambular pela cidade.
Desta vez a zona eleita foi a Mouraria.



Iniciámos a subida por vielas e escadinhas...os "grafittis" enchiam muitas paredes, uns sem qualquer qualidade...


Outros a tapar muito bem o abandono de alguns edifícios...



Casas velhas com roupa estendida ao nível do rés-do-chão como se estivéssemos numa aldeia...


Ainda presentes os sinais dos arraiais populares....


Chegados ao Largo da Achada deparámos com esta casa que também é o Centro Mário Dionísio.
A Casa da Achada é um espaço onde fervilham inúmeras actividades. 
A partir do programa de Julho recebido à entrada pudemos verificar que há cinema, discussão e lançamento de livros, declamações, exposições, jogos, feiras, comes e bebes, etc.


Coloquei esta foto da net para poderem apreciar o edifício sem poluição visual...


Uma casa muito bem recuperada no Beco da Achada...


Por esta nesga entre prédios, na colina em frente, está o Jardim de S. Pedro de Alcântara.




Quando iniciámos a descida em direcção ao Martim Moniz, depois de termos jantado muito bem na tasquinha do Eurico, olhámos para trás e ainda avistámos as muralhas do castelo!




Finalmente deixo-vos um convite para visitarem a Casa da Achada onde decorre esta exposição.
Confesso a minha ignorância em relação ao pintor em questão mas gostei do que vi.
E gostei muito desta deambulação...

terça-feira, julho 02, 2013

Quando eu morrer...



Quando eu morrer voltarei a buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Sophia de Mello Breyner


Nota: Partiu a 2 de Julho de 2004 e deixou-nos um legado extraordinário, não só na literatura mas também numa cidadania activa e construtiva.